Alemanha
Em todos os mundiais são sempre apontados como fortes mas nunca como principais favoritos. Porque não jogam um futebol bonito optando pela força física, pela frieza, e pelo rigor da disciplina os alemães são como que a ovelha negra entre as históricas candidatas à vitória final. Um dia Gary Lineker terá caricaturado da melhor forma o que é a selecção alemã nos jogos decisivos com a frase do 11 para 11 e no fim ganha a Alemanha. Ter 7 presenças em finais dá um peso histórico que Joachim Löw quer aproveitar dando continuação ao excelente trabalho que tem desde 2006 onde segurou um 3º lugar, conseguindo depois jogar a final do Euro 08 com a Espanha e agora na fase de qualificação apurou a Alemanha nas calmas com 8 vitórias, dois empates e nenhuma derrota!
A preparação para o Mundial tem sido um horror para os germânicos que têm sido dizimados por lesões: Heiko Westermann, Christian Traesch, o guardião Rene Adler, Simon Rolfes e Ballack, estão todos de fora da competição.
Apesar das ausências o novo campitão Lahm já veio dizer que o objectivo é chegar, no minímo às meias finais. E não há que duvidar da capacidade da mannschaft que conta com forte experiência na defesa com Mertesacker no centro e boas alternativas às ausências de vulto que devem passar pelo reposicionamento de Schweinsteiger mais para o meio e a aposta em Trochowski, Toni Kroos ou Mesut Özil. Depois na frente a Alemanha não tem problemas de finalização tal é a oferta: Cacau , Mario Gomez , Stefan Kiessling , Miroslav Klose , Lukas Podolski e Thomas Müller que tem tudo para ser uma das grandes revelações do torneio.
Contem com eles até ao fim.
Jogador-chave: Bastian Schweinsteiger - Normalmente este espaço seria ocupado por Ballack mas uma polémica lesão priva a Alemanha do seu habitual capitão. Sendo assim os olhares centram-se em Schweinsteiger que aos 25 anos já tem mais de 70 internalizações e está apto para ser o farol da Alemanha usando o seu potente pontapé de longe, a sua técnica colada às linhas ou no meio a organizar jogo, tudo suportado numa forma física forte à boa maneira alemã.
Austrália
Em 2006 os australianos impressionaram com a sua inesperada passagem aos 1/8 de final deixando para trás a Croácia. Depois encontraram a Itália e o mundo viu uma Austrália que resistiu com bravura até aos 95' altura em que o espanhol Cantalejo oferece um penalti que Totti não desperdiçou abrindo assim caminho à vitória italiana na competição.
Na altura era Guus Hiddink o treinador principal e a escola holandesa tem continuação no actual técnico, Pim Verbeek que aproveitou o convite para apurar pela 3ª vez a equipa do país dos cangurus.
O ponto forte da Austrália é o facto de ser composta na sua maioria por jogadores que muito evoluiram na europa nomeadamente no campeonato inglês. Conseguimos identificar com facilidade nomes familiares com Mark Schwarzer da baliza do Fulham, que aos 37 anos jogou a final da Liga Europa, Lucas Neill, agora no Galatasaray, Jason Cullina, de regresso ao seu país, Bresciano do Palermo, Harry Kewell também do Galatasaray e Tim Cahill estrela do Everton.
Não é impossível repetirem a presença nos 1/8 de final.
Jogador-chave: Tim Cahill - O médio que tem feito uma bela carreira em Inglaterra desde os 18 anos quando foi jogar para o mítico Millwall fez uma boa temporada no Everton e é figura de proa da sua selecção que já representou por 37 vezes apontando 19 golos, foi o melhor marcador da fase qualificação. O sucesso da Austrália em África passa pelos pés, pela inspiração das jogadas e passes construídos por Cahill.
Sérvia
A Sérvia é estreante em Mundiais isto porque em 2006 ainda foi um seleccionado da Sérvia e Montenegro que esteve presente. Antes era a Jugoslávia, sempre de futebol atraente, com a evolução do cenário político hoje temos a Sérvia à procura da sua identidade sendo a maior prova disso a inclusão de Dejan Stankovic, o craque do Inter, que vai participar pela 3ª vez no Mundial sempre com federações diferentes: 98 pela Jugoslávia, 2006 pela Sérvia e Montenegro e agora pela Sérvia. Quem os lidera é Radomir Antic que aos 60 anos recuperou a alegria de treinar e mostrou bem a sua força ao vencer o seu grupo de qualificação à frente de França, Áustria e Roménia!
Para atacarem o Grupo D a Sérvia apresenta fortes argumentos com uma defesa cheia de reconhecidos valores: Ivanovic (Chelsea), Nemanja Vidic (Manchester United),Aleksandar Lukovic (Udinese) e Aleksandar Kolarov (Lázio) o tal que Mourinho quer levar para Madrid. Todos devem fazer esquecer o "amigo" de Scolari Dragutinovic que é baixa de última hora.
Depois há o talento, a técnica e a irreverência da escola jugoslava herdada por Milos Krasic (CSKA), Jovanovic (Standard Liege), Kacar (Hertha) ou Petrovic (Partizan) que formam um meio campo que faz sonhar a nação sérvia. E na frente há esperança na finalização de Nikola Zigic (Valência), e do veterano Marko Pantelic (Ajax).
Para seguir com atenção.
Jogador-chave: Nemanja Vidic - Aos 28 anos é o esteio da defesa sérvia tal como acontece no Manchester United. Já a caminho da meia centena de jogos pela Sérvia, Vidic é uma das âncoras em quem Antic mais confia para dar equilíbrio tanto no jogo defensivo como nas suas habituais subidas à área contrário em lances de bola parada.
Gana
É dos países africanos o que mais tem evoluído nos últimos anos como se pode verificar pela excelente presença na Alemanha em 2006, só caíram nos 1/8 de final com o Brasil e já tinham batido americanos e checos, pela recente ida à final do CAN e por nova presença num Mundial. A maior curiosidade está reservada logo para o jogo de estreia em que defrontam a Sérvia país natural do seu treinador, Milovan Rajevac que mantém a tendência dos ganeses apostarem em técnicos daquela nacionalidade como tinha acontecido com Dujkovic em 2006.
Mas o futebol do Gana fazia muito mais sentido se Michael Essien estivesse em campo, só que a estrela do Chelsea não tem jogado desde Janeiro altura em que se lesionou no 1º jogo do CAN e acabou mesmo por não ser convocado.
Sem Essien as atenções viram-se para Muntari, Matthew Amoah e Asamoah Gyan e espera-se que soltem o perfume do seu futebol atacante salvaguardado por uma estrutura defensiva sempre muito forte que não sofre golos com facilidade.
A jogarem no seu continente e mesmo sem Essien o Gana poderá ser equipa a levar em conta no Grupo D.
Jogador-Chave: Sulley Ali Muntari - Sem Essien a escolha vai para o ala do Inter que já conta com meia centena de jogos pelo Gana, 16 golos, e aos 25 anos é uma das referências da equipa. Conta com a experiência de ter jogado o Mundial de 2006 e vai tentar não levar dois cartões amarelos em dois jogos como aconteceu na altura em que o privou de disputar o último jogo do grupo. Muntari será a chave para uma boa campanha ganesa.
Opinião
Num grupo onde há Alemanha a dúvida resume-se a saber quem será a segunda equipa a ser apurada para a próxima fase e não é fácil prever quem conseguirá fazer história. Uma vez que a Sérvia ainda procura a sua própria identidade e o Gana não conta com Essien talvez seja a Austrália que melhor pode aproveitar para repetir uma presença nos 1/8 de final.