Argentina
Foi uma fase de qualificação sinuosa até ao golo de Palermo contra o Peru no dilúvio do Monumental. E de sofrimento será feita a campanha africana. A selecção das Pampas é o sonho de qualquer fã de jogadores de ataque, aqui e ali de classe mundial e aí apresentam-se Messi, Agüero, Higuaín e até Di Maria. O pesadelo, esse surge nas zonas de recuperação e construção onde o centro da defesa é débil e não existe substituto à altura para o importantíssimo Mascherano, capitão alviceleste e extensão do treinador em campo.
A Figura: Diego Armando Maradona – este não será um Mundial de jogadores, será o dos treinadores e das suas equipas. Entre os melhores, Lippi e Capello, e entre os estatutários, Dunga e Maradona, se decidirá o ceptro. No caso argentino, a figura controversa d’El Pibe é bem mais mobilizadora que a sua frente de ataque.
Nigéria
Em finais de Fevereiro, a dupla sueca Lars Lagerbäck/Tommy Soderberg foi chamada a liderar a selecção das super águias. Num grupo complicado e de quatro continentes, Taiwo, Obi Mikel, Obina e Yakubu têm na primeira jornada o desafio-chave para se poder compreender as reais capacidades destes nigerianos de sotaque nórdico que quererão ser legítimos sucessores dos heróis do EUA’94.
Jogador-Chave: Nwankwo Kanu – assinará na África do Sul o seu terceiro Mundial e o seu ocaso internacional, fará da sua experiência um trunfo.
Coreia do Sul
Não falham uma edição do Mundial desde 1996 mas jamais se esquecerão da campanha de 2002, onde fabricaram um acontecimento irrepetível. Depois de Hiddink, os sul-coreanos voltaram às raízes, vai daí Huh Jung-Moo é o homem que apontará à Grécia e Nigéria os seus tigres asiáticos.
Jogador-Chave: Ji Sung Park – o capitão, o mais experiente, o mais internacional, um jogador que alia na rapidez, na capacidade de sacrifício táctica e experiência europeia ao mais alto nível os superlativos que o tornam a figura maior.
Grécia
Talvez a única aliança helénico-germânica que tem dado grandes resultados. Desde o Euro’04, Otto Rehagel não tem desiludido os gregos, o futebol pode ser pouco atraente mas sumariza objectivos. Se Rehagel não for Merkl, que os do Olimpo se tranquilizem nos pés de Ninis, na cabeça de Katsouranis e no astuto Gekas.
Jogador-Chave: Georgios Karagounis– é o cérebro atacante da equipa. Um jogador que galvaniza o meio campo ofensivo, assiste e é letal nas bolas paradas. Vai marcar.
Opinião
A Argentina é a óbvia favorita para um dos lugares de qualificação, mesmo com algumas debilidades identificadas. O outro lugar em aberto, primeiro ou segundo, será da Grécia. Não se pense que a Nigéria e a Coreia do Sul serão meros figurantes e não serão complicados de defrontar, mas temo que estejam a um nível inferior.