Terça-feira, 15 DE Junho 2010

Football Fans Know Better

Analisando a selecção da Argentina, recheada de tantas estrelas, e com Messi acima de todos, ponho-me a imaginar o que irá na cabeça de Maradona quando escolhe o onze titular. Se, por exemplo, me sentasse à mesa com meia dúzia de amigos, entretidos entre cerveja e caracóis, arriscaria dizer que cada um de nós escolheria uma equipa diferente. Se na defesa ainda poderia existir alguma unanimidade, do meio-campo para a frente estaríamos perante a velha máxima ‘cada cabeça, cada sentença’. Como é possível conciliar tanta qualidade? No vosso caso, entre Aguero, Tévez, Higuaín, Milito, Palermo, só para citar alguns, por quem optariam? Este é o dilema de Maradona.

Na partida frente à Nigéria, envolto numa névoa de fumo, Maradona decidiu-se por um 4x2x3x1, onde Verón funcionava como médio de transição e Messi jogava solto, nas costas de Higuaín. No entanto, quando em posse, a Argentina dividia-se num 4x1x3x2 (com o adiantamento dos jogadores referidos) ou, inclusive, num 4x2x4, quando Di María ou Tévez pisavam o último terço de terreno. Por vezes, a mobilidade dos homens mais avançados e as trocas de bola, essencialmente em espaços curtos, resultaram em oportunidades de golo que o excelente Enyeama foi travando. No entanto, ficou sempre a sensação de alguma fragilidade defensiva, nomeadamente do lado direito, com Gutiérrez a experimentar dificuldades nos duelos individuais. Perante um adversário de maior gabarito, este desequílibrio colectivo da Argentina pode tornar-se prejudicial às suas naturais aspirações.

É aqui que pretendo chegar: quais as ‘peças’ que devem ser alteradas e/ou o figurino táctico para melhorar o futebol argentino? Em primeiro lugar, acender um charuto para apurar a concentração. Numa segunda fase, várias ramificações tácticas poderiam ser desenhadas. Vou desenvolver algumas delas:

1. Saída de Gutiérrez - Entrada de Otamendi

Não parece uma grande alteração, pois não modifica o esquema táctico que a imagem ilustra. No entanto, a simples troca de um jogador poderia alterar toda dinâmica da equipa. Com Otamendi, jogador habilitado a tarefas mais centrais, a Argentina ficaria com uma linha defensiva mais posicionada, com os laterais a fechar bem por dentro e, deste modo, evitando que algum dos médios (Mascherano) tivesse a preocupação de vir dobrar o lado direito. Gutiérrez, um carrilero. Otamendi, um defesa central que preenche eficazmente o corredor direito.

2. Saída de Tévez – Entrada de Máxi Rodríguez

Neste caso, também o desenho táctico não sofreria grande alteração. Contudo, apesar do esforço depositado na recuperação, Tévez é um avançado que pensa maioritariamente nas combinações ofensivas, descurando o preenchimento de espaços por onde o lateral contrário pode fazer mossa. Por seu lado, Maxi Rodríguez é um médio-ala que transmite maior equilíbrio ao colectivo, com ou sem posse de bola. Com esta solução, a equipa não perderia profundidade e sentido atacante, mas juntamente com Di María do lado esquerdo, poderíamos observar uma linha de 4 médios com maior propensão para dominar os vários momentos de jogo.

3. Saída de Tévez – Entrada de Pastore

Para terminar, uma hipótese de cariz mais táctico. Lembrei-me de Pastore devido às boas indicações que deixou na partida amigável frente ao Canadá. Sabendo que Verón já não tem físico para constantes batalhas na zona intermediária e, consequentemente, embaraçando a energia de Mascherano, o jovem talento do Palermo poderia ser uma opção bastante credível. Claro que Tévez seria o sacrificado e a equipa perderia algumas das suas virtudes. Porém, ganharia outras, tão ou mais importantes. Neste figurino, Messi jogaria mais descaído para a direita, como é habitual no Barcelona, mantendo Di María, à esquerda, e Higuaín (ou Milito) no centro. Na zona nevrálgica do terreno, onde muitas vezes está a chave do jogo, Pastore daria o necessário auxílio defensivo ao capitão Mascherano, funcionando como o médio de transição, quer através do passe curto, quer graças à sua capacidade técnica no passe longo, dando largura à circulação de bola. Por seu lado, situado uns metros mais à frente, Verón ficaria com o ónus de pautar o jogo ofensivo, dando primazia às suas qualidades de organizador: mais passes de ruptura em zona de decisão; menos correrias desgastantes em terreno de recuperação.

publicado por stadium às 09:28
Uma alteração que faria se fosse o Maradona, ao onze titular da Argentina, seria a inclusão inicial de Milito em deterimento de Higuaín. Penso que o primeiro é mais eficaz que o segundo.

Outro ponto que verifiquei com a inclusão de Tévez no onze, foi o deixar de utilizar as faixas e procurar as combinações entre Tévez e Messi para penetrar nas defesas adversárias. Com isso o Di Maria perdeu muito jogo.

Para mim, só há espaço para três atacantes: Di Maria, Messi e Milito. Higuaín, Tévez entre outros poderão entrar durante o jogo.

A tentativa de 3-5-2 que transformava-se numa espécie de 4-4-2 ou 4-3-3 da Argentina frente à Nigéria penso que frente a uma equipa europeia não irá ser repetida.

E só de pensar que o Maradona deixa no banco Agüero, Palermo, Pastore,... ui! ui!
PP a 15 de Junho de 2010 às 10:27
De jogadores atacantes escolheria Di Maria, Messi e Milito (apesar de custar deixar Tevez e Aguero de fora). O Higuaín a jogar de costas para a baliza é pouco mais que zero enquanto que o Milito é dos melhores que há. A capacidade goleadora é semelhante.

O problema da Argentina é que Maradona não é treinador e está a viver apenas dos grandes talentos que tem no ataque.
MB a 15 de Junho de 2010 às 10:45
Eu apostava num 4-4-2 clássico.

Com o Otamendi a defesa direito (porque não está lá o zanetti).

O Pastore (porque não está lá o Lucho nem o Cambiasso) ao lado do Mascherano. O Veron joga muito bem....parado!

O Messi mais encostado à direita onde tem mais espaço para driblar e flectir para o meio. Di Maria na esquerda.

Aguero e Milito na frente.
Ponta Esquecida a 15 de Junho de 2010 às 10:50
Está evidente que a equipa precisa de maior equilibrio quando defende. Que seria de menos dificil resolução com o Zanetti, e até mesmo de bom modo com um Fernando Gago e as suas limitações, mas sobretudo ouro sobre azul, com a destreza táctica do Lucho Gonzalez que encaixaria no meio campo desta equipa naturalmente. Pois. Não dá.
Estamos a falar dum problema de opções criado pelo Maradona, que na sua cabeça, nem será tanto um problema, e a sê-lo ninguém sabe que soluções ele terá para lá da de Deus que resolve.
Começando pelo principio de que o Jonas terá sido o elo mais fraco do onze, não estou de acordo. Teve eventuais dificuldades num ou outro duelo individual, como sobretudo ser apanhado fora de posição nas transições defensivas. Verdade. Mas esse é um risco que se corre quando se coloca um médio de propensão ofensiva a defender uma faixa, cuja tarefa é precisamente lotar o meio campo a 5. É um risco calculado, e daí jogar no lado oposto com o Heinze que equilibra a defesa a 3. Pode trocá-lo pelo central Otamendi, concerteza, é boa opção. Mas como diz altera toda a dinâmica. Toda a harmonia da equipa com apenas essa alteração fica em causa e aí terá que mudar mais que o lado direito da defesa, a estrutura da faixa direita só com essa mudança tem que ser repensada. Parece que é uma situação a mais que Maradona pode e deve evitar pensar nesta altura.
No tridente ofensivo, Messi nas costas de 2 avançados, sendo que um deles, Tevez no caso do último jogo, é imbuído de maior mobilidade a uma das faixas, a direita lá está, não lhe tocava. Tirar poder de fogo da equipa, e que poder, neste caso não o faria nem por Pastore nem por Maxi (se bem que a por Pastore, pensei 2 vezes...). A não ser uma simples troca de homem por homem. Puxar Higuain para a tarefa que Tevez teve, e meter Milito na cunha. A Argentina não se pode dar ao luxo de desbaratar posições de ataque com homens verticais que têm golo nos pés, como mais nenhuma selecção tem.
Da forma como o vejo, é neste meio campo que está a dificuldade de equilibrar a equipa nas tarefas defensivas: Mascherano, Veron e Di Maria.
Por isso o meu primeiro parágrafo. Mascherano é o capitão-ãncora perfmeitamente habilitado a jogar em 1 à frente da defesa. Veron está visto que está de pedra e cal na equipa, e de maneira a não sair esgotado ao fim de 70 minutos de jogo é aqui com ele que é necessária mais táctica, mais força, mais equilibrio que Di Maria dá à equipa. É aqui ao lado deste 2 homens que é precisa meter mais um jogador de trabalho de forma a não compremeter as aspirações quer de ataque com 3 posições, quer da harmonia nas faixas. Aqui sim: Pastore ou Maxi que não só dêm confiança e entreajuda a Veron e a Mascherano na recuperação como possam libertar Messi em situações de ataque.
joe a 15 de Junho de 2010 às 14:48
Antes de mais, obrigado a todos pelos comentários.

Joe,

Jgar com Mascherano, Verón - de 'pedra e cal' - e Pastore ou Maxi Rodríguez, sem esquecer Di María, temos 4 homens no meio-campo. Com Messi a n.º 10, atrás de 2 elementos em cunha (Tévez, Higuaín ou Milito), já temos 7 jogadores no onze.

Que diriam a uma solução de 3x4x3? Ou, melhor dizendo, 3x4x1x2, com Messi a manobrar na posição central?

Continuem...
stadium a 15 de Junho de 2010 às 15:12
Catenaccio:

"de pedra e cal" o caso do Veron, Não pelo mérito que já teve como maestro mas porque está visto que tem sido o capataz do Maradona em campo. Não sai do onze. Por mim seria de outra maneira mas analisemos futebol realisticamente.

Nas outras contas o Di Maria saia da equipa, como deixei implicito, por Pastore ou Maxi dentro das alternativas possiveis. Perder-se-ia capacidade de usar a faixa esquerda, ganhar-se-ia combatividade em meio campo sem detrimento por exemplo de capacidade de passe, como também se poderia estimular ainda maior mobilidade do trio ofensivo de forma a camuflar a tal perda de fulgor à esqerda.
joe a 15 de Junho de 2010 às 15:37
Uma pequena adenda à minha resposta Catenaccio:

Quando disse "analisemos futebol realisticamente" quis dizê-lo com bom tom, estou a partir do pressuposto de que para mim é evidente que o Veron não sai do onze por exemplo por motivos de liderança que o Maradona lhe deposita. Para mim é uma evidência, mas não é uma verdade absoluta. Posso estar enganado.
joe a 15 de Junho de 2010 às 16:58
e porque nao, com base na exibiçao da equipa no primeiro jogo do grupo, meter otamendi na lateral direita e jonás à frente na esquerda em vez do di maria (posiçao na qual tem rotina no newcastle), sabendo de entrada que maradona nao abdica nem do tevez nem do veron?

tiago
tiago a 15 de Junho de 2010 às 17:21
Claramente tirava Higuain e punha Milito. Não consigo gostar do avançado do Real...
Pedro a 15 de Junho de 2010 às 17:22
Gostei do sistema do Maradona no 1º jogo mas acho que não é o indicado para os jogadores que levou..ai que bom seria ver o Zanetti no lugar do Di Maria a fazer todo o flanco deixando o ataque a Messi, Milito (Higuain que desgraça no 1º jogo) e Tevez ou Di Maria ou Aguero!

Para jogos com selecções mais fortes acho que deveria voltar à defesa de 4 com o Otamendi e Heinze nas laterais, puxando o Di Maria para o seu lugar original de extremo.

A minha outra preocupação é quem substitui o Veron quando for preciso "carregar" e a Brujita ja pouco se mexer como no fim do jogo com a Nigéria
Renato a 15 de Junho de 2010 às 18:30
Das 3 soluções que apresentas, parece-me mais interessante a segunda, até porque o Maxi gosta muito de aparecer no meio. Isto libertaria ainda mais o Messi e também garantia maior liberdade ao Jonás para fazer a sobrecarga pelo flanco. Beneficiaria até o jogo de Di Maria, mas obrigaria o Heinze a retrair-se nas subidas. É uma táctica que permitiria desdobramentos em 352 e 361, não muito diferente do que a Argentina em tempos fez.
Mas algo que me diz que o Maradona tem um truque na manga que nem todos estarão a considerar, que é a entrada do Bolatti contra oponentes de maior respeito. Um 4231 mais definido, com o tradicional doble pivot e 2 alas bem abertos. Mas aí terá forçosamente que recorrer a Milito ou Palermo. O problema é que tornaria a equipa muito menos versátil e ainda mais dependente do génio do Messi .
N.T. a 15 de Junho de 2010 às 22:44
Por relatos dos últimos treinos parece que essa opção 1 foi tomada em melhor conta, com a diferença que em vez do Otamendi será Burdisso o titular atirando Jonas para o banco.
Acresce que Veron está lesionado e tudo indica que joga Maxi ao lado de Mascherano.
No papel parece-me que o dilema deixa de ser um e passa a ser outro. Mais rigor posicional no quarteto defensivo, mas menos lume na faixa direita e da alguma fragilidade combativa no miolo fez-se tabula rasa.
Na conferência de imprensa boas respostas a Pelé e a Platini, no entanto.
Venha o jogo.
joe a 16 de Junho de 2010 às 22:19

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