Quinta-feira, 01 DE Julho 2010

Depois do texto que fiz sobre a derrota de Portugal diante da Espanha, para fechar o ciclo de Portugal no Jabulani, até porque amanhã começam os quartos de final e há muito jogo bom para nos deliciarmos, cumpre-me alguns esclarecimentos relativamente a tudo o que foi dito nestes últimos dias, onde imagine-se o blog Jabulani foi visitado por quase 15.000 pessoas em pouco mais de 24 horas.

Em 22 de Junho de 2008, após a eliminação do Europeu diante da Alemanha por 2-3, Gilberto Madaíl anunciava que Scolari já estava com as malas preparadas ainda antes do Europeu, faltou coragem (nunca a teve) para o principal responsável federativo vir a público dizê-lo antes da competição se iniciar. Há muito que desejo a saída de Gilberto Madaíl da Federação, mas isto não será uma novidade para ninguém e quase todos o desejam. É um elemento fraco. A partir desse dia começou a procura do novo seleccionador, aquele que iria conduzir os destinos da selecção até pelo menos ao Mundial de 2010 na África do Sul.

No dia 11 de Julho é anunciado o novo Seleccionador Nacional, Carlos Queiró. Na altura não fiz nenhum tipo de comentário apenas reconheci o que todos sabiam, era o regresso a uma casa que bem conhecia. A Malta foi o primeiro adversário na qualificação para o mundial, a primeira vitória por 4-0, primeiro comentário onde me enganei claramente "Já estamos em primeiro lugar do grupo, e no mínimo não devemos sair de lá até ao final desta fase. Não me convenceram nesta selecção Antunes, Carlos Martins. Tenho dúvidas em Raul Meireles e Simão". Ainda a prova estava no seu início e já manifestava algum desagrado por Simão, não por detestar a pessoa em questão, porque para mim quem veste a camisola da selecção é de Portugal. Simplesmente porque sempre achei que o Simão na selecção não conseguia ser regular. Em Setembro acontece o primeiro desaire de Queirós, as primeiras críticas, a derrota diante da Dinamarca. Foi um jogo absurdo, e apesar do diferendo que havia entre o Professor e o Sporting, não deixei de o salientar "A face da derrota é Carlos Queirós. Teve mais que tempo para remediar o jogo quando ainda vencíamos por 1-0. Antes que se pense que estou a dizer isto por causa do diferendo com o Sporting, eu sempre gostei do trabalho do Professor. Não confundo as coisas.". Mais tarde novo desaire, 15 de Outubro de 2008, empate em casa com a Albânia e 3 jogos sem vitórias, "Já não me lembrava de ver Portugal jogar tão mal. Que exibição péssima. Carlos Queirós ainda vai ter muito trabalho pela frente. Muito mesmo, 3 jogos sem ganhar em 4 numa fase de qualificação para o Mundial. Começa a ser preciso um computador para começar a fazer as contas." Mais tarde, no célebre amigável contra o Brasil onde fomos copiosamente derrotados por 6-2, uma alusão a "Scolari acabou de ser dispensado do Chelsea. Se queremos ir ao Mundial de 2010, não era má ideia... ".

Eu sou um apoiante da Selecção e não me passava pela cabeça que não pudéssemos estar presentes no Mundial, critique variadíssimas vezes Queirós e não apenas no jogo dos oitavos de final contra a Espanha como chegou a ser sugerido. A seguir veio o processo Liedson. Aqui devo lembrar que deixei-me levar pela clubite. Já o tinha referido, aliei a necessidade da selecção de ter um ponta de lança com valor ao facto de gostar e muito do "levezinho". Hoje, devo admitir que seja por erro táctico ou simplesmente pela má forma do jogador, Liedson pouco acrescentou à Selecção. A primeira convocatória de Liedson na Selecção foi anunciada a 26 de Agosto de 2009, a menos de 1 ano do mundial. Liedson para mim nessa altura foi um passo importante para a Selecção e lembro um texto que concordei do Daniel Oliveira. Liedson marcou no primeiro jogo, diante da Dinamarca, uma partida importante para manter as aspirações de nos qualificarmos para o Mundial. Nessa altura, acreditava que a Selecção poderia crescer de forma, os golos iriam surgir com naturalidade, já imaginava Liedson titular indiscutível. Raramente me referia ao trabalho de Queirós, mesmo continuando ser sofrível ver os jogos de Portugal. Foi também por esta altura que me deixei levar por discussões entre Sporting e Benfica, por causa de Liedson, Queirós, as relações FPF e os homens do Sporting, a descredibilização do trabalho estrutural que seria necessário fazer na selecção, não pensar no longo prazo nas consequências de um mundial falhado, como acabou por se verificar, e naturalmente levei com as críticas que apesar de tudo, mereci.

Portugal consegue a qualificação para o play off após vitória por 4-0 diante da Malta e derrota a Bósnia para rumar a África. O apuramento estava conseguido, uma boa notícia, uma alegria porque adoro a Selecção, mas os problemas continuaram. No dia em que o feito foi conseguido, obviamente não critiquei Queirós nem ninguém, o objectivo apesar da dificuldade tinha sido atingido, "Apuramento conseguido, lugar guardado na África do Sul e agora no próximo verão atenções mais que redobradas para a competição que marcará o futebol em 2010".

Quando Queirós revelou a lista de convocados para o mundial, as únicas críticas que fiz foram apenas estas:

"As surpresas foram: Moutinho de fora; excesso de jogadores defensivos, Ricardo Costa e Zé Castro; o anão Beto, sem nada que o justificasse; Miguel;".

Já em terras Africanas, com o Mundial prestes a começar e já neste blogue na antevisão do grupo de Portugal, disse "Contamos que a presença seja aceitável, na minha opinião chegar aos quartos de final (a partir daí tudo será positivo) é o objectivo mínimo." Daí que tenha referido no texto do jogo Portugal-Espanha que Carlos Queirós não tinha atingido os objectivos mínimos que eu acharia aceitável. Obviamente que podem não ser os mesmos que a entidade patronal de CQ, mas no lugar dele teria colocado o lugar à disposição e depois a FPF que decidisse o que fazer. Ainda ontem ouvi o Luís Freitas Lobo dizer que não fazia sentido Queirós demitir-se e que é o homem certo no lugar certo, é uma opinião.

Fizemos uma fase de grupos sofrível, escondida pela vitória diante da Coreia do Norte, mas lembre-mo-nos que não marcamos golos nem à Costa do Marfim, Brasil e Espanha, logo seria complicado fazer muito mais. As críticas que fiz após o jogo, a quente, são de alguém que acreditava que naquele dia apesar de tudo poderíamos vencer a Espanha. Não o conseguimos, frustrado por tal evidência e certamente de forma inconsciente porque percebi que rapidamente "as críticas" iam chover, descarreguei de forma pouco natural. Aceito e faço mea culpa em relação a esse texto, mas devo dizer que afinal não são tantas as incoerências porque eu nunca fui um grande apoiante de Queirós. Eu aceitei-o sempre como treinador da Selecção e como apoiante de Portugal fui "cego" ao ponto de acreditar que um milagre poderia acontecer.

Fechou um ciclo. Há que preparar uma nova vida rumo ao Europeu de 2012. Como vai ser? Aguardemos que ainda há muita poeira no ar!

publicado por Pedro Varela às 21:26
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Terça-feira, 29 DE Junho 2010

Simplesmente ridículo. Não merecíamos mais, regressamos a casa tal como previsto após passar uma fase de grupos acessível. O jogo de hoje foi perdido por Carlos Queirós, e faz-me lembrar um certo desastre em Portugal, em Lisboa quando numa substituição tudo se precipitou. O 11 de Portugal, apesar de previsível, mostra algum respeito pela Espanha, campeões europeus, mas vê CQ lançar uma equipa com medo e sem ambição dentro de campo. Portugal entrou com algumas dificuldades, recompôs-se, alterou a forma de jogar, melhorou, criou algumas situações de perigo, mas quase sempre em lances fortuitos e o caldo é entornado na segunda parte, na primeira substituição.

Claro que agora é fácil criticar e chamar de tudo ao CCQ (cagão Carlos Queirós), mas faz-me alguma confusão jogar com um central na direita, para manter a coesão defensiva. Um Pepe faltoso mas sem garra de outros tempos, previsível, e um Hugo Almeida que teve a melhor situação de ataque no joelho de Puyol. Então para que levamos Paulo Ferreira e Miguel para África? Para experimentar os quartos do hotel? Que confiança é lançada dentro de equipa quando um central ocupa essa posição?

Quando a estatística mostrava de tempos em tempos a posse de bola, pensava cá para os meus botões ao ver 35 a 39% para Portugal, que com aqueles valores só um homem à face da terra consegue dar espectáculo e ainda vencer. Não é tão bronzeado como o CCQ, mas usa uma capa à Errol Flynn muito porreira, e percebe de bola!

E Ronaldo? Quem me conhece sabe que por razões diversas eu sou um defensor de CR7. Mas chegou a altura de Ronaldo recolher, pensar sobre como deve ser a sua atitude com a camisola da Selecção, calar-se, não pensar que tem de ser o Eusébio e marcar 9 golos, ou Figo e marcar o golo decisivo contra a Inglaterra. Tem de ser o próprio a perceber que a sua imagem desgastou-se e que nesta altura é preciso repensar a sua identidade dentro da selecção. E pensar. E acalmar. E preparar para voltar em força. Passou ao lado do mundial, como passou Rooney, Torres, Henry, entre outros. Uma desilusão!

Mas volto a CCQ e pergunto se havia dúvidas que Liedson deveria ser titular? E o Simão? Que a única coisa que foi à África fazer foi aumentar a sua conta bancária em mais uma alusão ao cheeseburger. E Danny? Sinceramente, o rapaz não tem culpa, agora CCQ não percebeu o que Del Bosque imaginou que se iria passar e conseguiu.

Portugal perde o jogo, primeiro porque jogou pior, mas acredito que com a boa prestação dos centrais e com um Super Eduardo, era um dos meus medos para este mundial e que grande exibição fez, era possível ter alguma sorte. Segundo, o momento em que CCQ retira Hugo Almeida, a referência no ataque e coloca Danny, pelo contrário Del Bosque coloca Llorente, o jogador que mais cabeceou na Liga Espanhola retirando quem realmente nada estava a fazer, Torres. Portugal perde profundidade num momento crucial da partida. O golo espanhol demorou pouco a chegar e pelo caminho valeu Eduardo por 2 vezes.

Liedson demorou 10 minutos a entrar, CCQ demorou a processar a informação para alterar rapidamente o figurino da selecção e quando o fez, já era muito tarde. Claro que em pancadaria vencemos, não percebo qual a intenção de Ricardo Costa. Um vermelho e consequente perda de tempo de jogo. A Selecção abandona o Mundial sem atingir os mínimos exigíveis. Aguardo com alguma curiosidade o que se irá passar nos próximos dias. Eu trocava o Madaíl pelo CCQ, dava um bom presidente da FPF e aquele ar de engatatão fazia sucesso nos sorteios em Nyon, e contratávamos um treinador. Um treinador mesmo!

Homem do jogoDavid VILLA

publicado por Pedro Varela às 21:49

Football Fans Know Better

Espanha, próximo adversário de Portugal nos oitavos-de-final. Nas linhas seguintes, analisaremos os prós & contras de ‘La Roja’ e qual a abordagem estratégica que a selecção nacional deverá optimizar. Antes, recuemos até 2008, quando a Espanha sagrou-se campeã europeia.

Na altura, durante a fase de grupos e quartos-de-final, Luis Aragonés era apologista de um 4x1x3x2, com Senna pivot (defensivo), um trio formado por David Silva (esquerda), Iniesta (direita) e Xavi (ao centro), ficando Torres e David Villa na frente de ataque. A partir dos quartos-de-final, com a lesão do avançado do Valência, a equipa mudou para um elástico 4x1x4x1, imagem de marca da selecção espanhola. Recordo o onze-base na final contra a Alemanha: Casillas, Sergio Ramos, Puyol, Marchena e Capdevila; Senna, Iniesta, Xavi, Fàbregas e David Silva; na frente, Torres. Dois anos passaram, mas desta equipa para a actual (que jogou diante do Chile), apenas mudaram 4 caras: Piqué em vez de Marchena, Busquets por Senna, Xabi Alonso em vez de Fàbregas e David Villa por Silva. Portanto, salvo uma ou outra alteração pontual, esta geração de jogadores pode continuar a fazer história.

Curiosamente, o seleccionador Del Bosque começou a competição de forma semelhante à final do Euro 2008, ou seja, com a equipa disposta em 4x1x4x1. De então para cá, as únicas novidades prendem-se com o seguinte: opção por Xabi Alonso, em detrimento de Fàbregas e saídas de Marchena e Senna, com entrada directa de Piqué e Busquets, respectivamente. Porém, a derrota com a Suiça alterou os planos e houve como que uma espécie de regresso ao passado, com a aposta em Torres. A Espanha precisava de maior poder de fogo, ficando David Villa inclinado na esquerda (diagonais interiores) e Jesús Navas (vs Honduras) ou Iniesta (vs Chile) com responsabilidade no corredor contrário. Presentemente, ‘La Roja’ actua num 4x3x3, com meio-campo em «1x2» quando em posse de bola, mas também desenha um 4x1x4x1 em organização defensiva, recuando os extremos para zonas mais atrasadas.

O retrato (táctico) do antes e depois está feito. Porém, em termos de futebol desenvolvido existem algumas diferenças. Em 2008, os campeões europeus mostraram argumentos na vertente táctica e criatividade suficiente para explanar as qualidades técnicas individuais. No presente, a escolha por determinados jogadores tem bloqueado a fluidez nos movimentos de transição e circulação de bola. Razões para tal? O espaço entre-linhas nem sempre é bem preenchido, pois Del Bosque tem demorado a encontrar os homens certos para os lugares de meio-campo: Busquets, Xabi Alonso e Xavi parecem intocáveis, mas também já jogaram Jesús Navas, Iniesta, Fàbregas e David Silva. Creio que o equilíbrio ainda não foi encontrado, pois Busquets e Xabi Alonso são médios de contenção e Iniesta e Fàbregas, por exemplo, têm outros argumentos (qualidade de passe em ruptura) ofensivos. Vejamos, agora, quais os prós & contras da actual selecção espanhola.

1. Pontos fortes

A principal mais-valia prende-se com a qualidade individual dos elementos, todos eles jogadores em equipas de topo como o Barcelona, o Real de Madrid, o Valência, o Arsenal (Fàbregas) e o Liverpool (Torres). Por outro lado, a espinha-dorsal mantém-se e o onze-base tem vindo a ser construído sem grandes oscilações, pelo que os princípios de jogo encontram-se bem definidos e assimilados por todos. Em termos estratégicos, existe o lado colectivo (vários ‘arquitectos’ de um futebol baseado em passe - recepção - desmarcação) e o lado individual, com o avançado David Villa a assumir-se como a ‘peça’ mais temível: 3 golos marcados até ao momento. Observando a imagem, verificamos que a nova contratação do Barcelona parte da esquerda, desenvolvendo diagonais interiores para dentro da grande área adversária. Ora, é precisamente desse lado que Portugal apresenta maiores vulnerabilidades, tendo já actuado 3 jogadores na lateral direita: Paulo Ferreira (vs Costa do Marfim), Miguel (vs Coreia do Norte) e Ricardo Costa (vs Brasil). Qual será a melhor solução para travar David Villa?

2. Pontos fracos

Nem sempre visíveis, todas as equipas (selecções) aparentam uma ou outra debilidade. Cada fraqueza pode estar associada a um aspecto específico, como dificuldade nos lances de bola parada, por exemplo. Depois, existem pontos nevrálgicos (corredores) mais sujeitos às investidas contrárias. No caso espanhol, o eixo central composto pelo trio do Barcelona Piqué - Puyol - e Busquets, reúne mecanismos de entrosamento que garantem grande fiabilidade defensiva. Por sua vez, o corredor direito, com Sergio Ramos, apresenta maior consistência do que a faixa contrária, onde Capdevilla já não tem a destreza física do passado. Assim, talvez a melhor forma de derrubar o ‘muro’ espanhol seja colocar Cristiano Ronaldo bem inclinado do lado direito do ataque português, de forma a explorar os 32 anos do defesa do Villarreal. Quem sabe se não estaria nesse duelo 1v1 a chave para o sucesso dos oitavos-de-final.

3. Que estratégia para Portugal?

Com uma margem de erro reduzida, Del Bosque irá apresentar o prevísivel onze titular: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets, Iniesta, Xavi, Javi Martínez ou Fàbregas e David Villa; por fim, Torres como homem mais avançado. Creio que Portugal teria a ganhar em jogar num 4x4x2 losango, com o seguinte onze-base: Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pedro Mendes (n.º 6), Tiago (meia-direita), Raul Meireles (meia-esquerda), Deco (n.º 10); Cristiano Ronaldo (solto na meia-direita) e Liedson. Porquê estas opções? De forma muito sucinta: (i) Ricardo Costa porque o defesa já contratado pelo Valência é, de longe, o que se encontra melhor preparado (física e mentalmente) para travar as diagonais de David Villa; (ii) 4x4x2 losango porque o meio-campo espanhol conta com jogadores de grande qualidade técnica (posse de bola) que necessita de ser travado, impedindo a superioridade numérica do adversário; (iii) Cristiano Ronaldo solto na frente de ataque, ao invés de estar ‘colado’ a uma ala, de forma a retirar o melhor aproveitamento do seu talento ofensivo; e, (iv) Liedson porque trata-se de um avançado mais complicado de marcar, para além de ser muito útil na transição defensiva e na hora de pressionar, por exemplo, as saídas de bola de Piqué. Esta seria a estratégia inicial. No decorrer do jogo, consoante as circunstâncias do mesmo (e o desenrolar do resultado), uma das soluções possíveis passaria pela entrada de Simão, uma espécie de ‘joker’ preparado para transmitir maior atrevimento atacante. Comentários?

publicado por stadium às 11:56
E não é que o último dia dos jogos dos oitavos de final reserva-nos mais um emocionante encontro entre dois candidatos ao título mundial? Portugal e Espanha, ao final da tarde protagonizam mais um duelo ibérico. Mas, antes defrontam-se Paraguai e Japão. Quem continuará em frente? Eis a grande questão. Aceitam-se apostas!
Espírito de índio guarani contra os últimos samurais (Paraguai - Japão; 15:00; Estádio Loftus Versfeld)

ParaguaiParaguai JapãoJapão
Duas equipas conhecidas pelas suas performances defensivas neste mundial. Duas equipas em busca do acesso aos quartos de final. Duas equipas com diferentes formas de atacar. Qual delas passará?
A equipa paraguaia, segundo os esquemas da FIFA, alinha num 4-3-3. Aliás, é mesmo essa a ideia que se fica quando olhamos para o campo e vemos as disposições dos seus atletas. Contudo, embora tenham levado a água ao seu moínho, esse mesmo onze, pelos nomes que aparecem nas fichas de jogo, melhor se organizavam em 4-4-2, ora em losango ora linear. É quase inadmissível para um adepto de futebol ofensivo, que o seleccionador paraguaio, com jogadores do nível de Valdez, Barrios, Santa Cruz, Cardozo e até Benitez, o máximo que consegue fazer em termos ofensivos é marcar ou com o central em bola parada ou com jogadores do meio-campo. Isso reflecte-se que a forma de atacar se calhar não é a mais correcta. Quais seriam as vossas opções para o ataque?
O Paraguai, não é uma equipa predominantemente atacante. Não é, igualmente uma equipa muito rápida. Na defesa, embora os seus centrais não sejam muito corpulentos e altos, sabem marcar em cima, estilo "carraça", pelo que a equipa consegue ter talvez a melhor defesa sul-americana. Os laterais são jogadores rápidos mas que não se aventuram assim tanto para o ataque. Algo que quanto a mim ajuda a que o 4-3-3 não tenha outra dinâmica. Quanto aos médios Vera e Torres, funcionam muitas vezes como alas e é por esses movimentos que nota-se alguma aceleração do jogo ofensivo. Mas, até agora o fazem porque sentem-se protegidos por um senhor jogador, chamado Victor Caceres. Será uma grande baixa para este encontro, devido a acumulação de amarelos em encontros anteriores. Quem deverá substituí-lo?
A equipa japonesa, joga num 4-5-1 e embora eu preferia ver o Honda a jogar de frente para a baliza adversária, eu acho que neste momento é mesmo o único jogador japonês capaz de interpretar bem a função que um avançado nestes esquemas deve ter. Em ataque o 5 de meio-campo desdobra-se avançando os dois alas, ora pelas linhas, ora em diagonais para a zona de remate frontal. São os casos de Matsui e Tamada. Mas, não é só os alas que avançam. Nos últimos encontros, Endo e Hasebe já conseguem muitas vezes chegar a zonas de remate, sobretudo o primeiro.
Tal como o Paraguai, não considero o Japão uma equipa rápida. Considero-os ágeis, precisos, objectivos e com muito pulmão. Se têm dúvidas, basta repararem nos seus dois laterais. É, igualmente uma equipa defensiva por natureza, pois deixa apenas Honda à frente da linha do meio-campo. No centro da defesa japonesa encontramos uma das melhores e surpreendentes duplas de centrais deste mundial: Túlio Tanaka e Yuji Nakazawa. Com estes dois, mais o domínio no capítulo do livre de Endo, Honda e Nakamura, o Japão é talvez a equipa que melhor performance tem dos lances de "bola parada" neste mundial. Nakamura é a grande questão para o onze titular, uma vez que tem sido uma espécie de "Robben" para o Japão nesta competição.
Prognósticos da "Jabu": antevejo um jogo enfadonho, muito embora, os japoneses têm proporcionado alguns belos jogos. Assim sendo, penso que quem marcar primeiro deverá passar em frente. Neste momento, penso que o Japão é mais equipa, mas o Paraguai dá-nos a sensação que ainda não vimos o seu verdadeiro potencial. Boas hipóteses de haver prolongamento, pois ambas as equipas apenas atacam pela certa.
Duelo entre "hermanos" (Espanha - Portugal; 19:30; Estádio Green Point)
EspanhaEspanha PortugalPortugal
E às 19:30 a península ibérica pára! Quem irá prosseguir em frente? A Espanha ou Portugal?
A armada espanhola, comandada por um jogador conhecido por "olhos de camaleão", de seu nome Xavi, apresenta-se neste mundial ainda em busca das suas rotinas de jogo. Xavi já percebeu que os companheiros que tem na selecção e não jogam no Barça são diferentes dos estrangeiros no seu clube, pelo que é necessário afinal os entrosamentos, mas já aí voltarei.
Começo pela baliza, Iker Casillas, o homem-aranha das balizas (a par de Júlio César do Brasil), é um grande guarda-redes, mas não está a passar por um grande momento na selecção. Parece haver ainda faltas de comunicação com a defesa blaugrana. Disso foi notório o seu primeiro golo sofrido no mundial.
No centro da defesa, Puyol e Piquet complementam-se e têm já rotinas do seu clube. É uma dupla muito coesa, mas como estão habituados a jogar muito subidos, quase ao pé da linha de meio-campo. Fazendo uso do "fora-de-jogo", têm muitas dificuldades quando a equipa adversária consegue penetrar no espaço deixado entre eles e o guarda-redes. Então se Piquet perder a bola num dos seus movimentos típicos de subida pelo terreno, abre um espaço nas costas que Busquets nem sempre se encontra para tapar. Se no Barcelona, têm laterais muito rápidos como Maxwell e Dani Alves, na selecção, embora Ramos não é batido em velocidade, o Capdevilla já o é. Contudo, têm quase sempre o apoio ora de Sérgio Busquets (médio mais defensivo), ora de Xavi, que muitas vezes vem buscar jogo, tal como faz no Barcelona, ora, também de Xabi Alonso, que tem tendência a fazer o mesmo que Xavi, pois é essa a sua função no Real Madrid. Como são ambos destros, têm tendência para moverem-se para o mesmo lado, à procura do equilíbrio necessário para passar com precisão com o seu melhor pé. Desiquilibrando o lado esquerdo espanhol. Uma coisa é certa, em termos de tipo de passe predilectos, tanto Xavi como Xabi Alonso são diferentes e complementares. São igualmente diferentes nas tarefas de "bolas-paradas" ofensivas e defensivas. Mas, é entre estes dois que vejo ainda alguma imprecisão, falta de coordenação e entrosamento nas saídas para o ataque.
David Silva, é uma espécie de "Messi" espanhol. Pelo menos é essa a ideia que transparece da forma como Del Bosque quer que este virtuoso jogador funcione em campo. Eu penso que está correcto, pois é assim que Silva joga no seu Valência., ou seja, ora à esquerda, ora à direita, ora ao centro, como "10" com muita liberdade. Contudo, mais uma vez, os mecanismos ainda não são os melhores, com os restantes membros da equipa (leia-se meio-campo). Villa, é dos únicos onde parece ter claramente um enorme entrosamento, porque jogam juntos no Valência. Torres ainda está à procura do apuramento de forma e tem sido Navas o escolhido para formar um trio atacante, com Villa e Silva. Notar que o novo reforço do barça é um avançado que não sabe jogar de costas para a baliza, e é mais de jogar no espaço vazio, com uma diagonal ou transporte de bola. Tem tendência para preferir o lado esquerdo do ataque pois possibilita fazer o movimento interior para disparar, tal como fez quando jogou contra as Honduras. Com o jogador do Liverpool em campo, a tendência é para Espanha adoptar um 4-4-2 em losango. É então entre o 4-3-3 e o 4-1-2-1-2, que eles se sentem mais confortáveis em jogar, mas no banco o que não falta são soluções para todas as situações. É talvez a par da Argentina o 23 mais homogéneo.
A armada lusa, também tem as suas armas e estou curioso por ver qual será a estratégia a ser usada neste encontro. Neste contexto tenho duas questões:
i) Qual será o estilo de jogo que Portugal irá adoptar, ou seja, se um estilo de jogo mais defensivo, como aconteceu frente ao Brasil ou se mais ofensivo, como ocorreu frente à Coreia do Norte?
ii) Qual será a táctica que Portugal irá adoptar neste encontro, se o tradicional 4-3-3 que tem usado neste mundial, se o 4-1-2-1-2, que deu-nos o apuramento nos jogos do play-off europeu?
Sinceramente, eu no lugar do Queiroz optaria por um esquema que os jogadores se sintam bem. Povoar o meio-campo, com gente defensiva, não é lá muito correcto frente a uma Espanha ou Argentina. É que essas equipas aproveitam-se para se intalarem no nosso meio-campo e têm gente com maturidade e paciência suficientes para por-nos a correr atrás da bola até que haja um espaço onde possam metê-la e penetrar em ataque. Se marcarem primeiro, em termos anímicos para a equipa será devastador. Por outro lado, não é assim que a maioria dos jogadores Portugueses está habituado a jogar. Mais, o jogo frente ao Chile, revelou que a Espanha tem imensas dificuldades frente a um adversário que procure ter tanta posse de bola como ela. Sendo assim, e para aproveitar o melhor dos dois mundos do estilo e da táctica, penso que Portugal deveria usar o seguinte onze:
- Eduardo na baliza, este é intocável e tem sido o melhor na sua posição neste mundial.
- Miguel a lateral direito, porque de todos os laterais direitos nacionais é aquele que convive diariamente com Villa, o jogador que lhe vai cair na sua zona de acção.
- Ricardo Carvalho, o líder da defesa e aquele que poderá sair com a bola nos pés.
- Bruno Alves, o central de marcação por excelência que deverá preocupar-se com Torres, se este jogar de início. Também nos lances de bola parada, defensivos e ofensivos será preponderante.
- Fábio Coentrão, que continue a fazer o que tem feito até aqui.
- Pedro Mendes, porque dá outra segurança à equipa tanto em termos defensivos, como nas saídas para o ataque que Pepe não dá. Também pensei em Miguel Veloso, mas agora não é tempo para experiências e Mendes parece-me mais seguro e confiante.
- Tiago, continua a jogar e deslumbrar. Complementa Mendes e Meireles, formando um tridente de grande qualidade. Será concerteza o jogar mais cerebral do meio-campo.
- Raul Meireles, com as suas penetrações pelo centro do terreno acaba por esticar e bem o jogo ofensivo nacional. Tanto ele e Tiago têm essa tendência e pelos vistos, fazem-no com critério e de forma intercalada. Está em grande forma. Tem tendência para marcar nos grandes momentos, será este um deles? Esperemos que sim!
- Simão, ora na esquerda, ora na direita, ora no centro (caso haja necessidade de jogar em 4-1-2-1-2), Simãozinho é o jogador mais inteligente e experiente que temos na equipa nacional. Conto com ele para pressionar e roubar muitas bolas ao Busquets, no momento em que este receba a bola.
- Cristiano Ronaldo, é aquele jogador para levar Portugal a outro patamar, tal como aconteceu com Eusébio em 66. Se em termos defensivos pressionar a defesa contrária, nomeadamente, Capdevilla, Puyol, BusquetsXavi quando no seu meio-campo defensivo irá permitir a que Portugal conquiste muitas bolas na zona de construção adversária. Em termos ofensivos, colocaria-o mais sobre a direita para o centro, aproveitando o confronto com Capdevilla.
- Hugo Almeida, é muito importante para Portugal colocar este rapaz em campo. É o único que pela sua movimentação (procura flectir para o lado esquerdo), capaz de manter Piquet lá atrás e fazer com que Ramos, não suba a seu belo prazer. Com um Raul Meireles por detrás e com o apoio de Coentrão, poderá depois partir para a zona de finalização.
Prognóstico da "Jabu": mais uma vez RESERVADO! Tudo dependerá da forma como os jogadores abordarem este encontro, sobretudo os portugueses que parecem correr por fora. Depois, esta questão que visa uma performance nacional personalizada, que depende e muito de quem jogar, logo de quem Carlos Queiroz optar, leva-me a ter muitas reservas. Vamos ver, que seja um bom espectáculo e sem casos (deverá ser difícil, pois é um confronto ibérico).

PP

PS: O que acham do onze que apresentei? Sempre dava para sem nenhuma substituição jogar num 4-1-2-1-2 ou 4-3-3.
publicado por jabulani às 10:15
Sexta-feira, 25 DE Junho 2010

Tinha tudo para ser um jogo entusiasmante. De um lado e do outro existem grandes intérpretes em todos os sectores pelo que almejar um jogo agitado e com golos não seria um absurdo.

O onze escalado por Carlos Queiroz assentou num conservadorismo que se espelhou na primeira parte portuguesa. Com muito pouca ambição de ter a bola o jogo luso concentrava-se na tarefa de impedir e destruir sentenciando a fase de construção que, quando sucedia, respingava em Cristiano Ronaldo ou soçobrava em Danny. Os ditames queirosianos de contenção não mais provocaram que fazer com que os seus pupilos pudessem ser confundidos com parentes pobres da arte futebolística, uns submetidos e pequeninos no desejo de equilibrar as forças em confronto. Aos rapazes de Dunga notava-se a vontade de chegar às redes portuguesas mas um défice na decisão e liderança. Jogavam para a baliza com os típicos passes curtos e tentativas de um para um mas tudo saiu atabalhoado.

Houve alterações na segunda parte. Ou simulacros de alterações. A entrada de Simão manteve a ideia que surgiu no reatamento de que Portugal queria mudar a história do jogo, futebol mais positivo. Puro engano, se aos brasileiros a falta de clarividência tornava-se risível aos portugueses viam-se os mesmos sprints, pouco apoio nos movimentos de ataque mas um elogioso desempenho das linhas mais recuadas.

Foi pois um jogo sem sumo, sem gomos, sem caroços. Uma ou outra quezília, festa nas bancadas, as vários câmaras passíveis de explorar durante o encontro. Uma chatice.

 

Melhor em Campo: 23 FÁBIO COENTRÃO
publicado por Spinafro às 17:57
Último dia de grandes decisões para os grupos G e H. Brasil está seguro na próxima ronda. Portugal, Costa do Marfim, Espanha, Chile e Suiça ainda não. O que irá acontecer? Não percam o próximo desafio, porque nós também não!
Até ao último suspiro do guerreiro? (Coreia do Norte - Costa do Marfim; 15:00; Estádio Mbombela)

Coreia do NorteCoreia do Norte Costa do MarfimCosta do Marfim
A meu ver o jogo poderá ser personalizado nas características de dois jogadores, guerreiros deste deporto bonito: Jong Tae-Se e Didier Drogba. Todos os outros colegas de equipa, serão meras personagens secundárias, face ao peso que cada um destes atletas transmite à equipa. As características de ambos reflectem quase com precisão cirúrgica o que esperar deste encontro.
De um lado, os "elefantes" irão entrar com tudo em busca do sonho à distância de pelo menos 10 golos e uma derrota portuguesa. Concentremo-nos apenas da necessidade finalizadora. Precisam de um verdadeiro "peso-pesado" dos goleadores.
"Ena! Que sorte a Costa do Marfim ter o actual melhor ponta-de-lança mundial na sua equipa!", dirão muitos, inclusivé católicos e mulçumanos daquele país africano (como o futebol une religiões!). Mas, Drogba tem a asa ferida, pelo que o seu voo poderá não ser tão alto. Para além disso, tal como toda a fera precisa de ser bem alimentado. Será que há gente para fazê-lo? Talvez haja. Ou, talvez o seu técnico nórdico, poderá trazer a frescura de ideias que precisam após a exibição frente o Brasil. Ou, talvez encontre um adversário em busca do seu derradeiro momento de glória?
Quem conhece a Coreia do Norte, conhece Tae-Se. Este jamais virará a cara à luta. Será uma seta apontada às balizas marfinenses. Como? Em venenosos contra-ataques. Desde já coloco a seguinte pergunta: será que Tae-Se irá conseguir concretizar um dos seus sonhos, i.e., marcar um golo no mundial? Sou corajoso em responder que SIM! Podem cobrar-me depois, mas penso que é daqueles jogadores que merece o golo.

Prognósticos da "Jabu": vejo Drogba a marcar, mas também vejo o Tae-Se a marcar, quem der o último suspiro mais cedo poderá sair vencedor.

Engraçado como as características destes dois grandes atletas estão sintonizadas com as estratégias que cada equipa terão em campo.
Personalização (Portugal - Brasil; 15:00; Estádio de Durban)

PortugalPortugal BrasilBrasil
Em terra onde cresceu um dos nossos mais grandiosos, aqui fica a minha homenagem, que traga alguma inspiração e genialidade para "os navegadores", como o seguinte texto:
O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa, in Mensagem
É verdade caro Pessoa, mas também falta ainda cumprirmos a passagem à fase das eliminatórias... concentremo-nos nesta etapa então.
Para Portugal e Brasil, o empate é claramente um bom resultado. Nem sequer podemos falar sobre as hipóteses de passar em primeiro ou em segundo ser bom para uma ou outra selecção. Neste menú, quem escolherá são os dois primeiros do grupo H.
Os nossos irmãos (ou será filhos?!) brasileiros, têm um potencial futebolístico inegável. Contudo, partem para este mundial com o rótulo de penta-campeões, com tiques de actuais campeões e sempre a fazer publicidade ao sonho do hexa-campeonato. Não tenho problemas com o primeiro e terceiro apontamento. Mas, o segundo... nniiiééé (à Scolari!), é que não posso concordar, sobretudo com o futebol apresentado. Dunga está literalmente a efectuar um ensaio científico em pleno mundial. Procura responder à seguinte questão: será que a maneira de jogar de um campeão à 20 anos atrás poderá ser aplicada com sucesso na actualidade? Até agora tem tido sucesso, mas com a qualidade que tem à sua disposição, não seria esperar algo mais? Penso que sim. Como tal, entendo algumas das críticas da imprensa "brasuca".
Sem Kaká, o seu número "10" de eleição, e com Elano em dúvida, Dunga, apenas poderá contar com um Luís Fabi"mano" (um puro discípulo de Henry) e um irrequieto Robinho, que agora deu para ser assistente. Como podemos notar, não é um problema de individualidades, até porque Ramires e Júlio Batista poderão ser opções para o meio-campo, tal como Nilmar e Grafite para o ataque da canarinha. O problema é que o Brasil teima em apresentar futebol fluido e entrosado, a não ser um ou outro rasgo individual. Depois, há a questão do ritmo que joga. Frente aos norte coreanos e costa-marfinenses, parecia que estávamos a assistir um encontro do brasileirão. Muito lento para quem se diz ser uma selecção "europerizada". Salientar que está prevista outras mexidas no onze canarinho, como por exemplo Daniel Alves por Maicon.
Sobre o "clube" nacional, Carlos Queiroz prometeu que não iria fazer alterações até porque só a vitória (ou empate) permite a Portugal a passagem à próxima fase. Assim sendo, e como uma alteração táctica deverá estar fora das cogitações Queirozianas (ou talvez não!), algumas dúvidas persistem:
i) Será que Cristiano Ronaldo irá jogar a titular, ou irá ser poupado devido ao seu amarelo?
ii) Será que Liedson e Duda irão ser o titulares ou Hugo Almeida e Fábio Coentrão irão continuar a merecer a confiança do seleccionador?
iii) E, PP, será que ele irá ser opção para este jogo?
De qualquer modo, exige-se uma exibição personalizada de ambas as equipas. Uma porque precisa aliar os resultados às exibições, a outra necessita de dar continuidade às suas exibições.
Prognóstico da "Jabu": RESERVADO! E o vosso?
Será o Chile capaz de efectuar a terceira surpresa deste mundial? (Chile - Espanha; 19:30; Estádio Loftus Versfeld)

ChileChile EspanhaEspanha
Pouca gente tem dado importância a um pormenor que poderá ser um valente por"maior": e se a Espanha perder frente ao Chile?
Ninguém quer saber desse cenário, pois Espanha, actual campeã europeia, detentora do título "joga bonito" da fase de apuramento para este mundial (e com todo o mérito diga-se!), é muito improvável que se dê mal neste encontro, sobretudo, perder. Então e empatar? Bem, poder podia... mas com Villa, Torres, Llorente, Silva, Iniesta, Pedro, Navas, Xavi,... é realmente improvável!
Contudo, o Chile não é uma equipa qualquer e tem as suas armas. Aliás, o Chile é na realidade o homólogo sul-americano do bom futebol praticado pela Espanha. A sua performance durante o apuramento, fala por si. A forma de jogar é idêntica, embora o posicionamento dos seus atletas em campo seja diferente. Valdívia é o mago da companhia, mas Fernandez é o assistente perfeito. O coelho que sai da cartola é concerteza o artilheiro Suazo (falo do Humberto e não do David pessoal do jogo da "gralha"). Em termos defensivos, a polivalência de seus atletas faz com que seja uma equipa muito coesa lá atrás.
Prognóstico da "Jabu": o Chile precisando de apenas um ponto e tendo em conta que com esse empate pode igualmente eliminar desde já um adversário de peso na luta pelo ceptro mundial (caso a Suiça vença o seu encontro e a Espanha empata, quem passa são os suíços!), a Espanha com alguma urgência em chegar ao golo, a manha sul-americana, poderá retirar dividendos. Será concerteza um encontro com ouvidos no Suiça - Honduras, pois será desse jogo que a partir de certa altura haverá pressão extra.
Uma doce despedida ou uma doce passagem? (Suiça - Honduras; 19:30; Estádio Free State)

SuíçaSuíça HondurasHonduras
A Suiça entra no último encontro com melhores probabilidades de passar à próxima fase que a Espanha, pelo menos a avaliar pelo grau de dificuldade que o adversário coloca. No entanto, salienta-se que a turma de David Suazo e dos irmãos Palacios ainda não marcou qualquer golo nesta competição. Ou muito me engano ou isso significa que as Honduras quererão pelo menos despedirem-se deste mundial com um resultado positivo. Se terão talento para tal, essa será a pergunta que veremos ser respondida esta noite.
Com a Suiça a ter que assumir o jogo, as Honduras terão mais uma oportunidade para acertar o seu contra-ataque. Será que vão conseguí-lo? Por seu turno, a capacidade ofensiva da Suiça será colocada em xeque frente a um adversário que tentará a todo o custo fazê-los provar do mesmo veneno com que brindaram a armada espanhola. Será finalmente a noite que tanto anseia Alexander Frei?
Prognóstico da "Jabu": Suiça deverá vencer, apesar de tudo, pois são muito fortes nas bolas paradas. No entanto, se as Honduras surpreenderem primeiro, as coisas poderão ficar bem amargas para os suiços.

PP

PS: Como habitual, qual é o "jogador-gralha" do texto?

 

publicado por jabulani às 10:59
Segunda-feira, 21 DE Junho 2010

 

 

Tão mal habituados estamos que ao intervalo deste jogo -  mesmo aceitando que por vezes assistimos a um equilíbrio de jogo cuja diferença de valia não deveria permitir - teríamos que qualificar a exibição de Portugal com nota positiva. Irrepreensível a atitude com que a equipa entrou em campo, bem exemplificada na garra de Ricardo Carvalho. Contudo, o passado recente desta equipa e a pouca confiança que os adeptos nela iam depositando por estes dias, fez com que o primeiro remate perigoso dos norte-coreanos abalasse um pouco o 11 luso. Felizmente, em tarde de quase dilúvio, foi sol de pouca dura. Uma associação perfeita entre Tiago e Raúl Meireles permitiu inaugurar o marcador e aliviar a pressão.

Não sou um grande fã de Carlos Queirós. Bom, sejamos sérios, na verdade eu acho o Queirós um incompetente a nível sénior. Não é uma opinião de hoje, nem de ontem, é de sempre. Mas hoje farei um elogio, talvez errado, por absoluto desconhecimento do que realmente se passa no balneário ao intervalo. Mas arrisco dizer que o que fez, ou o que disse, foi bem feito, ou foi bem dito. Perante um opositor que hoje se apresentou um pouco mais aberto que frente ao Brasil, Portugal entrou para a segunda parte com um claro objectivo: matar o jogo o mais rapidamente possível. E consegui-o. O marcador avolumou-se por isso de forma natural perante o desalento dos jogadores da Coreia do Norte.

Não será fácil retirar grandes ilações desta exibição, em virtude da fraca oposição norte-coreana. Tiago e Raúl Meireles entenderam-se muito bem, deram até a ilusão que este 433 poderá funcionar melhor sem um organizador definido, mas como seria contra outro adversário, menos macio, mais inteligente? E talvez Miguel tenha ganho o lugar a Paulo Ferreira, mas será que o defesa do Chelsea não apresentaria trabalho semelhante perante o grau de dificuldade apresentado? Certezas parece haver apenas uma. Independentemente da forma de Liedson, Hugo Almeida a titular será sempre um erro de casting.

Aguardo agora por reacções. É provável que se instale uma euforia desmedida, porque marcar por 7 vezes é sempre um feito assinalável, mais ainda quando recordamos deficiências de concretização frente a formações europeias de questionável valia, mas perfeitamente injustificável porque ninguém nos eu perfeito juízo poderá dizer que os problemas estão resolvidos. Mas o goal-avarage, ao que tudo indica, coloca Portugal nos oitavos de final, o que, digo eu, olhando a seleccionador e plantel, torna esta participação no Mundial positiva.

 

HOMEM DO JOGO: 19 TIAGO

publicado por N.T. às 14:55
editado por jabulani às 20:43

Chegamos ao jogo 2 de Portugal no mundial. É o tudo ou nada. A Selecção já sabe do resultado do Brasil 3-1 Costa do Marfim, portanto a vitória diante da Coreia do Norte é o único caminho possível. Mas será que até à hora do jogo não vai acontecer mais nada de anormal?

A lesão de Nani começou por gerar alguma controvérsia no seio da Selecção. Depois vieram as declarações falhadas de Nani, o pedido de desculpas, mais umas especulações e por fim um comunicado. Portugal entrou em campo, fez um jogo paupérrimo ao nível do que já tinha acontecido durante a fase de qualificação e aparece Deco. Mas pelas piores razões. O jogador não esteve bem na partida, foi substituído e não gostou. Criticou Queirós quando o jogo terminou, colocou em causa publicamente as opções do treinador, desmentiu e emitiu comunicado, bem ao estilo do que já tinha feito Nani. Depois seguiram-se 2 dias a discutir se Deco deveria ou não continuar na Selecção, se Queirós tinha ou não que dar o exemplo, se...até que surge a lesão de Deco. Na anca direita lê-se no comunicado da FPF, mas em abono da verdade apareceu numa altura perfeita.

Queirós não pode contar com o jogador, eu acredito que Deco não fosse jogar porque o seleccionador não o iria colocar no 11 titular, mas é um facto que a lesão surge quando menos se esperava.

No meio de tudo isto, e no imbróglio que estamos metidos pouco ou nada se fala de futebol. Daquilo que verdadeiramente no faz adorar, ver e sentir o mundial de 4 em 4 anos. Quem vai colocar Queirós no lugar do Deco, mantém Pedro Mendes, estamos a combater de forma eficaz a ansiedade que pode surgir se não conseguirmos fazer um primeiro golo bem cedo contra os Coreanos, na frente continua Liedson desapoiado, será que o Ronaldo está a ser bem acompanhado para voltar aos golos. Tudo isso passa ao lado.

É a quarta vez que Portugal vai defrontar equipa asiáticas em mundiais. Primeiro em 1966 com a vitória mítica por 5-3 diante da Coreia do Norte, depois derrota na Coreia do Sul em 2002 e 4 anos mais tarde em 2006 nova vitória agora contra o Irão.

Equipa provável:

Eduardo, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Pedro Mendes, Danny, Raul Meireles, Cristiano Ronaldo Simão, Liedson

"Este é o jogo do tudo ou nada e os jogadores têm consciência disso. Vamos encarar a partida com toda a determinação e ambição do único resultado que nos interessa: a vitória. Temos todo o respeito pela Coreia do Norte, já que, neste Mundial, só existem parentes pobres no papel."

Carlos Queiroz, seleccionador de Portugal

"Portugal é uma das selecções candidatas ao título. Começámos esta competição contra uma das equipas mais fortes do Mundo e acho que a pressão será menor contra Portugal. Temos hipóteses reais de vencer a partida."

Jong Tae-Se, avançado da Coreia do Norte

publicado por Pedro Varela às 00:01
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Terça-feira, 15 DE Junho 2010

Início esperado da Selecção de Portugal no Mundial. Quando pensamos racionalmente sobre o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos tempos em relação à selecção, percebemos que não era possível fazer muito mais. Pelo menos com a estratégia adoptada e que agora não adianta desenvolver. A Selecção que está na África do Sul é a aquela que terá de conseguir os seus objectivos.

Da equipa titular devo realçar que Danny provou que não é titular, tal como tinha provado no outro dia com Moçambique que pode lutar pela titularidade. Confuso? Nem por isso, Simão, Deco (apesar da fraca exibição de hoje) e Raul Meireles deveriam ter sido o tridente do meio campo. Liedson poucas vezes tocou na bola, esforçado, característica que já estamos habituados, mas começa a ficar no ar a possibilidade de entrar Hugo Almeida. Aliás, não percebo porque não jogou o avançado na segunda parte, pelo menos nos últimos minutos, quando a Costa do Marfim evidenciava algumas carências físicas. Serviria para o jogo aéreo e quem sabe para alguma confusão que a chuva podia lançar. Coentrão o mais regular da Selecção, que óptima partida fez o jogador Português. Pegou de estaca no lado esquerdo!

O momento do jogo foi de Portugal pelo remate de Cristiano Ronaldo ao poste. Até essa precisa altura estávamos por cima do jogo, com mais posse de bola, a trocar relativamente bem a jabulani. Mas lembro que esse momento foi ao minuto 11!!! Portugal a partir dai desapareceu do jogo.

A Selecção da Costa do Marfim, mesmo sem Drogba que só entrou no decorrer da segunda parte, teve em Gervinho, homem do jogo, o seu melhor homem, ora na direita, ora na esquerda, sempre a fazer o que queria de quem lhe fazia frente e curiosamente só nas dobras é que alguém o travava. Lembro-me perfeitamente de duas situações uma de Paulo Ferreira e outra de Fábio Coentrão.

Não sei (força de expressão) o que Queirós poderá alterar na Selecção para o jogo melhorar, mas há que urgentemente repensar a equipa para que a produção suba de nível. Primeiro porque vamos defrontar uma incógnita selecção da Coreia do Norte, e se queremos vencer é necessário que aconteça por uma diferença de golos maior que a que presumivelmente a Costa do Marfim possa conseguir. Segundo porque quando defrontarmos o Brasil, não desejamos estar de máquina calcular a fazer as contas da qualificação.

Acreditar nesta Selecção é hoje uma certeza que é um acto de fé. Disso não tenhamos dúvidas!

Homem do JogoGERVINHO

 

publicado por J.G. às 17:01
editado por Pedro Varela em 16/06/2010 às 12:40
Segunda-feira, 14 DE Junho 2010

A minha selecção vai entrar em campo. É já amanhã que Portugal joga neste mundial de África. Caso ainda não tenham reparado, ou não conheçam os editores do Jabulani, eu sou "oficiosamente" o defensor da Selecção Nacional. Sou o optimista por natureza que acredita que a Selecção vai conquistar tudo e mais alguma coisa. Sou aquele que por mais críticas racionais que possam fazer à táctica, ao escalonamento de jogadores, ao treinador, ao presidente da federação...hum...esqueçam este último, arranjo sempre uma forma de a defender. Acredito sempre na Selecção.

Vejo os jogos todos que posso ao vivo, principalmente onde moro. No Euro 2004 em Portugal, acompanhei a Selecção em todos os estádios. Estive na Luz ao lado dos Gregos na final do nosso descontentamento. Defendi o Scolari em 2006. Defendo Carlos Queirós, embora reconheça que não está a conseguir de forma alguma melhorar o rendimento de Portugal.

Amanhã torço por Portugal. Só desejo a vitória e sofro como se estivesse a ver o meu clube jogar. Já não sou capaz de dizer que a Selecção é mais importante que o meu clube, e digo isto porque no passado havia uma distância muito idêntica em termos de paixão, mas quando a Selecção joga, principalmente em alturas de grandes competições, lá estou eu pronto a vibrar, sofrer, chorar, as emoções que forem necessárias. Repito, sou um optimista por natureza. E não me preocupa que neste momento lá estejam 3 ou 4 brasileiros, mesmo que isso denote um planeamento errado e uma falta de estratégia por parte de quem dirige a Selecção, e isso levava-nos a outras discussões que não são necessárias neste momento.

O jogo de amanhã é vital para as nossas aspirações. As selecções europeias não estão em grande forma, tirando a Alemanha, todos sabemos da importância do primeiro jogo. No nosso caso, os dois primeiros jogos são essenciais. Vencemos e estamos qualificados, podendo entrar na luta pelo primeiro lugar com o Brasil, com a calma necessária de uma Selecção que acredita que pode ir longe. E depois temos o "mata-mata". Claro que os que mais acreditam são eles, os jogadores. E ainda bem que assim é, até porque são eles que vão dominar a Jabulani.

Depois de reflectir, ler, ver os jogos amigáveis e o que realmente pode acontecer já nos próximos dias, eu diria que a minha selecção amanhã jogaria num 4x1x3x2 e passo a indicar os escolhidos:

- na baliza Eduardo mas com receio que a traição da Jabulani ataque;

- na defesa, Ricardo Carvalho e Bruno Alves no centro, Paulo Ferreira na direita e Coentrão na esquerda;

- a "pivot" colocava Pedro Mendes;

- o trio de meio campo seria composto por Simão Sabrosa, Deco e Raul Meireles;

- na frente Ronaldo e mais um pouco na frente Liedson, lá onde ele gosta de jogar;

Vale o que vale. É a minha opinião. Era com esta Selecção que eu atacava o primeiro jogo. Mas amanhã os 11 que entrarem serão os 11 que vou apoiar como se vida dependesse disso. Disso, e se por acaso conseguir ver o jogo, é que também é preciso ter uma entidade patronal que entenda algumas coisas...é a vida, são contas de outro rosário!

Força Portugal!

publicado por Pedro Varela às 22:32
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