O dia futebolístico começou por colocar em confronto as duas selecções mais cotadas do grupo E, uma conhecida pela solidez defensiva e avidez pelo contra-golpe e a outra recordada pelo ataque continuado, imaginativo e produtivo. Na Dinamarca os receios de que Bendtner não estivesse a 100% não contrastavam com a impossibilidade da Holanda apresentar Robben.
Engalanado, o Soccer City de Joanesburgo viu a selecção das tulipas iniciar o encontro com a habitual sucessão de passes e desmarcações mas sem a profundidade que desejavam nas laterais ou fluidez nas zonas mais centrais uma vez que os dinamarqueses muito raramente quebravam a sua laboriosa e rígida sociedade onde centrais Kjaer e Agger se destacavam. E a primeira parte foi muito isto, construção holandesa sem perigo e onde van der Vaart não se entendia com Sneijder em contraste com corridas desenfreadas dos vikings com o objectivo de servir o perdulário Bendtner que permitiu a saída para intervalo sem golos.
O recomeço da partida foi a abertura do ferrolho, uma bola que parecia de fácil resolução por Simon Poulsen foi afinal projectada para as costas de Agger que definiu a direcção das redes inaugurando ali o marcador para a Oranje. E quem esperava a partir daí um jogo mais aberto por parte dos dinamarqueses, sentiu-se defraudado e nem a entrada de Gronkjaer permitiu retocar o cinzentismo dinamarquês. Pelo contrário, a saída de van der Vaart para entrada de Elia terminou com quase todas as veleidades adversárias e ajudou a definir uma postura mais agressiva e fluída na ala esquerda. Dito isto, não foi por acaso que em mais um raide de Elia a bola do poste sobrasse para Kuyt sentenciar o encontro.
Para a Holanda pareceu a continuação lógica da fase de apuramento, com os golos e a vitória mas sem brilho nem Robben ainda assim o objectivo foi cumprido. A Dinamarca tem dois jogos para se fazer valer e disfarçar as suas limitações.
Melhor em Campo: 10 Wesley SNEIJDER