Sexta-feira, 02 DE Julho 2010

Reedição de um confronto (já) clássico, o encontro de duas das mais famosas escolas de futebol de ataque que já não o são. É curiosa a nostalgia pelo futebol da tal Laranja Mecânica, a mesma que nunca ganhou nada mas deu o futebol total, o Ajax da década de 70 e duas finais consecutivas em mundiais. O Brasil. Que há a dizer do Brasil a não ser que aquele Espanha'82 demonstrou que não há vencedores anunciados mesmo quando o futebol é de primeira água?

Hoje no Nelson Mandela Bay de Port Elizabeth houve qualquer coisa daquele Holanda vs Brasil de 1994, não no resultado ou nos esquemas tácticos. A semelhança aconteceu na preponderância de uma e outra equipa em cada uma das duas partes com a diferença de que não houve nenhum Branco para travar o ascendente holandês. Um jogaço, para gravar e recordar. Dois desenhos tácticos evoluídos, práticos mas complexos de contrariar. Com intérpretes da estirpe destas duas equipas, a obrigação é a de darem a ver um espectáculo grandioso. Não se acanharam, aos níveis físico, técnico, táctico e até mental foi um jogo para ir para a prateleira dos clássicos intemporais.

Entrou muito bem o Brasil do contestado (mas mal) Dunga. Começou tão bem que até num oásis onde antes existia areia e num extraordinário assomo de visão de jogo e qualidade técnica, Felipe Melo faz um passe que inutilizou sete jogadores da equipa holandesa e deu a Robinho para concluir. Foi à passagem do nono minuto. E se desde o apito inicial as coisas corriam de feição, nunca mais os canarinhos perderam controle em todos os momentos do jogo. Aos holandeses sentia-se que lhes faltava algo, uma peça que ocupasse a zona central do meio-campo, terra de Melo e não raramente de Dani Alves. Foi assim que Melo emergiu como mvp até ao intervalo, sem homem em cima só tinha de se preocupar com o jogo. Nesse territórios compôs-se o fado dos primeiros 45 minutos e deu-se folga a Sneijder, Robben e Kuyt. Se sem bola não se faz nada, então que se acertem as marcações na defesa. Nada mais surgiu como apontamento nesse aspecto.

Conhecendo esta Oranje o intervalo só poderia fazer maravilhas. Têm 'plano b' e o mesmo pode ser aplicado sem substituições, tem sido esse o trunfo de van Marwijk. Virou o jogo e apenas com a subida uns 2-3 metros de van Bommel. Parecia um grito irresponsável mas o Brasil como era deixava de existir. Melo, tenho de voltar a ele, começou a ter o trabalho que não gosta: ter gente por perto, ter de recuperar bola e dá-la jogável. Tinha de deixar de ser menino mas não conseguiu, passou a réu. Deve ser o período temporal perfeito para se iniciar uma recuperação no marcador entre dois grandes e o tal Felipe Melo deu uma ajuda num lance em que Júlio César também não sai inocente, a falta de comunicação deu golo aos 53 minutos. Estava lançado o mote para os de laranja. Não mais se submeteram, a partir daaqui a bola era deles, os laterais brasileiros que se cuidassem. Resignado porque perdia inevitavelmente profundidade, Dunga apressou-se a substituir o amarelado Michel Bastos, a cause de Robben, por Gilberto. E o Melo? Não, esse sairia pelos próprios meios após uma expulsão demonstrativa do pânico que o assolava, poucos minutos após a concretização da reviravolta holandesa. O golo de Sneijder e a desfaçatez de Melo terminaram com qualquer perspectiva razoável de re-equlibrio de forças.

O Brasil suou mas nada mais pode escrever nas páginas deste Mundial apesar de todas as boas facetas que mostrou ao longo da prova. Ganhou muito bem a Holanda, tem muito futebol, tem jogadores e tem a motivação (até para virar resultados) já o escrevia há dias. O Hup Holland Hup pode fazer-se ouvir.

Melhor em Campo: 6 Mark VAN BOMMEL

publicado por Spinafro às 18:32
Depois de dois dias de descanso, o mundial volta e em força: estão aí os quartos de final! Quais são então os dois embates do dia? Quais serão os vencedores do dia?

Contas antigas (Holanda - Brasil; 15:00; Estádio Port Elizabeth)
HolandaHolanda BrasilBrasil
Quem tem o futebol mais bonito? Na história do futebol mundial dos tempos modernos, leia-se a partir dos anos 70, surgiu em todo o mundo duas grandes escolas que apoiam o futebol bonito. Nenhuma conseguiu ser campeã do mundo, a Holanda em 78 e o Brasil em 82. Isso teve o seu impacto. Enquanto a Holanda continuou a lutar pelo futebol "totalista", o Brasil abandonou quase por completo o futebol "mágico".
É certo que a Holanda para ser considerada ao nível da "laranja mecânica" de Cruyf ainda lhe falta algum... sumo. No entanto, apesar de neste mundial apresentar-se num esquema mais pragmático, onde os laterais estão bem mais contidos, nas suas funções atacantes (vide o jogo frente à Eslováquia), o que é certo é que ainda não perderam e apenas concederam golos através da marca da grande penalidade. Nada mal, mesmo!
Continuo a pensar que embora não seja uma "laranja", mas sim uma "clementina", ainda há sumo bem docinho para ser exprimido. Talvez agora com o regresso do seu jogador-estrela, Robben, eles consigam descolar melhores exibições. Mas, os problemas por melhor mascarados que tentam ser, têm a tendência para vir ao de cima. Começou já com a insatisfação de van Persie, que embora seja titular da equipa, sente que poderia render muito mais noutra posição. Será que van der Vaart irá ser o próximo a demonstrar desconforto? Ou será que Hunterlaar irá ter aqui a sua grande oportunidade, e logo frente aos rivais dos "últimos" mundiais (1994 e 1998) brasileiros? Uma coisa é certa, o 4-3-3 (4-2-3-1) é para manter! Mas, e se estiverem a perder qual será o plano B?
O Brasil é talvez a selecção que mais mudou a nível de estilo e filosofia de jogo, nas últimas décadas. Se em 1982, o futebol "mágico" canarinho, não resultou numa conquista, tendo inclusivé marcado a alteração dessa filosofia, já em 1994, conseguiram atingir o tal aclamado objectivo, mas num estilo mais pragmático. O Brasil moderno, continua a ter grandes executantes, mas opta por uma postura demasiado defensiva para o colectivo que possui. É esta a grande crítica que todos fazem ao escrete.
Será que o 4-1-2-1-2, ou até mesmo o 4-2-3-1 canarinho poderia funcionar de forma mais elegante? Esta é a grande pergunta que se coloca aos penta-campeões mundiais. Em termos de rostos, do onze titular, Ramires será a grande baixa, pois tem sido um suplente de luxo no escrete. Impedido por acumulação de amarelos, coloca a dúvida sobre se será Elano (um grande artista), ou será o Josué (a pequena formiguinha), ou será o Felipe Melo (o agressivo) a fazer aquela posição do meio-campo. Quase certo nesta zona do terreno está Dani Alves que tem vindo em crescendo a nível exibicional. Já agora, o que fará Dunga se o Brasil encontrar-se em posição de desvantagem? É que do que se viu, tanto Nilmar como Grafite, parecem corpos estranhos nesta filosofia de jogo, não acham?
Prognósticos da "Jabu": este é claramente um jogo de tripla! Ganhará quem for mais forte a nível mental e nos duelos individuais. Destaques do jogo: Robben contra Michel Bastos e Kaká contra van Bommel/De Jong.
África reunida em torno de uma só equipa (Uruguai - Gana; 19:30; Estádio Soccer City)

UruguaiUruguai GanaGana
Grande encontro que se perspectiva. Frente a frente, duas selecções que visam fazer história. É certo que o Uruguai, mesmo sendo um país minúsculo é concerteza uma das potências futebolísticas mais antigas da história. No entanto, tem vivido um pouco do passado, regressando este mundial a um lugar entre os melhores. Por seu turno, os jovens ganeses, depois de conquistarem triunfos em escalões jovens, querem demonstrar que África evoluiu e muito a nível sénior.
O Uruguai é capaz de ser a equipa mais pragmática. Apoiada num sistema defensivo de tolerância quase zero, entrega o seu ataque a 3 elementos móveis, mais um médio que avança no terreno e normalmente mais um lateral. Estes dois últimos são os Pereira's (Álvaro e Maxi). Os dois médio centro, têm cariz mais defensivo. Enfim, é uma espécie de 4-1-2-1-2, ou 4-3-3, ou até 3-4-3, dependendo do posicionamento dos seus atletas.
O que é certo é que quando defendem, a pressão que os avançados fazem, leva o adversário ir de encontro com o desarme ora desta dupla de médios, ora uma tentativa de penetração que faz cehgar a bola aos centrais uruguaios. Estes são exímios no jogo de contacto com os avançados adversários, sobretudo se eles são mais posicionais e menos móveis. Forlan, Suarez e Cavani, têm vindo a crescer dentro do mundial. Se no primeiro e segundo encontro via alguma química com os dois primeiros, ao terceiro notei uma clara evolução do entrosamento e utilização do "7" celeste.
O Gana é a equipa mais surpreendente, pela positiva, neste mundial. Toda a gente reconhece que os médio ganeses, mais do que virtuosos, são eficazes nas tarefas defensivas. O que não conheciamos é que uma equipa africana poderia chegar ao mundial com uma cultura táctica muito acimentada por todos os intervenientes. Só por isto marca a grande evolução desta equipa africana, valorizando não só os seus atletas, mas também o trabalho do seu seleccionador.
O 4-2-3-1, já demonstrou que pode jogar numa toada de espectativa, como de pleno controlo do encontro. Neste campo, parece-me ser uma equipa mais activa na busca do golo que o Uruguai. No entanto, não vai poder contar com uma das suas revelações neste mundial: o Ayew.
Será concerteza uma dor de cabeça para o seleccionador. Será que haverá uma mudança táctica, povoando o meio-campo com a entrada de Muntari ou Appiah para o onze titular? Ou será que dará oportunidade a outro avançado?
De qualquer maneira, atenção celeste, pois Gyan será a seta virada à vossa baliza.
Prognósticos da "Jabu": estou mais inclinado para uma vitória do Uruguai, mais pelo historial que possui e pelo tacticismo/manha sul americana que decerto fará com que controlem o ritmo de jogo ao seu belo prazer. Mas, o Gana não me surpreenderá se conseguir passar à próxima fase. Destaques do jogo: Suarez contra Pantsil e Gyan contra Lugano.

PP

PS: Sabem quem são os jogadores com descendência de antigos futebolistas das suas selecções que irão jogar nos encontros de hoje?
publicado por jabulani às 09:37
Terça-feira, 29 DE Junho 2010

Foi na cidade de Dallas que Holanda e Brasil se encontraram nos quartos-de-final do Mundial de 1994, um jogo morno durante os primeiros 45 minutos mas que entraria para a galeria dos Mundiais pela extraordinária segunda parte e 22 minutos loucos que registariam 4 golos. O Brasil marcou por 2 vezes em 10 minutos, respondeu a Holanda com 2 golos em 12 minutos. Branco, à beira do fim, assegurava a passagem às meias.

 

 

publicado por N.T. às 00:28
Segunda-feira, 28 DE Junho 2010

Crónica mais fácil de fazer até agora. Depois de um domingo cheio de emoções fortes este confronto sul americano passou pelo Mundial sem deixar saudades. O Brasil confirmou o seu favoritismo e a vitória foi tão normal quanto aborrecida.

O suspense e o interesse do jogo durou pouco mais de meia hora. Até aí vimos o habitual Chile irreverente de Bielsa virado para o ataque sem grandes preocupações defensivas o que não era muito aconselhável para quem defrontava desfalcado dos seus centrais uma equipa como o  Brasil. O jogo não dava grandes sinais de qualidade com os canarinhos a adaptarem-se a alterações na sua habitual estrutura em campo porque não havia os mal amados Elano e Felipe Melo estando no seu lugar Ramires e Dani Alves que imprimem um ritmo incomparavelmente mais rápido às transições do Brasil para o ataque. Muitas dificuldades para articularem o seu jogo atacante e incomodados com o atrevimento chileno.

Até que aos 35' surgiu o golo como os brasileiros dizem "mais sem graça": pontapé de canto cabeça de juan e 1-0. Acabava aqui a história desta eliminatória porque 3' depois veio o habitual golo de Luiz Fabiano completamente solto após boas desmarcação em que fica isolado e faz com toda a facilidade o 2-0.

Ao intervalo já estava tudo decidido apesar de Bielsa ter tentado mudar tudo para conseguir ainda fazer um golo que incomodasse o Brasil. Mas tudo decorreu com a normalidade que a diferença de qualidade entre jogadores costuma ditar. Destaque para o facto de Ramires apesar de assinar boa exibição , coroada com grande jogada recuperando bola a meio campo e levando-a de bandeja a Robinho para este fazer o 3-0, viu um amarelo e perde o próximo jogo.

Jogo aborrecido de resultado previsível que ditou mais um grande clássico nos 1/4 final entre Brasil e Holanda. Brasil passou sem esforço e sem encantar, como sabemos isto é meio caminho para serem favoritos à vitória final. Uma palavra final para o Chile que trouxe um futebol positivo a este Mundial e cumpriu a sua tarefa de passar a primeira fase. Caír com o Brasil não é drama para ninguém.

 

Melhor em Campo: 4 JUAN

publicado por J.G. às 22:41
Sexta-feira, 25 DE Junho 2010

Tinha tudo para ser um jogo entusiasmante. De um lado e do outro existem grandes intérpretes em todos os sectores pelo que almejar um jogo agitado e com golos não seria um absurdo.

O onze escalado por Carlos Queiroz assentou num conservadorismo que se espelhou na primeira parte portuguesa. Com muito pouca ambição de ter a bola o jogo luso concentrava-se na tarefa de impedir e destruir sentenciando a fase de construção que, quando sucedia, respingava em Cristiano Ronaldo ou soçobrava em Danny. Os ditames queirosianos de contenção não mais provocaram que fazer com que os seus pupilos pudessem ser confundidos com parentes pobres da arte futebolística, uns submetidos e pequeninos no desejo de equilibrar as forças em confronto. Aos rapazes de Dunga notava-se a vontade de chegar às redes portuguesas mas um défice na decisão e liderança. Jogavam para a baliza com os típicos passes curtos e tentativas de um para um mas tudo saiu atabalhoado.

Houve alterações na segunda parte. Ou simulacros de alterações. A entrada de Simão manteve a ideia que surgiu no reatamento de que Portugal queria mudar a história do jogo, futebol mais positivo. Puro engano, se aos brasileiros a falta de clarividência tornava-se risível aos portugueses viam-se os mesmos sprints, pouco apoio nos movimentos de ataque mas um elogioso desempenho das linhas mais recuadas.

Foi pois um jogo sem sumo, sem gomos, sem caroços. Uma ou outra quezília, festa nas bancadas, as vários câmaras passíveis de explorar durante o encontro. Uma chatice.

 

Melhor em Campo: 23 FÁBIO COENTRÃO
publicado por Spinafro às 17:57
Último dia de grandes decisões para os grupos G e H. Brasil está seguro na próxima ronda. Portugal, Costa do Marfim, Espanha, Chile e Suiça ainda não. O que irá acontecer? Não percam o próximo desafio, porque nós também não!
Até ao último suspiro do guerreiro? (Coreia do Norte - Costa do Marfim; 15:00; Estádio Mbombela)

Coreia do NorteCoreia do Norte Costa do MarfimCosta do Marfim
A meu ver o jogo poderá ser personalizado nas características de dois jogadores, guerreiros deste deporto bonito: Jong Tae-Se e Didier Drogba. Todos os outros colegas de equipa, serão meras personagens secundárias, face ao peso que cada um destes atletas transmite à equipa. As características de ambos reflectem quase com precisão cirúrgica o que esperar deste encontro.
De um lado, os "elefantes" irão entrar com tudo em busca do sonho à distância de pelo menos 10 golos e uma derrota portuguesa. Concentremo-nos apenas da necessidade finalizadora. Precisam de um verdadeiro "peso-pesado" dos goleadores.
"Ena! Que sorte a Costa do Marfim ter o actual melhor ponta-de-lança mundial na sua equipa!", dirão muitos, inclusivé católicos e mulçumanos daquele país africano (como o futebol une religiões!). Mas, Drogba tem a asa ferida, pelo que o seu voo poderá não ser tão alto. Para além disso, tal como toda a fera precisa de ser bem alimentado. Será que há gente para fazê-lo? Talvez haja. Ou, talvez o seu técnico nórdico, poderá trazer a frescura de ideias que precisam após a exibição frente o Brasil. Ou, talvez encontre um adversário em busca do seu derradeiro momento de glória?
Quem conhece a Coreia do Norte, conhece Tae-Se. Este jamais virará a cara à luta. Será uma seta apontada às balizas marfinenses. Como? Em venenosos contra-ataques. Desde já coloco a seguinte pergunta: será que Tae-Se irá conseguir concretizar um dos seus sonhos, i.e., marcar um golo no mundial? Sou corajoso em responder que SIM! Podem cobrar-me depois, mas penso que é daqueles jogadores que merece o golo.

Prognósticos da "Jabu": vejo Drogba a marcar, mas também vejo o Tae-Se a marcar, quem der o último suspiro mais cedo poderá sair vencedor.

Engraçado como as características destes dois grandes atletas estão sintonizadas com as estratégias que cada equipa terão em campo.
Personalização (Portugal - Brasil; 15:00; Estádio de Durban)

PortugalPortugal BrasilBrasil
Em terra onde cresceu um dos nossos mais grandiosos, aqui fica a minha homenagem, que traga alguma inspiração e genialidade para "os navegadores", como o seguinte texto:
O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa, in Mensagem
É verdade caro Pessoa, mas também falta ainda cumprirmos a passagem à fase das eliminatórias... concentremo-nos nesta etapa então.
Para Portugal e Brasil, o empate é claramente um bom resultado. Nem sequer podemos falar sobre as hipóteses de passar em primeiro ou em segundo ser bom para uma ou outra selecção. Neste menú, quem escolherá são os dois primeiros do grupo H.
Os nossos irmãos (ou será filhos?!) brasileiros, têm um potencial futebolístico inegável. Contudo, partem para este mundial com o rótulo de penta-campeões, com tiques de actuais campeões e sempre a fazer publicidade ao sonho do hexa-campeonato. Não tenho problemas com o primeiro e terceiro apontamento. Mas, o segundo... nniiiééé (à Scolari!), é que não posso concordar, sobretudo com o futebol apresentado. Dunga está literalmente a efectuar um ensaio científico em pleno mundial. Procura responder à seguinte questão: será que a maneira de jogar de um campeão à 20 anos atrás poderá ser aplicada com sucesso na actualidade? Até agora tem tido sucesso, mas com a qualidade que tem à sua disposição, não seria esperar algo mais? Penso que sim. Como tal, entendo algumas das críticas da imprensa "brasuca".
Sem Kaká, o seu número "10" de eleição, e com Elano em dúvida, Dunga, apenas poderá contar com um Luís Fabi"mano" (um puro discípulo de Henry) e um irrequieto Robinho, que agora deu para ser assistente. Como podemos notar, não é um problema de individualidades, até porque Ramires e Júlio Batista poderão ser opções para o meio-campo, tal como Nilmar e Grafite para o ataque da canarinha. O problema é que o Brasil teima em apresentar futebol fluido e entrosado, a não ser um ou outro rasgo individual. Depois, há a questão do ritmo que joga. Frente aos norte coreanos e costa-marfinenses, parecia que estávamos a assistir um encontro do brasileirão. Muito lento para quem se diz ser uma selecção "europerizada". Salientar que está prevista outras mexidas no onze canarinho, como por exemplo Daniel Alves por Maicon.
Sobre o "clube" nacional, Carlos Queiroz prometeu que não iria fazer alterações até porque só a vitória (ou empate) permite a Portugal a passagem à próxima fase. Assim sendo, e como uma alteração táctica deverá estar fora das cogitações Queirozianas (ou talvez não!), algumas dúvidas persistem:
i) Será que Cristiano Ronaldo irá jogar a titular, ou irá ser poupado devido ao seu amarelo?
ii) Será que Liedson e Duda irão ser o titulares ou Hugo Almeida e Fábio Coentrão irão continuar a merecer a confiança do seleccionador?
iii) E, PP, será que ele irá ser opção para este jogo?
De qualquer modo, exige-se uma exibição personalizada de ambas as equipas. Uma porque precisa aliar os resultados às exibições, a outra necessita de dar continuidade às suas exibições.
Prognóstico da "Jabu": RESERVADO! E o vosso?
Será o Chile capaz de efectuar a terceira surpresa deste mundial? (Chile - Espanha; 19:30; Estádio Loftus Versfeld)

ChileChile EspanhaEspanha
Pouca gente tem dado importância a um pormenor que poderá ser um valente por"maior": e se a Espanha perder frente ao Chile?
Ninguém quer saber desse cenário, pois Espanha, actual campeã europeia, detentora do título "joga bonito" da fase de apuramento para este mundial (e com todo o mérito diga-se!), é muito improvável que se dê mal neste encontro, sobretudo, perder. Então e empatar? Bem, poder podia... mas com Villa, Torres, Llorente, Silva, Iniesta, Pedro, Navas, Xavi,... é realmente improvável!
Contudo, o Chile não é uma equipa qualquer e tem as suas armas. Aliás, o Chile é na realidade o homólogo sul-americano do bom futebol praticado pela Espanha. A sua performance durante o apuramento, fala por si. A forma de jogar é idêntica, embora o posicionamento dos seus atletas em campo seja diferente. Valdívia é o mago da companhia, mas Fernandez é o assistente perfeito. O coelho que sai da cartola é concerteza o artilheiro Suazo (falo do Humberto e não do David pessoal do jogo da "gralha"). Em termos defensivos, a polivalência de seus atletas faz com que seja uma equipa muito coesa lá atrás.
Prognóstico da "Jabu": o Chile precisando de apenas um ponto e tendo em conta que com esse empate pode igualmente eliminar desde já um adversário de peso na luta pelo ceptro mundial (caso a Suiça vença o seu encontro e a Espanha empata, quem passa são os suíços!), a Espanha com alguma urgência em chegar ao golo, a manha sul-americana, poderá retirar dividendos. Será concerteza um encontro com ouvidos no Suiça - Honduras, pois será desse jogo que a partir de certa altura haverá pressão extra.
Uma doce despedida ou uma doce passagem? (Suiça - Honduras; 19:30; Estádio Free State)

SuíçaSuíça HondurasHonduras
A Suiça entra no último encontro com melhores probabilidades de passar à próxima fase que a Espanha, pelo menos a avaliar pelo grau de dificuldade que o adversário coloca. No entanto, salienta-se que a turma de David Suazo e dos irmãos Palacios ainda não marcou qualquer golo nesta competição. Ou muito me engano ou isso significa que as Honduras quererão pelo menos despedirem-se deste mundial com um resultado positivo. Se terão talento para tal, essa será a pergunta que veremos ser respondida esta noite.
Com a Suiça a ter que assumir o jogo, as Honduras terão mais uma oportunidade para acertar o seu contra-ataque. Será que vão conseguí-lo? Por seu turno, a capacidade ofensiva da Suiça será colocada em xeque frente a um adversário que tentará a todo o custo fazê-los provar do mesmo veneno com que brindaram a armada espanhola. Será finalmente a noite que tanto anseia Alexander Frei?
Prognóstico da "Jabu": Suiça deverá vencer, apesar de tudo, pois são muito fortes nas bolas paradas. No entanto, se as Honduras surpreenderem primeiro, as coisas poderão ficar bem amargas para os suiços.

PP

PS: Como habitual, qual é o "jogador-gralha" do texto?

 

publicado por jabulani às 10:59
Domingo, 20 DE Junho 2010

 

 

 

Não vale a pena provocar Luis Fabiano. Quando a meio da primeira parte um Kolou Toure cheio de moral resolveu fazer aquele número das palmas e dos saltinhos, o Fabuloso deve ter pensado "espere que eu já mostro o que te faço". Dois minutos passaram até que Koulou Toure viu o brasileiro escapar-se e assistiu ao inaugurar do marcador deitado na relva. Na segunda parte o avançado passou a bola por cima da sua cabeça e bisou. Um golo que juntou raça, técnica e manha. E uma "mão santa" ao que parece.

Robinho construiu a primeira oportunidade de jogo ainda o minuto inicial não se completara. Mas a perspectiva de um jogo aberto diluiu-se por entre livres directos e indirectos que não produziam perigo às redes adversárias. O primeiro canto surge apenas aos 20 minutos e só há oportunidade de golo real quando Fabiano inaugura o marcador. Dois remates, um golo, a imagem da eficácia ofensiva brasileira.

A Costa do Marfim reage minutos mais tarde, já depois das câmaras mostrarem uma curiosa imagem de Eriksson (pensativo porém apático), por iniciativa de Drogba e Kalou que pedem aos seus companheiros para subirem no terreno. Tentando explorar o envergonhamento de Bastos, o lado direito produz um par de iniciativas interessantes que levam a bola à área canarinha. Mas é através da meia distância de Kalou que a Costa do Marfim se mostra a Júlio César.

O reatamento não teve história até ao segundo golo do Fabuloso. E Drogba deu finalmente um ar da sua graça quando, solto entre os defesas neroazurris do Brasil, se elevou e cabeceou cruzado, bem perto do poste de Julio César. Por esta altura a canarinha tinha o jogo sob controlo e o terceiro surgiu sem surpresa, por entre duas ou três ameaças de colocar Drogba e Cia. no centro do meinho. Só com a entrada de Romaric os Elefantes, sempre muito duros na abordagem aos lances, voltaram a dar algum trabalho à defesa brasileira. Drogba acabaria por reduzir a 10 minutos do fim, mas a partir daí nada de relevante, pelo menos do ponto de vista futebolístico, se passou.

O Brasil é a segunda equipa a qualificar-se, sem brilho mas com o peso das individualidades que se tornará ainda mais evidente na fase a eliminar. Podia falar da arbitragem, mas isso daria imenso trabalho. Limito-me a uma simples adjectivação: anedótica.

 

HOMEM DO JOGO: 9 LUIS FABIANO

publicado por N.T. às 21:51

Football Fans Know Better

Escrever sobre a selecção brasileira é um acto de coragem. Com um percurso riquíssimo, recheado de vitórias e talentosos jogadores, acaba por ser inglório conceber um texto onde caibam êxitos e emoção à escala planetária. Assim, ao contrário dos artigos anteriores, esta crónica é mais extensa, pois ultrapassa os aspectos meramente tácticos ao contemplar episódios históricos que dão maior substância ao tema.

O Brasil, personificado em técnicos, jogadores, jornalistas e adeptos, de uma forma geral, vive um conflito que se prende com a sua cultura (de vitória) e história futebolística. Sendo capaz de brindar os amantes do futebol com um reportório estético de excelência, o país está habituado a conquistar mundiais: 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Este palmarés e capital artístico representam um catalisador de enorme exigência por parte da opinião pública, implicando um clima de elevada pressão sobre a comitiva destacada na África do Sul. Para milhões de brasileiros, ganhar um Mundial (oferecendo espectáculo) é uma obrigação. Para um, em particular (Dunga), é uma dor de cabeça.

O seleccionador nacional vive no centro da polémica, com o peso da tradição a influenciar as suas convicções e modo de pensar o «jogo». Olhando para a história dos mundiais, é difícil suplantar aquele que, para muitos, foi eleita a melhor equipa nacional de todos os tempos: o Brasil de 1970, com ‘Rei’ Pelé em plano de destaque. Na mesma perspectiva, mas com resultados que cederam à imprevisibilidade deste desporto, Hungria (1954), Holanda (1974) e Brasil (1982) são também exemplos ilustrativos de como o futebol ‘romântico’ deixou uma marca eterna para gerações futuras. A recordação de um Futebol (com maiúscula) capaz de roçar a perfeição. Depois, outros casos, menos abonatórios do ponto de vista exibicional: a vitória do Brasil em 1994.

Deste modo, de quatro em quatro anos, a expectativa recai sobre o Brasil, parâmetro de qualidade e principal referência do futebol internacional. Os adeptos, na sua generalidade, questionam-se: que Brasil teremos? Uma aproximação à equipa vitoriosa, e talentosa, de 1970? Uma selecção magnífica, contudo desencontrada com o sucesso, como a de 1982? Uma fotocópia ao conjunto conservador, mas vencedor, de 1994? Há muitas formas de ganhar, mas para os brasileiros só existe uma: goleando na relva e sambando nas bancadas.

Dunga, um resultadista, escolheu a terceira via: optou por um modelo mais pragmático, preocupado essencialmente em defender e controlar o ritmo de jogo, atacando só pela certa. Alías, a escolha dos 23 ‘canarinhos’ refelecte esta forma de entender o futebol, pois vários artistas ficaram de fora da convocatória: Ronaldinho (AC Milan) e, principalmente, os «Meninos da Vila»: Ganso (20 anos), Neymar (18 anos) e André (19 anos), este recentemnete contratado ao Santos pelo Dínamo de Kiev. Porém, o selecionador brasileiro preferiu um trilho futebolístico substancialmente diferente, igualmente repleto de virtudes que merecem ser enumeradas:

1. A defesa ‘Nerazzurri’

No sector defensivo, Dunga foi inteligente ao seleccionar três campeões europeus ao serviço do Inter de Milão. Na baliza, Júlio César é garantia de segurança. No lado direito, a dupla constituída por Maicon e Lúcio fornece à equipa um sem número de aptidões que dão um toque extra de qualidade. Todos eles têm a experiência dos grandes palcos europeus, representando um ponto favorável para a eficácia e fluidez do modelo de jogo brasileiro.

2. A solidez do meio-campo

O cabeça de área Gilberto Silva, campeão do mundo em 2002, é daqueles jogadores com que qualquer treinador gosta de contar: discreto, mas suficientemente seguro e eficiente tacticamente nas acções que desenvolve. A sua experiência e serenidade são um capital de estabilidade colectivo que não merece ser menosprezado. Depois, uns metros mais à frente, Elano (ou Ramires) e Felipe Melo equilibram a equipa nos momentos de transição, sendo o suporte certo para as investidas dos laterais e para que os homens da frente tenham tempo, e espaço, para arriscar nos duelos individuais.

3. A magia dos ‘Playmakers’

Na frente de ataque, é verdade que Luís Fabiano fica aquém de outras grandes figuras do ‘escrete’, tanto no passdo, como em competições mais recentes. No entanto, a sua capacidade finalizadora depende muito de quem pensa e cria as oportunidades golo: os médios ofensivos Kaká e Robinho. O primeiro, numa zona mais central, típica de um organizador de jogo, é o eixo giratório de toda a produção ofensiva, inventando passes de ruptura em catadupa e manobrando a circulação de bola com mestria. O segundo, interpretando o papel de avançado móvel, munido dos seus dotes de malabarista, consegue descobrir o espaço mais escondido e criar inúmeros problemas à defensiva contrária.

Em resumo, este Brasil versão 2010 contará, naturalmente, com aspectos menos brilhantes do ponto de vista estético mas, no meu entender, não merece ser tão criticável no que diz respeito à sua estrutura táctica e abordagem do modelo de jogo. Posso estar enganado, mas o trabalho de Dunga apresenta condições sérias para chegar a resultados de sucesso. A questão principal é outra e prende-se com a filosofia de jogo que o seleccionador segue religiosamente: a sua obsessão com a ordem e disciplina pode fazer com que esteja mais próximo da vitória final; contudo, devido às suas ideias conservadoras, dificilmente esta equipa será lembrada como as suas antecessoras.

publicado por stadium às 11:55

O décimo dia do mundial reserva-nos mais três duelos entre selecções de quatro continentes. Joga-se a segunda ronda, com dois jogos do grupo F e um do grupo G. Este último será seguido por todos os adeptos nacionais com muita atenção, pois poderá condicionar futuras estratégias (medo... muito medo...).

 


EslováquiaEslováquia ParaguaiParaguai

Frente a frente duas selecções tão afastadas uma da outra mas com um futebol de certa maneira parecido. Apoiados num 4-4-2, bastante semelhante entre si, Eslováquia e Paraguai, fazem das suas maiores armas as suas defesas, os seus médios-ala e as suas duplas de avançados.

Do lado paraguaio, pergunta-se se será desta que Roque Santa Cruz e Óscar Cardozo terão a oportunidade de fazer mais minutos? A meu ver um jogo claramente para estes dois atletas, não acham?  É que a defesa eslovaca é algo lenta e corpulenta... De qualquer das formas a actual dupla paraguaia está habituada a este tipo de jogo mais físico uma vez que jogam na Alemanha, mais propriamente em Dortmund. No meio-campo, vou destacar Vera, o médio-ala direito da turma guarani, que está num momento de forma espectacular, cumprindo defensivamente, ajudando o seu lateral e tendo ainda pulmão para dar profundidade ao lado direito. Com Caceres a médio mais defensivo, o Paraguai fica muito mais compacto, sendo inclusivé uma das melhores (senão mesmo a melhor) defesas sul-americanas. Do lado esquerdo do meio-campo, destaco o Torres (nome de craque!) que deu-me muito boas indicações no primeiro encontro. É uma espécie de clone de Vera, mas canhoto.
Mas e as armas eslovacas? Weiss, o miúdo filho do seleccionador, joga na direita e na esquerda, é destro, tem pinta de craque e já demonstrou várias vezes frente aos neozelandeses que é bem capaz de inventar espaço numa cabine telefónica. Falta-lhe alguma maturidade na altura de decidir a jogada, i.e., no momento certo em libertar a bola ou saber dizer basta às fintas. De qualquer forma quando consegue ficar próximo de Vittek, combinam de forma muito elegante alimentando o poderoso avançado eslovaco. O camisola #11 da Eslováquia é outro jogador a seguir neste encontro, assim como o mais mediático e capitão de equipa Hamsik. O central Skrtel terá aqui um desafio de nível mais difícil que frente aos neozelandeses. Poderá estar nele a capacidade da Eslováquia poder ter outras ambições neste encontro.
Qual será o "output" de tal confronto?
Muito provavelmente será o Paraguai, sobretudo pelas soluções que tem no banco. De qualquer maneira, se a Eslováquia conseguir marcar primeiro... temos jogo até ao fim!
Uma nota final para o facto de ser um encontro com jogadores que já actuaram, e, alguns ainda(?) actuam, no nosso campeonato. Sabem quem são eles?

 


ItáliaItália Nova ZelândiaNova Zelândia

A meio da tarde, entram em campo a "squadra azzura" e os "all white". Duas equipas com tendência para o futebol defensivo, que fazem uso do jogo directo, mas de forma bem diferente. Enquanto os italianos tentam utilizar combinações em progressão, sem muitos rodriguinhos e com alguma velocidade, os neozelandeses usam e abusam, bem diga-se, do jogo áreo dos seus avançados. Aliás, penso que a Nova Zelândia é a equipa que na primeira ronda demonstrou ser a melhor no jogo de cabeça.

Trata-se pois de um encontro que à primeira vista se advinha fácil para a selecção italiana, mas esta, tal como muitas outras selecções europeias está em muito má forma, apresentando inclusivé uma falta de entrosamento gritante. No entanto, Itália é Itália e tem por hábito começar mal e acabar... campeão! Dúvidas? Consultem os almanaques desportivos dos mundiais... De qualquer maneira, fosse eu o Lippi e tentaria simplificar um pouco o meio-campo. Marchisio a "10" é que não! Ah! E já agora sr. Lippi, que tal inicial o encontro com Di Natale? Os "tiffosi" e a "Jabu" agradecem...
Com Buffon com problemas na ciática, será a vez de Marchetti marchar para a titularidade. Zambrotta, não me convenceu à direita, mas a sua experiência parece ser importante para Lippi. Talvez apostaria no Maggio para seu lugar. E já agora, porque não apostar em Quagliarella para "10" ou avançado mais móvel, fazendo dupla com o Gilardino? Como podemos ver, talento não falta a esta selecção italiana. Falta talvez um esquema que se adeque aos atletas e aos seus estilos de jogo. Veremos se Lippi consegue corrigir a tempo.
Quanto à Nova Zelândia, penso que o seu campeonato do mundo já está ganho! Conseguiram fazer um ponto, algo que por exemplo os Camarões ainda nem sequer fizeram e já vamos na segunda ronda. Mas, chegado até aqui, porque não ambicionar mais? Porque não ambicionar a glória? Que assim o seja! Penso que se os seus adversários não os medirem bem, terão grandes problemas. O jogo de cabeça do seu ponta-de-lança Fallon é simplesmente impecável! É claro que este é devidamente bem servido e vê-se que há jogada típica para este tipo de movimentos, mas a forma como o rapaz ganha o espaço de costas para a defesa e serve com açucar para os outros dois avançados que partem das alas para o centro é impecável. Outra grande força do ataque é a forma como o ponta-de-lança neozelandês tem sempre um colega perto. Os avançados Smeltz e Killen, apenas terão que ter mais noção na decisão das jogadas, para que o trio atacante seja mais letal. Contudo, frente aos italianos irão defrontrar a defesa campeã mundial. Veremos se vão tremer perante o obstáculo. Quem não vai tremer mesmo nada será o capitão Nelsen, líder da defesa de betão neozelandesa. O guarda-redes Pastore é que terá de ter cuidado ao jogar com os pés, pois a "Jabu" é malandreca.
Dois confrontos particulares em antevisão: Nelsen vs Gilardino e Chielini vs Fallon.
Qual será o resultado final?
Como é óbvio, pelo estatuto será a Itália. Mas, olhem que poderá haver surpresas, não acham?
Sabiam que do lado transalpino não há nenhum jogador a actuar fora da Itália e por incrível que pareça muitos dos neozelandeses actuam em ligas inglesas? Engraçado não é?

BrasilBrasil Costa do MarfimCosta do Marfim

E o melhor do dia (pelo menos teoricamente) vem no final. É quase como uma espécie de sobremesa deliciosa dado o festim de mais um dia de mundial.

De um lado, os canarinhos. Do outro, os elefantes.
De um lado, um treinador ainda verde com uma equipa de campeões. Do outro, um treinador laureado com um grupo de jogadores a querem ser equipa. De um lado, Luís Fabiano, um "puro-sangue" da saga de poderosos avançados brasileiros. Do outro, o Didier Drogba, somente, a força da natureza africana. De um lado, Kaká, o "playmaker" moderno. Do outro, Yaya Touré, o pivot defensivo por excelência. De um lado, Maicon, o homem bala. Do outro, Demel, a muralha humana. De um lado, Robinho, o abre-latas brasileiro. Do outro, Gervinho, a seta africana. De um lado, Júlio César, o "homem-aranha" das balizas canarinhas. Do outro, Barry, o "pastor" da baliza marfinense. De um lado, Lúcio, o sargentão. Do outro, Kolo Touré, o capitão.
Com tanta qualidade, com tanto equilíbrio dentro de campo, com tantos grandes nomes, o espectáculo está assegurado. Que ganhe quem jogar melhor! É o meu desejo como amante desta modalidade. Torcerei por quem jogar melhor, muito embora como "tuga" o mais racional seria torcer por um empate... mas com muitos golos, pode ser? ;D
Já agora, sabiam que se a Costa do Marfim empatar com o Brasil e vencer a Coreia do Norte, assim como Portugal, o desempate será por... diferença de golos obtida em todos os jogos do grupo? E se for idêntico esse valor, terá que ser por outros critérios no livrinho de capa azul? Um grupo de morte, não haja a dúvida!
PP

PS: O texto contém um "gralha", será que conseguem descobrir?
publicado por J.G. às 00:46
Terça-feira, 15 DE Junho 2010

Começou o mundial para o penta campeão, com uma vitória num jogo de duas partes bem distintas. O Brasil é sempre um candidato a vencer uma competição como esta, desde 1934 que nunca perdeu no jogo de abertura, foi o melhor na qualificação da zona sul americana, mas esperava-se mais. No meu entender, muito mais. Cumpriram.

Ainda o jogo não tinha começado e havia já um momento para recordar deste mundial e da participação da Coreia do Norte. Tae Se (camisola Nº9) e que acabou por ser o melhor elemento da Coreia, a chorar compulsivamente quando o hino ecoou em Ellis Park. Simplesmente impressionante. Tal como a forma que actuou nos primeiros 45 minutos.

Os primeiros dez minutos de jogo só deram Brasil e esperava-se que a qualquer momento o golo aparecesse. E com isso, o fim da partida pois ninguém acreditava numa surpresa do "underdog" Coreia do Norte. Mas de repente, assentando o seu jogo em futebol organizado, utilizando a velocidade de Tae Se, altamente motivado, com uma defesa a marcar bem não dando espaço aos mais criativos do Brasil, principalmente Kaká que esteve muito apagado e Robinho que foi o melhor elemento canarinho a ter pouco espaço para ludibriar a defesa contrária, a Coreia agradou e muito pelo futebol que jogou na primeira parte. O jogo foi caindo de ritmo proporcionalmente ao tempo que nos aproximávamos do fim da primeira parte, e num Brasil apático e sem soluções, apenas 2 pontapés no marasmo, remate de Maicon e umas "brincadeiras" de Robinho. O empate justificava-se, a Coreia podia estar orgulhosa do resultado conquistados ao intervalo com todo o mérito.

No intervalo dizia-me o amigo João Gonçalves que percebia agora porque Dunga escondia os treinos da sua selecção, realmente aquilo é vergonhoso!

Ninguém tinha dúvidas que a segunda parte tinha de melhorar, nem que fosse pela história. O Brasil nos últimos 22 jogos da fase de grupos do mundial marcou sempre pelo menos 1 golo. O último empate a zero data de 1978 contra a Espanha. E foram precisos apenas 9 minutos para que um dos melhores laterais (direitos) do mundo marcasse o primeiro da partida, Maicon. Um golo intencional quando todos esperavam um centro. Inteligência? Certamente que sim. Puxo agora o filme 17 minutos para a frente para que estejamos já a falar do segundo golo do Brasil. Elano, pronto para ser substituído é desmarcado por Robinho, passe sensacional, a elevar a contagem para 2. Tudo fácil, a Coreia já começava a ceder por todos os lados, o Brasil a garantir a primeira vitória na África do Sul. E volto a puxar 17 minutos para a frente, golo da Coreia do Norte. Que grande jogada quando poucos esperavam por esse momento. Yun Nam a fazer um golaço histórico. E mais não foi possível. Mas não deixo de terminar fazendo um pequeno aviso a Portugal e Costa do Marfim, cuidado com os Coreanos de Kim Jong-il!

O Brasil venceu e acabou por fazê-lo de forma justa, mas devo dizer que para ser campeão terá que mostrar muito mais!

Homem do Jogo: Robinho


 

publicado por Pedro Varela às 21:04
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