Não vale a pena provocar Luis Fabiano. Quando a meio da primeira parte um Kolou Toure cheio de moral resolveu fazer aquele número das palmas e dos saltinhos, o Fabuloso deve ter pensado "espere que eu já mostro o que te faço". Dois minutos passaram até que Koulou Toure viu o brasileiro escapar-se e assistiu ao inaugurar do marcador deitado na relva. Na segunda parte o avançado passou a bola por cima da sua cabeça e bisou. Um golo que juntou raça, técnica e manha. E uma "mão santa" ao que parece.
Robinho construiu a primeira oportunidade de jogo ainda o minuto inicial não se completara. Mas a perspectiva de um jogo aberto diluiu-se por entre livres directos e indirectos que não produziam perigo às redes adversárias. O primeiro canto surge apenas aos 20 minutos e só há oportunidade de golo real quando Fabiano inaugura o marcador. Dois remates, um golo, a imagem da eficácia ofensiva brasileira.
A Costa do Marfim reage minutos mais tarde, já depois das câmaras mostrarem uma curiosa imagem de Eriksson (pensativo porém apático), por iniciativa de Drogba e Kalou que pedem aos seus companheiros para subirem no terreno. Tentando explorar o envergonhamento de Bastos, o lado direito produz um par de iniciativas interessantes que levam a bola à área canarinha. Mas é através da meia distância de Kalou que a Costa do Marfim se mostra a Júlio César.
O reatamento não teve história até ao segundo golo do Fabuloso. E Drogba deu finalmente um ar da sua graça quando, solto entre os defesas neroazurris do Brasil, se elevou e cabeceou cruzado, bem perto do poste de Julio César. Por esta altura a canarinha tinha o jogo sob controlo e o terceiro surgiu sem surpresa, por entre duas ou três ameaças de colocar Drogba e Cia. no centro do meinho. Só com a entrada de Romaric os Elefantes, sempre muito duros na abordagem aos lances, voltaram a dar algum trabalho à defesa brasileira. Drogba acabaria por reduzir a 10 minutos do fim, mas a partir daí nada de relevante, pelo menos do ponto de vista futebolístico, se passou.
O Brasil é a segunda equipa a qualificar-se, sem brilho mas com o peso das individualidades que se tornará ainda mais evidente na fase a eliminar. Podia falar da arbitragem, mas isso daria imenso trabalho. Limito-me a uma simples adjectivação: anedótica.
HOMEM DO JOGO: 9 LUIS FABIANO