Dos tempos em que o Naranjito era ícone de um Mundial ou nas campanhas pelo Werder Bremen alguns anos mais tarde, Winton Rufer surgiu-me como o único jogador neozelandês que a minha memória recordava. De Espanha, a sua única participação, carregaram três derrotas expressivas e só este ano voltaram ao palco mundial. Da Eslováquia e na sua primeira década de existência, sugeriu-se-me a ideia como a herdeira menos contundente da Checoslováquia da Cortina de Ferro. Marcaram aqui a sua estreia.
Sentiram-se a sofreguidão, as mãos transpiradas do nervoso, a tentativa de jogar pelo livro e sem os erros de principiantes que são. A Eslováquia, centro-europeia eslava e fria, tomou como seus os cordelinhos e foi a primeira a encarar o adversário e a empurrá-lo para linhas mais recuadas. E fê-lo durante cerca de meia hora, período após o qual os neozelandeses equilibraram e consolidaram o seu meio-campo proporcionando a partir desse momento uma teórica igualdade de forças em todos os períodos do jogo. Inclusivé na zona de decisão, ainda que muito timidamente.
A segunda parte abriu com o golo de Vittek e pareceu resultado da maior agressividade imposta no regresso das cabinas eslovacas. Mas era só uma suposição momentânea, a postura enérgica mas quase ingénua das duas equipas mantinha-se, nomeadamente nos nossos antípodas geográficos que arriscaram mais em substituições atacantes em busca do golo de ponto. Não aproveitariam os europeus os constantes buracos na renda dos All Whites, seriam os da Oceânia a carimbar o seu primeiro golo em mundiais – recompensa pela estoicidade e bravura.
Grupo empatado.
Homem do Jogo: 11 Robert VITTEK