Como estreia no 'estabelecimento', resolvi escolher uma entrada sentimental ligada ao revivalismo de mundiais de futebol anteriores: momentos especiais, conquistas míticas, principais selecções e jogadores que marcaram a história deste desporto. Desde logo, fica a questão: qual o primeiro mundial de que se lembram? Quais as figuras que nunca mais esqueceram? Aqui fica o meu apontamento pessoal:
Nasci em 1975, um ano após a 'Laranja Mecânica' ter encantado os adeptos do futebol com o seu jogo feito de arte em movimento. Ainda hoje, não fico indiferente às virtudes da 'escola holandesa'.
Coincidência feliz, ou não fosse a Argentina a minha selecção preferida, o mundial de 1978 é o primeiro da minha vida. Na altura, apenas com 3 anos, confesso que não me recordo de nada. Porém, quando presentemente vejo as imagens daquele efervescente Estádio Monumental, reconheço aqueles papelinhos num cantinho do meu disco rígido cerebral. Provavelmente, terei aprendido a gritar golo com Mario Kempes.
Quatro anos depois, no mundial disputado em Espanha em 1982, as minhas lembranças persistem muito vagas e, porventura, demasiado centralizadas em 3 ou 4 jogadores que moldaram o meu imaginário futebolístico: o incrível guardião Harald Schumacher e o temível goleador Karl-Heinz Rummenigge, ambos da Alemanha Ocidental; Zico, do Brasil; Michel Platini, de França; e, o inevitável Paolo Rossi, de Itália, selecção que acabaria por se sagrar vencedora do torneio. No entanto, não são muitas as recordações, excepção feita para aquela espantosa meia-final disputada entre a Alemanha e a França. Um jogo de enorme emoção que deveria ser visto por todos os que amam o futebol.
Finalmente, em 1986, já com 11 anos, posso afirmar que foi o primeiro mundial em que a minha memória não ficou atraiçoada por qualquer spyware. O mundial de Diego Armando Maradona, o meu jogador preferido de todos os tempos e, na minha opinião, o melhor de sempre deste desporto. Nesse toneio em particular, recordo-me, obviamente, da (triste) participação portuguesa, mas também das fantásticas defesas do soviético Rinat Dassaev, das luvas do mítico Jean-Marie Pfaff, do grande médio belga que era Frank Vercauteren, da selecção da Alemanha, da França, do Brasil de Silas e Valdo, da Itália de Antonio Cabrini, Gaetano Scirea, Marco Tardelli, Bruno Conti e tantos, tantos outros, com o argentino Maradona tão presente no Olimpo futebolístico mundial e, ao mesmo tempo, tão próximo de um sorriso de uma criança de 11 anos. E vocês? Que tal uma viagem ao baú de recordações?