O diário espanhol Marca sempre tão incisivo nas suas capas hoje acusou o toque da 1ª página do Record:
Llegó el gran día. España y Portugal medirán sus fuerzas a partir de las 20.45 horas en el Arena Green Point de Ciudad del Cabo en busca de un puesto en los cuartos de final. Un partido apasionante que el diario portugués Record ha simbolizado como si se tratara de una corrida de toros: La Roja es el Miura y Cristiano Ronaldo, el torero.
'Hoy gran faena', titula Record en su portada
En su portada de este martes, aparece Cristiano Ronaldo dando un muletazo con la camiseta de Portugal a un toro bravo. 'Hoy gran faena', titula Record. Y añade: "los españoles esperan que Cristiano no tenga su día".
Además, se hace eco de las declaraciones de Queiroz. "Tenemos que correr riesgos", avisa el seleccionador portugués. O lo que es lo mismo: Queiroz tiene miedo a que Cristiano Ronaldo y su cuadrilla se lleven alguna que otra cornada de una Roja que saldrá a comerse a los toreros portugueses.
Esperemos que mañana Record tenga que sacar una portada en la que aparezca el torero Cristiano Ronaldo cortándose la coleta. Eso significará que Portugal está eliminada del Mundial y España en los cuartos de final.
Guarde-se os jogos deste Grupo H num dvd para que se possa mostrar a quem quiser entender o que é a falta de lógica total em alta competição no futebol. Um grupo que desafiou todas as teorias para que jornada a jornada as equipas tratassem de baralhar as contas todas.
À entrada para este último jogo o cenário era dramático para Chile e Espanha, isto porque os campeões da europa tinham de vencer para não irem embora e os sul americanos não podiam perder sob pena de as suas duas belas vitórias não servirem para nada em termos de qualificação. Isto porque era de esperar que Suíça despachasse as Honduras sem problemas.
Portanto era de esperar uma entrada a matar dos espanhóis mas tudo o que se viu foi apenas uma tentativa num remate de Torres ainda em recuperação de forma. De resto só deu Chile. Futebol alegre, solto, ofensivo, aberto e a Espanha a ter muitos problemas para agarrar no jogo. E quando se pensava que podia sair um golo do Chile surge um contra ataque pela esquerda com Torres a tentar chegar a uma bola que surpreendentemente é roubada pelo guarda redes Bravo que foi quase até à linha lateral defender, só que a bola sobra para Villa que atira de primeira para a baliza em arco num golo cheio de classe. E assim a Espanha passava de aflita a líder do grupo. Só com um golo inesperado.
Esperava-se forte reacção chilena mas o que se viu foi uma tentativa de suícidio ao consentirem o 2º golo e ao mesmo tempo ficarem reduzidos a 10 por expulsão de Estrada!37' e Iniesta dava descanso à Espanha que de repente ficou confortável para ser apurada.
Ao intervalo estranhava-se o empate a zero da Suíça que continuava a ameaçar baralhar as contas caso marcasse. Por isso esperava-se uma entrada forte do Chile na 2ª parte. Confirma-se o chile a procurar um golo que aparece por Millar aos 47' e dá todo um novo alento ao jogo. Adivinhava-se um ataque à baliza de Casillas e sofrimento para os espanhóis. Mas mais uma vez as previsões falharam. A Espanha acentou o seu jogo e passou a controlar a partida. O Chile ia começando a acreditar no milagre das Honduras se aguentarem contra a Suíça.
O resto do jogo acabou por ser morno contrariando as altas expectativas, a culpa foi do outro jogo do grupo que caminhava para o fim a zero.
Afinal a derrota serviu ao Chile e a Espanha teve um 3º jogo muito mais tranquilo do que pensava.
No fundo, houve justiça neste grupo e passaram mesmo as duas melhores equipas e isto é que é uma surpresa total, justiça no futebol é coisa rara.
Segue-se um duelo sul americano entre Brasil e Chile e um duelo Ibérico. Até hoje nunca perdemos com espanhóis em fases finais de Europeus, porque esta vai ser a estreia da "guerra" ibérica em Mundiais.
Melhor em Campo: 21 DAVID SILVA
Prognósticos da "Jabu": vejo Drogba a marcar, mas também vejo o Tae-Se a marcar, quem der o último suspiro mais cedo poderá sair vencedor.
Foi o grande murro no estômago da primeira jornada, a selecção espanhola havia sido derrotada pelos helvéticos. Foram dois anos de bajulações justificadas ao futebol praticado pelos espanhóis, esteticamente atraente e eficaz mas que se esbateu na ineficácia finalizadora que invadiu a Roja. Uma cura de humildade, pedia-se logo a seguir no site da Marca.
O Ellis Park de Joanesburgo recebeu no último encontro do dia duas selecções de língua castelhana, no que foi o único ponto de contacto dos dois conjuntos. Não se rogava nada às Honduras, o milagre da qualificação tinha sido conseguido mas ao onze escalado juntaram a vontade a alguma qualidade na posse de bolas, passe e posicionamento. E foram atrevidos. Mas a insolência tem um preço quando David não pode com Golias e a uma tentativa de remate de Suazo seguiu-se uma saída desastrada do anormalmente inquieto Casillas que desencadeia um ataque rápido da Roja. O resto foi com David Villa, três dribles e um remate em arco deu um golo para recordar - jogadores com este tipo de recursos nunca serão egoístas, têm ordem para atirar sempre que o sentirem. Não é que os centro-americanos se tenham tornado displicentes mas o conjunto espanhol passou a liderar todas as acções e a desperdiçar golos em catadupa.
O intervalo parecia retemperador quando seis minutos depois do recomeço Villa voltou a marcar. Estaria encontrado o caminho para as redes hondurenhas? Não, Los Catrachos não desmoralizaram e mantiveram uma postura competitiva de elogiar, concentração em todas as linhas tentado complicar ao máximo a vida dos europeus, principalmente nas suas manobras defensivas uma vez que o ataque hondurenho se mostrava bastante apático e dificilmente abalava o sector mais recuado dos espanhóis. Antes da monotonia dos últimos dez minutos, houve ainda tempo para Villa falhar o penalty que lhe permitia fazer o hat-trick (dos verdadeiros).
Aos de Del Bosque serviram os três pontos, o reencontro por obstinação com as redes e o sentimento de que a receita está para durar. Os hondurenhos, como já tinha sucedido ante o Chile, bateram-se com valentia e venderam cara a derrota. Ei-la, frase feita certeira.
Melhor em Campo: 7 David VILLA
CURA DE HUMILDAD
É com este título que a Marca abre a sua análise à maior surpresa do Mundial. Foi preciso esperar pelo último jogo da 1ª jornada para vermos um resultado verdadeiramente inesperado. Os espanhóis, campeões europeus, levaram um balde de água fria depois de nas últimas semanas andarem a "escolher" os parceiros para a final.
A "roja" tem um sério problema com jogos na África do Sul. Recordemos que há um ano foi ali que perderam a invencibilidade que já durava há 35 jogos numa partida com os Estados Unidos da America e hoje a Suíça, mesmo sem Alexander Frei, terminou com uma série de 12 jogos sem perder dos espanhóis. Isto ao 50º jogo da Espanha em Mundiais.
Mas não se pense que a Espanha perdeu por fazer fraca exibição. Este foi o jogo típico do favorito a atacar o tempo todo e o menos forte a defender-se bem, com sorte, e a aproveitar que tudo saía bem para fazer um golo.
A Espanha teve 73% de posse de bola tentou 30 vezes rematar à baliza, contra 11, teve 12 cantos, contra 3. Mas o melhor que fez foi acertar na trave de Diego Benaglio por Xabi Alonso, a Suíça depois respondeu na mesma moeda com Derdyiok a fazer o mesmo, e nem mesmo as entradas de Torres e Navas em campo mudaram a sorte do jogo.
A organização da Suíça encontrou-se com o rigor alemão do timoneiro Ottmar Hitzfeld e tornou-se impossível ultrapassar a defensiva helvética. Se Os campeões europeus já estavam nervosos com o nulo então depois do golo de Gelson Fernandes (nascido em Cabo Verde) entraram em desespero. Golo que surgiu após um longo pontapé do guarda redes Diego para a frente onde Derdyiok recolheu e não conseguiu bater Casillas sobrando para o herói Fernandes.
Del Bosque tentou de tudo mas não conseguiu evitar nova derrota na África do Sul. Depois da histeria que se instalou no país vizinho após a recente goleada à Polónia os ânimos acalmaram e as contas deste grupo ficaram todas baralhadas.
Com este resultado a Suíça aumenta para 484 minutos sem sofrer um golo em Mundiais após 5 jogos!
com esta surpresa fecha-se a 1ª jornada do Mundial 2010.
Melhor em Campo: 16 Gelson FERNANDES
De passagem pelo site do Eurosport, que prepara a cobertura total do Mundial, reparei que os rapazes já elaboraram um ranking das selecções que compõe o mundial. Claro que eles não afirmam que o primeiro lugar, que é a Espanha, vai vencer a competição africana, mas sempre será melhor e mais próximo do objectivo estar em primeiro do que em 9º como Portugal.
Espanha lidera esse ranking seguido do Brasil e Holanda, fechando o top 3. Depois seguem-se Alemanha, Holanda, Itália e Argentina. Portugal, como já disse, ocupa o 9º lugar atrás dos EUA. Em último lugar vem a Coreia do Norte, obviamente.
E vocês já pensaram nas vossas 3 escolhas para possível vencedor do torneio da África do Sul? Espanha, Brasil e Portugal, eu sou muito patriótico e cego, são as minhas escolhas!
Espanha
Uma das principais favoritas ao título mundial, a actual campeã europeia fez uma qualificação irrepreensível, vencendo todos os jogos disputados e atingindo a marca dos 2,8 golos por jogo (média apenas superada pela Inglaterra). É uma equipa fortíssima em todos os aspectos. Se Fernando Torres aparecer na sua melhor forma, apresentará umas das mais temíveis duplas atacantes do Mundo. No miolo não há espaço para juntar Xavi, Alonso, Iniesta e Fabregás no 11, motivo mais que suficiente para que os seleccionadores presentes (mesmo Dunga e Capello) se roam de inveja. Na defesa conta com um Piqué em progressiva afirmação e que terá sido a grande figura defensiva da temporada europeia. Sobra ainda aquele que será o trio mais forte de guarda-redes da competição. Serão estes argumentos suficientes para quebrar a malapata dos quartos de final? É que a Fúria Espanhola só derrubou essa barreira numa ocasião. E já lá vão 60 anos...
Homem chave: Xavi Hernández- O melhor jogador do Euro 08 voltou a fazer uma época fantástica no Barcelona. Na sombra do génio de Messi, é Xavi quem coordena todo o futebol 'culé'. Na selecção as coisas não são muito diferentes e é na sua capacidade de liderança, sentido táctico e qualidade de passe que assentará o possível sucesso dos nossos vizinhos.
Suiça
Segunda presença consecutiva em Mundiais, nona no total, é comandada pelo alemão Ottmar Hitzfeld, que fez grande parte da sua carreira como futebolista na Suiça. A inexperiência das Honduras e a juventude do Chile garantem boas perspectivas de passagem aos oitavos de final, mas dificilmente terão capacidade para repetir os quartos de final alcançados em 1934, 1938 e 1954. A sua força reside no meio-campo, onde pontificam o "italiano" Inler, o "francês" Gelson Fernandes, o "britânico" Behrami e o "germânico" Tranquilo Barnetta, mas a coesão defensiva do bloco que actua à frente do nosso conhecido Diego Benaglio é igualmente importante. O ataque estará entregue a Nkufo e ao experiente Alexandre Frei, ambos com 5 golos no apuramento.
Homem chave: Tranquillo Barnetta- O jogador do Bayer Leverkusen é o típico dinamizador do futebol pelas alas, que garante profundidade ofensiva a qualquer equipa. Procura a linha para servir os avançados, mas também pode ser perigoso nas diagonais.
Honduras
Tal como a Nova Zelândia, estreou-se em Espanha e faz agora a sua segunda participação na fase final do Mundial. Em 1982 arrancou dois empates. Curiosamente, um deles obtido frente ao anfitrião, que volta agora a cruzar-se com os 'catrachos'. As Honduras, que poderá ser uma das poucas selecções a surgir na África do Sul com uma táctica de 3 centrais, apresenta um colectivo equilibrado, mas é no meio-campo e no ataque que se encontram os seus principais destaques. Amado Guvera, de 34 anos, 133 internacionalizações, enverga a braçadeira e lidera a equipa no relvado, auxiliado na cobertura defensiva por Wilson Palacios, figura em destaque no apuramento do Tottenham para as competições europeias. No ataque, apesar do brilho mediático de Suazo, é Carlos Pavon quem se destaca, forçando o ex-benfiquista a recuar no terreno e a servir o ponta de lança em vez de ser ele o servido. E os adeptos ainda choram a ausência, por lesão, de Carlos Costly. Só Pavon marcou mais golos que ele durante o apuramento.
Homem chave: Carlos Pavón- É o melhor marcador de sempre na selecção e já passou 2 vezes pela Europa, mas sem grandes resultados. Primeiro em Espanha, no Saragoça, depois em Itália, na Udinese e Nápoles, marcou um único golo em 29 jogos que se dividem por 3 épocas. Nas Honduras a história é outra e o jogador que, com outro sucesso, também já passou pelos campeonatos mexicano e norte-americano, é o ídolo dos jovens locais. No Real España, da cidade de San Pedro Sula, marcou 19 golos na última época.
Chile
O Chile foi a grande surpresa da qualificação da CONMEBOL, terminado em 2º com os mesmos pontos do Paraguai e o máximo goleador do apuramento: Humberto Suazo, que deverá falha os primeiros jogos da competição devido a um estiramento muscular. Com Claudio Maldonado fora dos planos de Marcelo Bielsa, é Matias Fernandéz quem no relvado lidera uma equipa irreverente pela sua juventude e de pendor nitidamente ofensivo. O sportinguista é bem acompanhado nas alas pela velocidade do extremo Mark González e pelo virtuosismo e poder de explosão de Alexis Sanchez. Regressam aos Mundiais após duas edições de ausência. O Chile, como anfitrião, classificou-se na terceira posição em 1962.
Homem chave: Humberto Suazo- Figura chave no apuramento, actuou em todas as partidas e marcou 10 golos. Menos influente no seu clube, ainda assim disputou metade dos jogos do Saragoça na Liga Espanhola, terminando a época com uma marca interessante: 1 golo a cada 3 jogos. A lesão sofrida a escassos dias do início da competição é a principal dor de cabeça para Marcelo Bielsa.
Opinião
No grupo de onde sairá o possível adversário de Portugal nos oitavos de final, a Espanha é a clara favorita. As Honduras não deverão ter capacidade para ombrear com Chile e Suiça, que entre si deverão disputar a segunda vaga de acesso. Aposto claramente na maior experiência dos europeus.
O mundial está mesmo prestes a iniciar-se, mas ainda há tempo para alguns jogos amigáveis. Assim sendo, aqui fica a lista do amigáveis que ainda pode assistir e quem sabe ver algumas surpresas tal como aconteceu com a China a vencer a França por 1-0.
Sábado, 5 Junho
Holanda - Hungria
Austrália - EUA
África do Sul - Dinamarca
Gana - Letónia
Argélia - EAU
Roménia - Honduras
Eslováquia - Costa Rica
Sérvia - Camarões
Suiça - Itália
Domingo, 6 Junho
Nigéria - Coreia do Norte
Segunda, 7 de Junho
Tanzânia - Brasil
Terça, 8 de Junho
Portugal - Moçambique
Espanha - Polónia
Quarta, 9 de Junho
Chile - Nova Zelândia