Sábado, 03 DE Julho 2010

Embate do século, final antecipada, reedição do mundial de 2006 quando a Argentina foi eliminada pela Alemanha em grandes penalidades, um jogo que nos faz parar em frente ao televisor para apreciar a arte do futebol. De um lado uma Alemanha, que para mim é o melhor colectivo deste mundial, é impressionante a forma como se deslocam os seus jogadores, o dinamismo empregue e que culmina com a falta de vedetas individuais. Refiro-me nesse particular ao facto de não existir pressão sobre um ou mais jogadores. Do outro lado a Argentina, a selecção de Maradona. Mesmo quem não seja apreciador desta selecção, eu por exemplo não sou, não deixa de soltar um sorriso ao pensar que Argentina na final é desejado por muitos que adoram futebol jogado, assente numa ideia de afrontamento aos senhores da FIFA.

 

O jogo começa com o golo da Alemanha. Pressão germânica, passes bem medidos, Mueller a rematar e a facturar logo aos 2 minutos. Dificilmente poderia correr melhor. A Alemanha não deixava a Argentina sair do meio campo, as fragilidades defensivas que uns dizem não existir, outros insistem em confirmar, eram visíveis e na primeira meia hora a Alemanha poderia ter dilatado a vantagem, Klose aos 23 minutos falhou um golo certo já dentro da área após assistência de Mueller.

A Argentina demorou a reagir, Messi longe da área germânica a receber as bolas com muito espaço para progredir, Schweinsteiger a quadra-lo com muita segurança, Di Maria hoje com muita bola, primeiro na esquerda com pouca acção, depois na direita a ser importante nas acções ofensivas, preparando o terreno para Messi que aos poucos começava a aproximar-se da área e a causar alguns calafrios à defesa germânica, que ia respondendo com classe, lançando sempre que possível contra ataques, ora pela esquerda com Podolski, ora pela direita com Ozil embora este último ainda pouca visibilidade a ser pouco preponderante no jogo alemão.

O melhor momento Argentino aconteceu após mão de Mueller, colocando-o fora do próximo jogo, livre batido rapidamente mas estavam vários jogadores em fora de jogo, Tévez ainda assistiu Higuain que introduziu a bola na baliza de Neuer, mas a bandeira já estava levantada. Intervalo com vantagem justa para a Alemanha, Mueller era o homem do jogo até ao momento.

A segunda parte começa com a reacção da Argentina a um resultado penalizador, principalmente num fase em que a equipa que perde ruma a casa. Di Maria dá o aviso, logo aos 47 minutos, Higuain minutos depois entra na área e causa algumas dificuldades a Neuer, Lham evita que novamente Higuain consiga o empate. São 15 minutos bons da Argentina, que levam a pensar-se na possibilidade do jogo animar, embora Maradona parecesse muito conformado com o jogo quase esquecendo-se que do outro lado estava a Alemanha. Aos 67 minutos o momento do jogo, da eliminatória, Klose, eterno Klose goleador dos mundiais marca o segundo da Alemanha após assistência de Podolski. As meias finais dificilmente deixariam de ter a presença dos germânicos. A Argentina a partir deste momento partiu-se por completo e só se pensava até onde poderia chegar a pequena humilhação. A resposta demorou 6 minutos com o golo de Friedrich após brilhante jogada de Schweinsteiger onde todas as dificuldades da argentina na defesa foram colocadas a nu. E já estávamos com 3 e a conta poderia não ficar por aqui. Já perto do final da partida já só se pensava no possível quarto da Alemanha, e Klose não perdoou numa jogada magnífica de contra ataque onde se pode ver o trabalho espantoso que Joachim Low tem feito na sua selecção, e se Messi sairia do mundial sem marcar um golo. E assim foi!

Vitória justíssima da Alemanha, seguem para as meias finais, a Argentina volta a cair aos pés os rivais germânicos e novamente nos quartos de final, mas desta vez...sem espinhas! A Alemanha é neste momento o maior candidato ao título mundial.

Homem do jogo: Klose


Highlights Argentina 0-4 Germany

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publicado por Pedro Varela às 16:45
Penso que hoje vimos dois jogos. Um até ao minuto 68, outro daí em diante.
Até aos 68m houve um golo de bola parada que marcou a diferença. De resto, por muito que agora caia tudo em cima de Maradona , e sublinhando, como já fizera no comentário ao anterior jogo da Argentina, que Veron teria que ser titular para preencher melhor o miolo (e sublinho com ironia que Veron foi a primeira aposta deste Mundial a ser criticada e agora é referido por muita gente), o jogo não foi desequilibrado até ao 2-0. Aliás, a primeira imagem que passa da Alemanha é a da eficácia: marca na primeira bola parada, marca num dos raros desequilíbrios defensivos até então existentes (de parte a parte). Aqui acaba o jogo. A Argentina deixa de ter cabeça, tira um defesa, joga com o coração, leva golos naturais em contra-ataque. Portanto, resultado justo mas pesado pelo que se passou até aos 68'.
N.T. a 3 de Julho de 2010 às 22:54
Tadeu,

Também adoro a Argentina, muito do que o Maradona representa, mas acho esse pós-jogo muito forçado. Esta equipa, da forma como está idealizada, em cinco jogos contra a Alemanha... perdia-os todos.

A Argentina joga como o Maradona jogava: o conceito de equipa está centrado no talento, na arte, no individualismo. Se contra selecções mais fracas, esse talento vem ao de cima, contra uma Alemanha, ou outra qualquer de grande nível, é insuficiente. Não há ordem. Não há organização. Não há uma ideia táctica. Isso paga-se caro.

Este 4x4x2 é muito ofensivo. Mesmo com 4 centrais, repara nos jogadores do meio-campo para a frente: quem é que defende ou, pelo menos, assume tarefas de recuperação e de posicionamento? Mascherano e só um bocadinho de Maxi Rodríguez. Di María é extremo, Messi é o homem solto e, depois, temos 2 avançados. Do outro lado, estavam Khedira, Schweinsteiger e Ozil. Percebia-se que o Mascherano era uma ilha naquele meio-campo. Aí perderam o controlo do jogo. A menor capacidade dos defesas fez o resto. Muito desequilíbrio.

Faltou ali um Zanetti, um Cambiasso, quem sabe um Lucho. Era uma questão de tempo. Foi a Alemanha, mas se fosse a Espanha, ou até a Holanda, o defecho era capaz de ser o mesmo. Talvez não com um resultado tão desnivelado. A Argentina pode fazer muito melhor.
Em respostas aos dois,

Eu penso que a Alemanha dominou o jogo do princípio ao fim. E não foi pelo golo madrugador. A Argentina não conseguiu ter estofo de campeã na reacção.

Por outro lado, não é uma questão de valores no meio-campo ou a falta de um ou outro jogador. A Alemanha claramente ganhou durante a semana, ao terem uma qualidade de treino que lhes possibilitasse um rendimento futebolístico que apresentou.

Espectacular! É para mim a equipa mais surpreendente. Claramente muito melhor que em 2008 e a anos de luz do futebol praticado em 2006.

O Joachim Low tem decerto os meus sinceros parabéns.

Última nota, custou-me um pouco ver o Maradona no banco impotente face ao desenrolar do encontro. Penso mesmo que quase lhe caia uma lágrima ao ver o encontro. É claramente um senhor do futebol. Eu gosto dele. Eu gosto da forma como vê o futebol e como montou a sua equipa. Agora, falta-lhe maior qualidade no treino. Enquanto os jogadores argentinos têm sempre a tendência de driblar antes de passar, os alemães já não. E isso foi marcante no desenrolar do encontro.

Ah! Espero que Maradona não invoque mais Deus em vão... é que Ele é de todos!

;D
PP a 4 de Julho de 2010 às 11:58

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