Simplesmente ridículo. Não merecíamos mais, regressamos a casa tal como previsto após passar uma fase de grupos acessível. O jogo de hoje foi perdido por Carlos Queirós, e faz-me lembrar um certo desastre em Portugal, em Lisboa quando numa substituição tudo se precipitou. O 11 de Portugal, apesar de previsível, mostra algum respeito pela Espanha, campeões europeus, mas vê CQ lançar uma equipa com medo e sem ambição dentro de campo. Portugal entrou com algumas dificuldades, recompôs-se, alterou a forma de jogar, melhorou, criou algumas situações de perigo, mas quase sempre em lances fortuitos e o caldo é entornado na segunda parte, na primeira substituição.
Claro que agora é fácil criticar e chamar de tudo ao CCQ (cagão Carlos Queirós), mas faz-me alguma confusão jogar com um central na direita, para manter a coesão defensiva. Um Pepe faltoso mas sem garra de outros tempos, previsível, e um Hugo Almeida que teve a melhor situação de ataque no joelho de Puyol. Então para que levamos Paulo Ferreira e Miguel para África? Para experimentar os quartos do hotel? Que confiança é lançada dentro de equipa quando um central ocupa essa posição?
Quando a estatística mostrava de tempos em tempos a posse de bola, pensava cá para os meus botões ao ver 35 a 39% para Portugal, que com aqueles valores só um homem à face da terra consegue dar espectáculo e ainda vencer. Não é tão bronzeado como o CCQ, mas usa uma capa à Errol Flynn muito porreira, e percebe de bola!
E Ronaldo? Quem me conhece sabe que por razões diversas eu sou um defensor de CR7. Mas chegou a altura de Ronaldo recolher, pensar sobre como deve ser a sua atitude com a camisola da Selecção, calar-se, não pensar que tem de ser o Eusébio e marcar 9 golos, ou Figo e marcar o golo decisivo contra a Inglaterra. Tem de ser o próprio a perceber que a sua imagem desgastou-se e que nesta altura é preciso repensar a sua identidade dentro da selecção. E pensar. E acalmar. E preparar para voltar em força. Passou ao lado do mundial, como passou Rooney, Torres, Henry, entre outros. Uma desilusão!
Mas volto a CCQ e pergunto se havia dúvidas que Liedson deveria ser titular? E o Simão? Que a única coisa que foi à África fazer foi aumentar a sua conta bancária em mais uma alusão ao cheeseburger. E Danny? Sinceramente, o rapaz não tem culpa, agora CCQ não percebeu o que Del Bosque imaginou que se iria passar e conseguiu.
Portugal perde o jogo, primeiro porque jogou pior, mas acredito que com a boa prestação dos centrais e com um Super Eduardo, era um dos meus medos para este mundial e que grande exibição fez, era possível ter alguma sorte. Segundo, o momento em que CCQ retira Hugo Almeida, a referência no ataque e coloca Danny, pelo contrário Del Bosque coloca Llorente, o jogador que mais cabeceou na Liga Espanhola retirando quem realmente nada estava a fazer, Torres. Portugal perde profundidade num momento crucial da partida. O golo espanhol demorou pouco a chegar e pelo caminho valeu Eduardo por 2 vezes.
Liedson demorou 10 minutos a entrar, CCQ demorou a processar a informação para alterar rapidamente o figurino da selecção e quando o fez, já era muito tarde. Claro que em pancadaria vencemos, não percebo qual a intenção de Ricardo Costa. Um vermelho e consequente perda de tempo de jogo. A Selecção abandona o Mundial sem atingir os mínimos exigíveis. Aguardo com alguma curiosidade o que se irá passar nos próximos dias. Eu trocava o Madaíl pelo CCQ, dava um bom presidente da FPF e aquele ar de engatatão fazia sucesso nos sorteios em Nyon, e contratávamos um treinador. Um treinador mesmo!
Homem do jogo: David VILLA