Domingo, 27 DE Junho 2010

Depois do curioso alinhamento nos oitavos-de-final, sabia-se já os quartos-de-final poderiam também proporcionar uma re-edição. Faltava saber se, em caso de apuramento argentino, se re-editaria os quartos-de-final de 2006 ou de 1986. Deu Alemanha.

 

 

publicado por N.T. às 23:22

A referência era o duelo no Alemanha'2006 e para aí virados anteciparíamos um confronto bastante competitivo, algo quente e com pelo menos um golo vistoso.

Com a troca de Jónas por Otamendi a formação argentina garantiu maiores serenidade e certeza de passe na ala direita, já a saída de Verón por Maxi ofereceu menor garantia nas transições ofensivas numa possibilidade de futebol directo. Não foi necessário abandono dos apoios na construção ofensiva para que as coisas corressem às mil maravilhas para os de Maradona. Os mexicanos tentavam o que lhes sai melhor usando como veículo extremos fortes no capítulo técnico no apoio ao letal Hernández.

Hoje não foram necessárias demonstrações de treino nas bolas paradas mas Roberto Rosetti passou a réu quando o papel deveria ser o de juiz. Corria o minuto 26, Tévez empurrava a bola para as redes a passe de Messi em claro fora de jogo. Pelas imagens é perceptível o mau posicionamento do árbitro auxiliar que sancionou golo. Um erro que acontece a todas equipas de arbitragem constituídas por seres humanos e sem apoio tecnológico - assumo aqui a minha falta de paciência para delírios justiceiros e desiguais que transformariam o futebol numa outra coisa qualquer. Erro grosseiro, siga a marcha. Ou o tango. Poucos minutos após a ilegalidade que inscreveu o primeiro golo, um Osório desconcentrado assistiu Higuaín para o seu quarto golo no torneio. Estaria a história contada quando as equipas desceram às cabinas e aí observam-se uns mexicanos indignados. Tinham a sua razão.

No reatamento a história no relvado foi mais do mesmo no que às duas selecções dizia respeito. Os centro-americanos só assustaram realmente aquando do golaço de Hernández que só atenuou, com o bis de Tévez, o descalabro mexicano.

Acabou por ser um capítulo tranquilo nas aspirações da argentinas, com bons golos em ambas as balizas e a perspectiva confirmada de uma recuperação nas memórias de mundiais passados.

Adiós Mexico, que venga la Alemania!

Melhor em Campo: 11 Carlos TÉVEZ

publicado por Spinafro às 21:55

Chegar ao século XXI, numa das mais importantes competições do mundo e ainda ter de assistir a golos não validados desta forma, não faz sentido absolutamente nenhum. Desde já aviso que não há "nada" a apontar à vitória dos Alemães (da forma como decorreu o jogo) que foi justa, foram a melhor equipa, mas o golo Inglês não foi o reduzir para 3-1 ou 4-1. O golo inglês foi o empate numa altura crucial em que os Ingleses estavam motivados e conseguiam empatar uma partida que a partir daquele momento poderia cair para qualquer lado, sendo que o mais certo seria cair para o lado alemão. Não quero discutir qualidade das equipas, a Selecção Alemã é melhor que a Inglesa, ponto final.

Blatter adora isto, Platini também, o mundial fica manchado de uma forma completamente desnecessária porque existem variadíssimos métodos que poderiam ser implementados para evitar este tipo de situações. Não sou a favor da "robotização" total da arbitragem, mas está claro que não validar um golo que entrou por mais de 1 metro não deveria acontecer num mundial de futebol. É pena que estes senhores que pensam ser os reis da sabedoria não aprendam com os americanos, que ainda este ano nas finais das suas mais importantes competições (NBA, NHL e NFL) utilizaram ainda mais tecnologia para evitar absurdos de arbitragem.

"All the managers and the stars of football are calling for it. Not everyone can be wrong, can they?", diz Shearer, "In the modern world we've got technology, let's use it.", Harry Redknapp, "Where is the technology? Instead we are talking about goal or no goal.", diz Capello.

p.s. entretanto, mais um jogo mais um erro escândaloso, primeiro golo da Argentina contra o México!

publicado por Pedro Varela às 18:50

Poucos minutos após o fim do jogo Lineker disse na BBC qualquer coisa como muita alemanha para tão pouca Inglaterra. Se o autor da célebre frase de 1990 evitou repeti-la não vou ser eu a fazê-lo. Mas todos sabemos que ele tem razão.

Falar de campeonatos do Mundo de futebol é falar de confrontos Inglaterra - Alemanha. Em 2010 mais um capítulo para este romance cheio de curiosidades, polémicas, golos, dramas e vinganças. O jogo esteve à altura do seu historial e vai marcar o torneio.

A partida divide-se em 3 grandes partes fáceis de serem contadas. Começa a Alemanha mais confiante, organizada e a arriscar no ataque acabando por concretizar as ameaças num lance minimalista que se resume a um pontapé de baliza de Neuer para Klose que mostra toda a sua classe finalizadora perante a cerimónia de Upson e Terry. Aos 20' estava aberto o marcador e esperava-se a reposta da equipa de Capello. Só que os alemães mantiveram o ritmo e ao fim de 12' aumentaram para 2-0 com uma jogada colectiva excelente do ataque com Muller, Klose e Podolski a redimir-se do pesadelo que viveu contra a Sérvia. Pouco mais de meia hora e o jogo estava nas mãos dos alemães.

Aqui começa a 2ª fase do jogo dominada pelos ingleses que partiram em busca do golo com todo o seu coração. Com tanto desacerto dos avançados, Rooney é o primeiro ponta de lança a ficar em branco num Mundial ao fim de 4 jogos, foi preciso subir Upson para fazer de cabeça um grande golo 5' depois do 2-0 e ainda com 10' para o intervalo. A Alemanha acusou o golo, a Inglaterra cresceu, acreditou e fez mesmo o 2-2. Fez mas o árbitro não viu que o belo remate de Lampard entrou na baliza depois de ir à trave. Os ingleses desesperaram, entre alemães não terá havido um único que não tenha esboçado um sorriso a lembrar-se das imagens de 1966. Era um claro sinal que a História queria acertar contas entre os dois países. Foram a reclamar os ingleses para o intervalo e a prometerem muita luta para a 2ª parte.

A Alemanha sabia que tinha de sofrer para controlar o jogo ofensivo inglês irritado pelo golo anulado e a querer fugir à fatalidade de ficarem a chorar esse lance como justificação para uma derrota.

Esta 2ª fase do jogo dominada pela Inglaterra em busca do empate durou até aos 67' altura em que a Alemanha soltou-se e perante tanta ineficácia inglesa, o melhor que fizeram foi mais um remate de Lampard à barra, Muller mostrou como se finaliza uma jogada rápida de contra ataque com toda a eficácia. Toda a gente percebeu que este era o golo que mostrava de novo aos ingleses o seu habitual destino nestes embates: o aeroporto!

A Inglaterra baixou os braços, Capello mexeu mas sem convicções, Heskey e Joe Cole nada vieram mudar e Walcott em casa deve ter sorrido ironicamente.

A Alemanha passou a dar um recital de posse e troca de bola, Low rodou a equipa com a entrada de Kissling, Gomez e Trochowski e aqueles que se riram na derrota contra a Sérvia justificando os 4 golos à Austrália com a falta de qualidade dos "cangurus" agora devem estar a pensar duas vezes mesmo porque Muller fez questão de correr meio campo para apanhar o passe excelente que Ozil tinha para lhe oferecer aumentado para 1-4!

A Alemanha é uma equipa renovada, jovem, com bom futebol, atracção pelo golo, qualidade defensiva e o peso de uma rica história que faz deles uns naturais e eternos favoritos a ganhar qualquer jogo.

A Inglaterra hoje sentiu isto tudo de uma só vez. Mais uma vez!

 

Melhor em campo: 13 Thomas MUELLER

publicado por J.G. às 18:00
editado por jabulani às 21:40
Este domingo a europa vai parar, literalmente. Pelo menos haverá um forte motivo para não se ir à praia à tarde, isto para além das radiações nocisas em tais horários: Alemanha - Inglaterra. Mais, à noite, um escaldante México - Argentina.
Dois jogos, dois grandes clássicos, dois grandes espectáculos. Antevê-se exibições dignas de finais. A não perder!

Talvez o clássico dos clássicos (Alemanha - Inglaterra; 15:00; Estádio Free State)

AlemanhaAlemanha InglaterraInglaterra
É concerteza uma das maiores rivalidades futebolísticas a nível mundial. É concerteza o tipo de jogo que nenhum jogador de cada uma das equipas quererá perder. É concerteza o clássico dos clássicos europeus.
Uma Alemanha jovem frente a uma experiente Inglaterra, quem irá vencer?
A Alemanha é sempre uma equipa a ter em conta, pela sua eficácia e objectividade no jogo. Quer seja formada por "teenagers", quer seja formada por "trintões". Penso que Joachim Low conseguiu fazer um bom conjunto. Colocou experiência em posições chave, tal como no ataque com Miroslav Klose. Este a 5 golos do record de golos marcados por um único jogador em mundiais, Ronaldo (o fenómeno), não deixará de persseguir esse objectivo já contra a Inglaterra. Ainda por cima com a fome de bola que ele tem, por ter que cumprir um jogo de suspensão, após vermelho por acumulação no encontro contra a Sérvia. Mas, também soube colocar juventude em lugares onde isso é importante. Oezil é o mago alemão! "Mago" e "alemão"... como os tempos mudam... mas, a verdade é que aquele pé esquerdo vale muitas assistências e golos. Isto para não referir a disponibilidade física que tem para recuar e avançar durante os noventa minutos. Lá atrás, como que a reforçar a antítese do estereotipo germânico, temos um pequenino Phillip Lham, capitão de equipa e com "apenas" 26 anos. Estes três para além de descreverem a rica mescla alemã, deverão ser as figuras principais da equipa germânica.
A Inglaterra é outra equipa a ter em conta, muito pela sua competitividade, coração e raça. Penso que Fábio Capello tem à sua disposição uma selecção muito completa para chegar o mais longe possível. Na defesa, quer se goste ou não do seu comportamento fora de campo, John Terry representa muito bem aquilo que entendo por raça. No meio-campo, Steven Gerard, o capitão, não precisa de nenhum cartão de apresentação. É, sim o sr. competitividade por excelência. Penso inclusivé que no futebol moderno seja talvez o jogador que mais vezes foi o herói de um encontro pelas suas equipas, está-lhe no sangue. E lá na frente, o até agora muito "low-profile" Rooney. O "white Pelé" é quase todo ele coração. A forma como se referiu no final do encontro frente à Argélia para os fans, é de quem sente e vive como poucos o futebol.
Prognóstico da "Jabu": penso que pela experiência da Inglaterra, pela estrelinha de campeão que Fábio Capello possui nos grandes momentos e, sobretudo, porque o Rooney tem estado muito sossegado neste mundial, eu penso que a Inglaterra passa à fase seguinte. Mas, será um jogo disputadíssimo com incerteza de resultado até ao último minuto. Rooney versus Mertesac e Klose versus Terry, para seguir com a câmara pessoal. MVP do jogo: Rooney. Vai uma aposta?
Talvez o clássico moderno americano (Argentina - México; 19:30; Estádio Soccer City)
ArgentinaArgentina MéxicoMéxico
Há um claro historial entre estas duas equipas, com clara vantagem para os albicelestes. No mundial de 2006, os mexicanos só não conseguiram ir mais longe, muito devido aos argentinos. Será que a história irá repetir-se?
A Argentina de Maradona aparenta ter mesmo a "mão de Deus" na sua construção. Dos 23 jogadores seleccionáveis, Maradona já utilizou 21, faltando apenas o uso dos outros 2 guarda-redes suplentes. Todos eles já reluziram em campo. Isto por si só reflecte bem a qualidade da sua equipa, mas também a importância que Maradona dá na criação de um grupo coeso. Poderia falar das suas individualidades, mas prefiro dar importância ao seu esquema de jogo. Maradona alterna entre um 4-1-2-1-2 e um 4-3-3. O seu melhor jogador, aquele que não prescinde, é o seu "10", o Messi"as" argentino.
O México de Aguirre é uma lufada de ar fresco no futebol mundial. Com um futebol sedutor, só terá que se preocupar com os equívocos que o próprio Aguirre tem em termos de algumas substituições. Mas, desenganem-se aqueles que pensam que os mexicanos não são uma equipa coesa, muito pelo contrário! O seu 4-3-3 funciona impecavelmente e os seus alas são tão ou mais técnicos e perigosos que os avançados argentinos. Contam inclusivé com um "puto-maravilha" que funciona autenticamente como uma substituição-joker. Contudo, o melhor jogador mexicano, aquele que Aguirre não prescinde nunca, é o seu "4", o "anjo" Rafael "kaiser" Marquez.
Prognóstico da "Jabu": será de certo delicioso vermos o confronto táctico entre duas das tácticas mais em foco nestes últimos anos: o 4-3-3 e o 4-1-2-1-2. Por outro lado, o duelo técnico entre um avançado/médio ofensivo de drible curto e um defesa/médio defensivo de enorme classe, é daqueles para fazer bom uso da câmara pessoal durante o jogo. Muita gente está confiante que a Argentina passará sem espinhas. Ela poder passar até pode, mas de certo que no final deste encontro, a divindade da alviceleste será colocada de parte e decerto que veremos muita humanidade no seu desfecho, para o bem e para o mal. MVP do jogo: Messi ou Marquez? Também não ficaria admirado se fosse o Hernandez.

PP

 

PS: Nos duelos entre alemães e ingleses quem é que já perdeu mais? E quem é que já perdeu mais finais entre estes dois? Já agora, alguém sabe-me dizer quantas vezes o México perdeu com a Argentina em fases finais de mundiais? Ganhou alguma vez à albiceleste?
publicado por jabulani às 01:54
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