Vida difícil para a Holanda no embate entre líderes do grupo. Bem posicionado e organizado defensivamente, o Japão cedeu a bola e fechou bem os espaços, limitando toda a organização laranja. As estatísticas dizem-nos que a formação nipónica teve pouco mais de um terço da bola, mas até ganhou mais um canto que o adversário e tentou o remate por mais vezes. Sneijder exemplificou as dificuldades por que passou a Holanda, incapaz de pegar no jogo e com uma percentagem de passe inferior ao habitual. Frente à Dinamarca até errou mais um passe que hoje, mas também o tentara em mais 29 ocasiões.
O jogo acabou por valer pelos minutos iniciais e finais do segundo tempo. As ordens de Bert van Marwijk ao intervalo terão surtido efeito, já que a Orange regressou mais acutilante, com a linha defensiva mais subida e uma mobilidade ofensiva até então inexistente. Van Persie ameaçou duas vezes e Sneijder abriu o marcador. Um remate forte, à sua imagem, mas com grandes responsabilidade para o guarda-redes nipónico.
A Holanda abrandou então o ritmo, com Van Bommel a assumir o comando, e o Japão foi respondendo preferencialmente pelo seu lado esquerdo, procurando o golo, sempre por Okubo, através da meia-distância. O jogo prosseguiu morno e ganhou vida inesperada na ponta final. O perdulário Afellay teve duas oportunidades soberanas mas permitiu que Kawashima se redimisse. E ao cair do pano, Ojasaki quase empatava a partida.
Praticamente apurada, a Holanda tarda em demonstrar futebol consentâneo com a sua tradição. Talvez a fase do mata-mata nos traga o futebol de ataque que apaixona tanta gente, mas neste momento é difícil acreditar na potencialidade desta selecção. A ausência de Robben explicará tudo?
HOMEM DO JOGO: 6 Mark VAN BOMMEL