Foi o grande murro no estômago da primeira jornada, a selecção espanhola havia sido derrotada pelos helvéticos. Foram dois anos de bajulações justificadas ao futebol praticado pelos espanhóis, esteticamente atraente e eficaz mas que se esbateu na ineficácia finalizadora que invadiu a Roja. Uma cura de humildade, pedia-se logo a seguir no site da Marca.
O Ellis Park de Joanesburgo recebeu no último encontro do dia duas selecções de língua castelhana, no que foi o único ponto de contacto dos dois conjuntos. Não se rogava nada às Honduras, o milagre da qualificação tinha sido conseguido mas ao onze escalado juntaram a vontade a alguma qualidade na posse de bolas, passe e posicionamento. E foram atrevidos. Mas a insolência tem um preço quando David não pode com Golias e a uma tentativa de remate de Suazo seguiu-se uma saída desastrada do anormalmente inquieto Casillas que desencadeia um ataque rápido da Roja. O resto foi com David Villa, três dribles e um remate em arco deu um golo para recordar - jogadores com este tipo de recursos nunca serão egoístas, têm ordem para atirar sempre que o sentirem. Não é que os centro-americanos se tenham tornado displicentes mas o conjunto espanhol passou a liderar todas as acções e a desperdiçar golos em catadupa.
O intervalo parecia retemperador quando seis minutos depois do recomeço Villa voltou a marcar. Estaria encontrado o caminho para as redes hondurenhas? Não, Los Catrachos não desmoralizaram e mantiveram uma postura competitiva de elogiar, concentração em todas as linhas tentado complicar ao máximo a vida dos europeus, principalmente nas suas manobras defensivas uma vez que o ataque hondurenho se mostrava bastante apático e dificilmente abalava o sector mais recuado dos espanhóis. Antes da monotonia dos últimos dez minutos, houve ainda tempo para Villa falhar o penalty que lhe permitia fazer o hat-trick (dos verdadeiros).
Aos de Del Bosque serviram os três pontos, o reencontro por obstinação com as redes e o sentimento de que a receita está para durar. Os hondurenhos, como já tinha sucedido ante o Chile, bateram-se com valentia e venderam cara a derrota. Ei-la, frase feita certeira.
Melhor em Campo: 7 David VILLA