Tinha tudo para ser um jogo entusiasmante. De um lado e do outro existem grandes intérpretes em todos os sectores pelo que almejar um jogo agitado e com golos não seria um absurdo.
O onze escalado por Carlos Queiroz assentou num conservadorismo que se espelhou na primeira parte portuguesa. Com muito pouca ambição de ter a bola o jogo luso concentrava-se na tarefa de impedir e destruir sentenciando a fase de construção que, quando sucedia, respingava em Cristiano Ronaldo ou soçobrava em Danny. Os ditames queirosianos de contenção não mais provocaram que fazer com que os seus pupilos pudessem ser confundidos com parentes pobres da arte futebolística, uns submetidos e pequeninos no desejo de equilibrar as forças em confronto. Aos rapazes de Dunga notava-se a vontade de chegar às redes portuguesas mas um défice na decisão e liderança. Jogavam para a baliza com os típicos passes curtos e tentativas de um para um mas tudo saiu atabalhoado.
Houve alterações na segunda parte. Ou simulacros de alterações. A entrada de Simão manteve a ideia que surgiu no reatamento de que Portugal queria mudar a história do jogo, futebol mais positivo. Puro engano, se aos brasileiros a falta de clarividência tornava-se risível aos portugueses viam-se os mesmos sprints, pouco apoio nos movimentos de ataque mas um elogioso desempenho das linhas mais recuadas.
Foi pois um jogo sem sumo, sem gomos, sem caroços. Uma ou outra quezília, festa nas bancadas, as vários câmaras passíveis de explorar durante o encontro. Uma chatice.