E eis que ao segundo jogo do Mundial se descobre a utilidade da vuvuzuela. Numa partida mal disputada, chata, com raras oportunidades de golo, só aquele ruído de vespeiro terá impedido que muito boa gente adormecesse, em especial na primeira parte. Repete-se o resultado de 2002, com a mesma má qualidade de jogo, e cumpre-se assim a tradição: o Uruguai não perde com a França em fases finais.
O jogo começou de forma atabalhoada, bola a circular pelo ar, muita luta e pouco discernimento. Por fim, Toulalan e Ribery conseguiram colocar a jabulani ao nível da relva, mas a França mostrava-se incapaz de ultrapassar o concentrado trio de centrais sul-americano, optando pela meia-distância na procura do golo. A melhor oportunidade acabou por surgir de um livre directo sobre a meia esquerda, mas Muslera correspondeu bem, tirando do seu ângulo direito o remate forte e colocado de Gourcouff.
O Uruguai, por sua vez, com dois médios-centro extremamente limitados na construção de jogo, laterais tímidos na abordagem ofensiva e um organizador completamente ausente, procurava insistentemente as costas da defesa gaulesa, que respondia bem no fora de jogo. Dá pena ver uma dupla como Forlan e Suarez ser tão mal apoiada. Apesar de tudo, Diego Forlan não se cansou de correr, caindo amiúde nas alas e recuando no terreno, ora na tentativa de desposicionar a defesa adversária, ora procurando apoiar a transição ofensiva.
A segunda parte trouxe alguma velocidade inicial, mas tudo foi ilusório. O futebol prosseguiu mastigado, amorfo, e nem uma expulsão infantil de Ladeiro contribuíu para agitar o jogo. Para a História dos Mundiais fica mais um recorde de Henry - entrou na segunda parte e passa a ser o francês com mais torneios disputados - e nada mais.
HOMEM DO JOGO: 10 Diego FORLAN