Quando em 1994 a Grécia se estreou nos Campeonatos do Mundo, defrontou a Argentina e viu-se a perder ao primeiro minuto à custa do Batistuta. Se aquilo era o início de uma tradição, ela continuou hoje.
Contra uma Coreia do Sul assertiva desde o apito inicial, Seitaridis resolveu fazer uma falta tão desnecessária quanto perigosa e com a ajuda do imobilismo dos restantes companheiros defesa permitiu que Jung-Soo Lee inaugurasse o marcador no Nelson Mandela Bay em Port Elizabeth aos seis minutos. A partir dali o desempenho dos helénicos foi quase patético, sem profundidade, sem rasgo, com uma imensidão de passes e movimentos errados mas o que mais me surpreendeu foi a incapacidade táctica para reagir ao futebol mais ligado e virado para a baliza adversária de uns sul coreanos que acumularam oportunidades para ampliar a vantagem e até se poderão queixar de um penalty que o árbitro neo-zelandês não sancionou. A saída ao intervalo do criativo Karagounis não foi propriamente uma cartada corajosa de Rehagel mas o seu conjunto ameaçou reagir positivamente às alterações efectuadas, nomeadamente nos últimos 20 minutos de jogo e já a perder por duas bolas.
Os coreanos não facilitaram, baixaram a intensidade de jogo e calmamente controlaram as posições gregas de forma astuta e nunca complicativa. Marcaram três pontos na tabela e mostraram uma face agradável condizente com a sua esperança de apuramento. Quanto aos desapontantes gregos, terão de resolver a anarquia e apatia do seu meio campo se almejarem mais que as suas anteriores representações e para isso basta que marquem um golo ou pontuem.
HOMEM DO JOGO: 10 Park Chu-Young