Curiosidade nos primeiros alinhamentos para os oitavos-de-final: o reencontro entre argentinos e mexicanos, tal como em 2006.
Recordem-se os golos dessa partida com especial destaque para a obra-prima de Maxi Rodriguez!
Curiosidade nos primeiros alinhamentos para os oitavos-de-final: o reencontro entre argentinos e mexicanos, tal como em 2006.
Recordem-se os golos dessa partida com especial destaque para a obra-prima de Maxi Rodriguez!
Dezaseis anos atrás e estas duas equipas enfrentavam-se no Mundial do Estados Unidos da América na fase de grupos. Maradona fez um golo que seria o último apontado pelo seu país.
Neste dia mas há 24 anos jogava-se um Inglaterra-Argentina em que um tal de Maradona trouxe a mão de Deus à terra e deixou por terra meia equipa inglesa no golo mais belo de todos os Mundiais.
Messi ainda nem era nascido mas foi ele que herdou parte da genialidade de Maradona e é dele que se espera sempre algo que nos faça recordar a magia de Diego. Dizem que para se ser craque é preciso fazer golo e ninguém tem dúvidas que Leo os sabe fazer só que neste Mundial a bola parece não querer obedecer ao argentino e assim quem ganha são os seus companheiros como já vamos ver.
Apetece-me agradecer à Argentina esta vitória por 2-0. Agradeço porque acaba de vez com aquele futebol de 10 a defender e o Samaras à espera do milagre obedecendo à ditadura matemática dos pontos que poderiam apurar os gregos. Já chega deste anti-futebol que tanto sucesso fez em 2004 e que ainda há pouco tempo destroçou os ucranianos. Na 1ª parte só se viu a Argentina a tentar marcar, ou seja a equipa que já estava apurada tentava marcar golos a equipa que tinha de pontuar limitava-se a defender. E foi ver Aguero, Messi, Veron, a carregarem e rematarem de todos os lados tentado furar o muro branco mas Tzorvas brilhou na baliza e segurou o empate até ao intervalo.
Na 2ª parte a Grécia parecia ter percebido que tinha de procurar a baliza adversária se quisesse continuar a competir em África e logo de início houve grande remate de Samaras a prometer nova postura. Nada de mais errado... O filme continuou exactamente na mesma. Bola para os argentinos que desesperavam para conseguir arranjar espaços no ataque onde Milito e Kun não paravam de lutar. Sim, porque Maradona rodou a equipa mas recuso-me a chamar a estes jogadores de "2ª escolha". Já com Di Maria e Pastore em campo chegou o golo que como não poderia deixar de ser veio no meio de muita insistência. Canto apontado por Di Maria na esquerda e Demmichelis faz o golo a dois tempos, de cabeça acerta com a bola em Milito e na sobra fuzila a baliza de Tzortas. Golo muito merecido para os sul americanos mas ainda mais merecido para os gregos.
O que aconteceu nos últimos 10' de jogo devia vir num manual de posse de bola e futebol de ataque. Mesmo a perder a Grécia abdicou do jogo e a Argentina aproveitou para dar show. Passes seguidos entre jogadores durante largo tempo e arrancadas de Messi e Di Maria sempre de olhos na baliza. Numa dessa jogadas Messis combina com Di Maria e ensaia grande remate que Tzortas defende para a frente onde estava o recém entrado e eterno Martin Palermo a fazer um golo histórico já que se tornou no mais velho jogador argentino a marcar num Mundial.
Argentina fez o pleno da fase de grupos, a Grécia vai para casa e bem que podia repensar no seu estilo e tentar mudar... tudo!
Melhor em Campo: 10 Lionel MESSI
Coreia do Sul e Nigéria encontravam-se para a terceira partida em posições diferentes, mas ambas com esperanças de qualificação. Havia uma certeza, nenhuma das equipas poderia estar descansada e tinha de fazer pela vida. Grécia à distância e jogando contra uma Argentina qualificada podia estragar os planos a qualquer uma das selecções.
Num jogo arbitrado por Olegário Benquerença estamos em condições de dizer que assistimos a uma das melhores partidas do mundial. Bem disputada, com emoção e golos. A Nigéria começou melhor, com um golo madrugador aos 12 minutos por Uche quando ainda pouco tinha feito para o merecer. Continuou com algum domínio, Obasi aos 22 minutos dispõe de nova oportunidade para aumentar o contagem para a Nigéria e quem sabe selar uma partida a seu favor e esperar pelo desfecho da mais que provável vitória da Argentina sobre a Grécia. E 10 minutos depois, a bola é enviada ao poste por Uche, que já tinha marcado, mais uma oportunidade desperdiçada pelos Nigerianos que já tinham demonstrado o suficiente para estarem a vencer. Já perto do intervalo, quando poucos podiam pensar numa alteração de marcador, a Coreia do Sul que começava a ameaçar empatava por Lee Jung-Soo e colocava-se em vantagem na passagem à fase seguinte. Até porque a Grécia continuava empatada com a Argentina. Intervalo com um empate a 1 golo, a Nigéria falhou oportunidades flagrantes e importantes que a colocaram fora do mundial.
A segunda parte foi veloz, animada e com golos. Começa com o segundo da Coreia de livre directo por Park Chu-Young, dando vantagem ao domínio que já vinha sendo exercido desde o final do primeiro tempo. A partir daqui o jogo partiu-se. Futebol total, era o tudo por tudo. Yakubu falha para a Nigéria, a Coreia responde por Park Chu-Young, depois Yakubu volta a falhar naquele poderá ter sido o falhanço do mundial. Mas como não há duas sem três, os Coreanos cometem uma grande penalidade que é convertida por Yakubu. Novo empate, nova esperança Nigeriana, embora muito ténue. Notícias do outro jogo, a Argentina marcava à Grécia. Praticamente garantido que a Coreia do Sul já só precisava de aguentar o resultado para se qualificar. Martins ainda falhou isolado mais uma oportunidade, mas estava escrito que os Coreanos não perdiam. Faltavam 2 minutos para o final e nova notícias chegavam do outro jogo, a Argentina selava a vitória sobre a Grécia com novo golo. Obinna ainda tentou nos descontos.
Final do jogo com empate que garante a passagem à fase seguinte da Coreia do Sul, melhor selecção asiática da actualidade, a Nigéria acordou tarde para uma qualificação que poderia ter discutido de outra forma. Olegário Benquerença fez um bom trabalho de arbitragem.
Homem do jogo: Ji Sung Park
Pronto. Finalmente um forte pontapé no marasmo que tem sido este Mundial. México-Uruguai prometia desde logo ser um jogo agradável. A duas equipas que têm apresentado um futebol agradável, junta-se-lhe a decisão do primeiro lugar do grupo, e existe uma forte probabilidade de se assistir a uma boa partida de futebol. E os primeiros minutos não tardaram a confirmar estas perspectivas.
As duas equipas apresentaram-se em campo com a baliza adversária bem focada, porém com estratégias diferenciadas. Mais incisivo o futebol mexicano, imediatamente começou a arrancar uns provocadores “olés” vindos das bancadas – e ouvir algo que não vuvuzelas vindo das bancadas já é uma benesse. Ao futebol mais elaborado, sob a batuta de Rafa Marquez, dos mexicanos respondiam os uruguaios com um futebol mais cauteloso. Um bloco mais baixo que procurava, sobretudo, lançar em profundidade a sua tripla de atacantes. O jogo de início teve logo duas grandes oportunidades – uma para cada lado –, primeiro até foram os mais prudentes uruguaios a falharem, por intermédio de Luís Suaréz. Logo de seguida, resposta mexicana, com uma bola na barra da baliza da equipa de azul celeste. Um início de Jogo muito agradável com momentos emocionantes junto das duas balizas. No final da primeira parte, um contra-ataque finalizado por Suárez dava a vantagem aos comandados de Oscar tabárez. O Uruguai já vinha ameaçando, tirando partido do vertiginoso futebol mexicano que, excessivamente balanceado no ataque, via-se inúmeras vezes desequilibrado atrás, e isso quando se defrontam avançados como Suárez ou Fórlan pode ser a “morte do artista”… Na segunda parte, as cautelas dos uruguaios exponenciaram-se com a vantagem obtida antes do intervalo. A equipa de Javier Aguirre insistia e guardava a bola com a intenção de a fazer chegar á baliza adversária, sempre com o útil contributo do virtuoso Giovani dos Santos. No entanto, do outro lado, a competência defensiva era o mote, que aliás já é imagem de marca desta equipa que ainda não viu as suas redes violadas durante o torneio. Ganhou o Uruguai, acabando a primeira fase em primeiro lugar. O México também passa à fase seguinte. E o futebol agradece.
Melhor em Campo: 9 Luis SUAREZ
Paulo Santos
As contas eram simples. Aos africanos só lhes interessava ganhar e ainda assim dependeriam dos critérios de desempate, os franceses teriam apenas de dignificar a camisola da FFF. Mas o apenas francês não era mero pormenor, sem os apoios da imprensa e da opinião pública os seleccionados por Domenech sabiam que se tornariam na sexta campanha gaulesa a ficar pelo caminho na fase de grupos mas sob a acusação de irresponsabilidade e caprichos vários. A implosão do futebol francês, como titulava o seríssimo Le Figaro, foi apenas a mais simpática das observações que a imprensa escrita fez questão de sublinhar nos últimos dias. Os Bafana-Bafana tinham as estatísticas do seu lado pois nenhuma equipa do país organizador alguma vez tinha ficado pelo caminho nesta fase. Também deles se falou, em surdina, de problemas entre os grupos étnicos que constituem o balneário e de desentendimentos com o treinador.
Os cálculos estatísticos não fazem realidades e vai daí os homens de Parreira entraram no Free State de Bloemfontein com a tarefa de tentar golear. Em condições ditas normais o encargo seria incomportável mas com um estádio e uma nação unos no apoio e defrontando uns bleus sem vontade, sem objectivo e sem timoneiro, as possibilidades de sucesso aumentavam. Com alguma desfaçatez lançaram-se desde o início à baliza gaulesa. Demasiado trapalhões e muitas vezes rudimentares não tardaram a inaugurar o marcador por Khumalo na sequência de um pontapé de canto e com a conivência de Loris. Pouco depois é Gourcuff que entra na história negra da competição ao ajudar ao débacle francês com uma cotovelada prontamente punida. O segundo golo dos da casa não tardaria.
O intervalo surgiria pouco depois e naqueles quinze minutos, houve quem apostasse em mais deserções gaulesas tanto mais que o capitão Evra não havia sido escolhido para subir ao relvado com o onze titular. Regressariam as duas equipas sem alterações e rola a bola. O cerco às redes francesas aumentava e só algumas investidas envergonhadas de Ribéry serviam de breve interrupção entre os falhanços de Mphela e as perdidas de Tshabalala. O golo de Malouda serviu como último suspiro dos Bafana-Bafana e o torneio tinha acabado para as duas equipas.
Sem glória despediram-se a histórica França e a organizadora África do Sul, uma por amotinação e a outra por falta de qualidade. Não deixam saudades.
Melhor em Campo: 8 Siphiwe TSHABALALA