Domingo, 11 DE Julho 2010
A final!

(Holanda - Espanha; 19:30; Estádio Soccer City)
E assim chegamos ao fim de mais um mundial. O interesse nesta final será contido face ao que ambas as selecções me dizem ao coração, mas talvez seja o mais puro, i.e., que ganhe o melhor.
Tanto a Holanda e como a Espanha, são dignas vencedoras neste mundial, pois revelaram estar muito bem preparadas para este evento. A Holanda, até ao momento, foi a única equipa a dar a volta ao resultado em 90 minutos de jogo, o que por si só revela muito quanto à sua mentalidade lutadora e o seu espírito de grupo. Por seu turno, a Espanha, revelou uma maturidade competitiva muito elevada, ao nunca perder a cabeça nos seus encontros. Raramente os vimos a jogar de forma louca ao ataque. Muito pelo contrário! Se há coisa que os espanhois foram, foi serem pacientes nos seus jogos. Têm dúvidas? Então revejam os encontros frente a Portugal, Paraguai e Alemanha. Quase todos eles fotocópias uns dos outros. Todos eles com golos já o relógio ia avançado na 2ª parte.
São duas equipas que praticam um futebol apoiado, mas que também sabem jogar em contra-ataque. Basta recordar-me de um golo do Robben frente à Eslováquia, ou do golo de Villa frente ao Chile. Por isso mesmo, será interessante ver quem irá conseguir ganhar a batalha pela posse de bola.
Tendo em conta que as defesas de ambas as selecções aparentam ser os sectores mais débeis, antevejo uma postura de pressão alta, tanto da Holanda, como da Espanha. Aliás, os espanhois têm usado isso durante todo o mundial. Já agora, é engraçado verificar que neste mundial, não são os sistemas defensivos que têm dominado. Caso para dizer que: a melhor defesa é o ataque!
Sinceramente, tem uma certa piada o "destino" das coisas. Não é que acredite nisso, mas que as coisas tendem sempre para um equilíbrio isso tendem. É isso que verificámos neste mundial, ao vermos as equipas que mais fazem para ganhar, conseguirem esses objectivos. É isso que verificámos neste mundial ao vermos as equipas que melhor jogam em equipa, a chegarem às meias-finais e jogos seguintes. Isso dá-me um gozo terrível. É quase uma chapada de luva-branca sobre os defensores dos individualismos, dos mestres do "ferrolho" e sobretudo dos que têm muito, mas mesmo muito medo de vencer e serem iguais a eles próprios. Sim, estou a falar de vocês Portugal e Brasil! Custa-me muito ver equipas a não saberem aproveitar todo aquele talento! Que lhes sirva de lição! Talvez o Brasil tenha aprendido a lição... quanto a Portugal... não sei... Desculpem-me o desabafo mas, para mim, é difícil de aceitar, da forma como se jogou. Sinto que não somos em nada inferiores a estas duas equipas...
Bem, mas voltemos à final... quem serão os destaques deste encontro? Antevejo enormes dificuldades para Capdevilla e Puyol frente a Arjen Robben. Do outro lado, Villa irá dar água pela barba a toda a linha defensiva holandesa. Mas, aonde antevejo grande faísca durante os 90 minutos é no centro do terreno, com van Bommel, De Jong e Sneijder frente a Xabi Alonso, Sergio Busquets e Xavi (já repararam que até a nível da estrutura e do tipo de jogador que constituem o meio-campo, ambas as equipas se equiparam?).
Prognósticos da "Jabu": como já mencionei logo no início, que ganhe o melhor! É claramente um encontro de tripla. Apenas gostava que tivessem tantos golos como o encontro de ontém.
PP
PS: Como jogariam se estivessem a comandar as "clementinas"? E se estivessem a comandar a "la roja"?
publicado por jabulani às 13:24
Sábado, 10 DE Julho 2010

O jogo do bronze debaixo de uma tempestade. A chuva que foi transversal em relação a este Mundial, não poderia deixar de marcar presença no jogo de atribuição do 3º e 4º lugar da competição que amanhã termina.

Para a Alemanha era o 5º jogo de atribuição do terceiro lugar em mundiais, nunca ninguém jogou mais partidas que os germânicos nesta fase da competição, para os Uruguaios era a possibilidade de conseguir a sua 2ª melhor classificação de sempre. No entanto, convém recordar que o Uruguai já não vencia uma Selecção Europeia há 40 anos, a última em 1970 diante da União Soviética após prolongamento. Klose com 14 golos estava a 2 de Gerd Muller em todas as competições mundiais e europeias, a 1 de Ronaldo em mundiais, mas dores nas costas retiraram-no do jogo. Muller e Forlan não querem deixar Villa e Sneijder fugir na corrida ao melhor marcador do mundial.

A primeira parte tem domínio Alemão, o golo chegou cedo aos 18 minutos por Muller, 5º na competição, após remate de Schweinsteiger com a Jabulani a fazer das suas. São já 17 golos de recarga após defesas incompletas mais 10 que no mundial anterior. Minutos antes já Friedrich tinha enviado a bola à barra. A Alemanha estava claramente por cima, procurava o segundo golo mas por incrível que parecesse, quando perdia as bolas sentia dificuldades de posicionamento defensivo, não havia reorganização e os homens mais adiantados do Uruguai, Forlan, Cavani e Suarez apareciam em força. Cavani num desses lances empata a partida, aos 27 minutos e já perto do final Luís Suarez falha isolado em frente a Butt. Reforço que a Alemanha dominava em posse de bola, domínio territorial, mas as perdas de bola foram essências para o Uruguai empatar e causar calafrios à baliza germânica. Aceitava-se o empate na partida.

A segunda parte começa com o tridente Uruguaio novamente em acção. Suarez a tentar e Butt a negar, mas 2 minutos após esse momento Forlan marca um golaço, o da reviravolta, o 5º no mundial igualando Mueller. A Alemanha denotava os mesmo problemas com que finalizou a primeira parte. Mas viu o empate na partida cair-lhe do céu. Muslera novamente a errar, afinal o problema não é da Jabulani, e Jansen a marcar o 2º golo Alemão. Tudo empatado e ainda meia hora para jogar, uma partida box to box!

Suarez continuava a ser o quebra cabeças para a defesa Alemã, o homem aparecia em todo o lado, a rematar de qualquer forma e feitio. A Alemanha não era o equipa concentrada, claramente este não era o jogo que eles contavam estar a jogar, o calendário era para cumprir, apenas. Mas isto do futebol não é sempre 11 contra 11 e vitória da Alemanha, mas é quase e Khedira já perto do final marca o 3º da Alemanha e nova reviravolta no marcador e bronze à vista. Forlan ainda respondeu com bola à trave já em descontos. Vitória da Alemanha, repete o 3º lugar do último mundial, que sendo justo nesta crónica até poderia ter sido ao contrário, já que a segunda parte foi marcada pelas oportunidades perdidas do Uruguai, Forlan e Suarez nos primeiros minutos e pela resposta germânica já perto do final principalmente a partir da entrada de Kießling. No entanto há que referir que ambas as selecções tiveram boas prestações no Mundial de 2010!

Homem do jogo: Müller

publicado por Pedro Varela às 21:15

Um homem de consciência, uma das muitas setas apontadas à crescente militarização da governação sul-americana nas décadas de 60 e 70, Daniel Viglietti esteve entre os pioneiros da Nueva Cancion, movimento folk sul-americano que tinha no chileno Victor Jara a sua expressão máxima. Após o golpe de Estado uruguaio de 1973, consequência directa de uma década de conflitos sociais e políticos, e perseguido pela forte carga ideológica das suas canções, Daniel Viglietti parte para o exílio, do qual regressaria apenas em 1984. Nesse período viveu entre a Argentina e Paris, empenhando-se na denúncia do regime de Bordaberry.

 

publicado por N.T. às 13:04

Bronze ou o "primeiro dos últimos" no jogo da ante-final (Uruguai - Alemanha; 19:30; Estádio Porth Elizabeth)

UruguayUruguay GermanyGermany
É um jogo em que nenhum jogador deve achar muita piada, a não ser que o jogador seja daqueles convocados, mas que nunca tenha entrado em campo neste mundial. Para estes será um jogo do tudo ou nada. Para os primeiros... têm que recordar que este encontro vale uma medalha!
Sobre as duas equipas que se vão defrontar hoje, já muito se falou ao longo destas semanas. Duvido que tanto Tabarez com Löw façam grandes alterações de fundo ao modelo táctico e estilo de jogo a utilizar. São duas equipas de contra-ataque, mas duas equipas em que os movimentos são quase totalmente dispares. Para além disso, são dois países tão afastados no globo como podiam, mas que apresentam traços competitivos muito idênticos: o de nunca dar a derrota como certa. É engraçado verificar como o mesmo objectivo pode ser alcançado tão eficazmente por diferentes metodologias, é esse o carácter universal do futebol. E é por isso que gosto muito deste jogo.
Quanto aos artistas que vão estar em campo, destaco para os regressos de Müller e Suarez, dois dos grandes ausentes nos encontros das meias-finais. Atendendo à forma como estavam a jogar nas suas selecções, atrevo-me a dizer que se calhar a história teria sido diferente em ambos os encontros, não acham? Mas, não se pode chorar sobre o leite derramado... outros jogadores que gostaria de ver actuar e que ainda não actuaram neste mundial, pelo menos com mais frequência, são: Lodeiro e Fernandez do lado da Celeste, e, Marin e Gomez do lado germânico.
Destaques do jogo:
i) ForlanCavaniSuarez contra a defesa germânica;
ii) Klose, Müller, Podolski e Özil, contra a defesa uruguaia;
iii) Maxi Pereira contra Lahm: quem será o melhor lateral direito do mundial?
iv) Schweinsteiger e Khedira contra Perez e Arevalo.
Prognóstico da "Jabu": que ganhe o melhor e, dada as circunstâncias que ganhe a equipa com maior força de vontade para disputar este encontro. Antevejo uma vitória alemã, pois tal como em 2006, demonstram sempre uma mentalidade positiva face à adversidade. Contudo, se o Uruguai sair como vencedor, não admiraria nada. Que seja um jogo de golos de outro mundo, de emoção até ao fim e com jogadas esplendorosas.

PP

PS: Sabem a quantos golos está Miroslav Klose de destronar o fenómeno Ronaldo no top da lista dos maiores marcadores em fases finais de mundiais?
publicado por N.T. às 12:32
Sexta-feira, 09 DE Julho 2010

O polvo Paul já decidiu quem vai ser o novo campeão do mundo. No aquário do Sea Life na Alemanha, o oráculo do mundial escolheu a selecção espanhola como campeã do mundo. Recordamos que este animal não tem falhado nas previsões. Para o lugar que resta no pódio, Paul escolheu a Alemanha. Venham de lá esses jogos para ver se o polvo é que percebe disto e depois quem sabe se não estará apto a substituir Blatter!

publicado por Pedro Varela às 16:02
Quarta-feira, 07 DE Julho 2010

As duas equipas presentes nesta meia-final foram dignas da importância do desafio e deram um bom espectáculo nos noventa minutos da partida. À raça dos uruguaios e a sua capacidade de pressionar sem conseguir sair a jogar contrapuseram os holandeses na sua forma habitual atingir a baliza adversária com a bola no pé.

Mesmo com o golo memorável de van Bronckhorst não se sentia um ascendente Oranje na partida, muito pela forma voluntariosa que os sul-americanos preferiram na abordagem ao encontro. Não havia preocupação com a construção apoiada, antes pela recuperação e lançamento do ataque. Não fazia bem à beleza do jogo mas foi a forma válida que os de Tabárez utilizaram para agitar a defesa holandesa e enfim, marcar por Fórlan o empate na partida.

Questionava-me se a saída do trinco de Zeeuw por van der Vaart teria sido a melhor intervenção do treinador holandês, e as dúvidas adensavam-se com a melhor ocupação celeste de espaços no seu meio campo atacante e alguma indecisão, talvez adaptação, holandesa. Uma grande defesa de Stekelenburg como que despertou os homens dos Países Baixos. Há um momento em que os laranja retêm a bola mais de três minutos em sucessões de passes e desmarcações e sem nunca perder a bola nas imediações da área uruguaia. Soava o alarme e pouco depois, noutro momento colectivo e superlativo, o golo de Sneijder a abrir espaço para novo remate vitorioso de Robben. Parecia um jogo findo mas os uruguaios não baixaram os braços e ainda conseguiram reduzir a diferença por Maxi Pereira.

No final venceu quem mais passes acertou e saiu derrotada a equipa que não sairá desapontada com o seu comportamento no torneio.

Melhor em campo: 11 Arjen ROBBEN

publicado por Spinafro às 11:06
Terça-feira, 06 DE Julho 2010
A um jogo da final... (Parte I)

(Uruguai - Holanda; 19:30; Estádio Green Point)
"A arte de bem defender contra a arte de bem atacar", bem que este poderia ser um slogan para atiçar este verdadeiro encontro de candidatos ao título mundial.
De um lado a celeste, que defende como pode, inclusivé com a "mano de Deus" versão uruguaia, não é Suarez? No entanto, embora a sua defesa tem sido o seu abono de família nesta comptição, o Uruguai entra para este encontro com enormes pontos de interrogação sobre qual será a defesa titular. Fucile encontra-se castigado. Os Diego's Godin e Lugano, estão a recuperar de lesões e são incógnitas. Por seu turno, Victorino e Scotti são os únicos que estão sem problemas. O defesa polivalente Caceres, deverá ocupar a vaga de Fucile. Por outro lado, Tabarez, poderá fazer recuar Alvaro Pereira para a lateral esquerda, mas com Robben um esquerdino sobre o flanco direito, deverá optar por um destro como o agora jogador da Juventus. Quem tem lugar cativo na defesa é o guarda-redes Muslera, e, de certa forma, a revelação na lateral direita, Maxi Pereira. No meio-campo, Diego Perez e Arevalo serão titulares indiscutíveis. A vaga sobre a esquerda deverá ser concedida a Alvaro Pereira, mas se as coisas azedarem para o lado uruguaio, certamente que entrará Lodeiro, a jovem promessa uruguaia. A finalizar o meio-campo, se bem que muitos o considerem igualmente um avançado, pelo que é o elemento que dá a tal hibridez ao conjunto celeste, está o "10" Forlan. Sem Suarez, castigado pela excelente defesa frente ao Gana, o ataque será entregue a um Cavani de passada larga e corpo fino como um pássaro sobre o lado direito e a um "el loco" Abreu mais fixo lá na frente, se bem que como esquerdino possa dar alguma largura à esquerda. Esta disposição atacante é apenas tida em conta se o Uruguai jogar na toada normal de contra-ataque. Por outro lado, em ataque mais continuado, os avançados poderão jogar da lateral para o centro, em busca dos seus melhores pés, beneficiando de combinações com o Forlan que tem como missão ligar de forma mais airosa o meio-campo com o ataque.
Sendo assim, as grandes questões que poderemos ter acerca do Uruguai são:
i) Até que ponto a defesa irá-se reflectir das ausências dos cois centrais titulares?
ii) Até que ponto o ataque irá funcionar sem um jogador tão móvel e importante como Suarez?
iii) Até que ponto o impacto de ter jogado 120 minutos intensivos contra um Gana, mais os penalties, e sem um jogador, poderá ter fisicamente frente a uma "clementina" bem mais fresquinha?
Do outro lado a "clementina laranja", que ataca como pode, inclusivé muito à custa de um mágico, não é Robben? Realmente, esta Holanda, embora esteja a triunfar e embora consiga ser a única equipa a dar a volta a um resultado durante os 90 minutos de jogo, ao longo do mundial, ainda não me convenceu relativamente ao sumo do seu ataque. Vive muito à custa a inspiração de Robben no ataque. Penso que com van Persie, Kuyt e Hunterlaar, o técnico van Marwijk pode gerir bem o seu mágico de "cristal". As suas grandes preocupações encontra-se na defesa, com a saída por lesão de Mathijsen (que frente ao Brasil nem se notou a sua ausência tal a qualidade exibicional do seu substituto, Ooijer) e o castigo do lateral direito van der Wiel. Quem deverá substituir este último será o Boulahrouz. De facto, se as coisas forem saindo bem para a Holanda, nem são capazes de verificar grande diferença neste sector direito, pois em situações normais, uma das grandes diferenças desta selecção holandesa, quando comparada com outras de outros mundiais, é que os laterais ficam muito presos defensivamente. Agora, e se as coisas correrem mal?
No meio-campo, De Jong está igualmente castigado. Isto leva a que o técnico holandês possa ter uma de quatro soluções, entre as quais duas são ofensivas e as outras duas são mais defensivas. Para o cenário mais defensivo e que vai de encontro ao que tem utilizado, De Zeeuw ou Schaars são a solução. Para o cenário mais ofensivo, a aposta recai ou em van der Vaart ou em Afellay. Este último, também poderá jogar ou a avançado ou a falso-ala, de melhor forma que o jogador do Real Madrid.
Sendo assim, as grandes questões que poderemos ter acerca da Holanda são:
i) Até que ponto o Boulahrouz vai desempenhar um papel defensivo eficaz, frente a Cavani, Abreu, Forlan, mais Alvaro Pereira?
ii) Até que ponto será justificável utilizar o Robben de início frente a uma defesa que marca tão em cima, como a uruguaia, correndo o risco de lesão do homem de cristal? Que tal apostar-se em Hunterlaar para a posição de van Persie e colocar este numa das alas?
iii) Até que ponto é que o técnico holandês vai continuar a apostar num duplo pivot defensivo quando muito provavelmente com van der Vaart, van Bommel e Sneijder, a dimensão e qualidade técnica do meio-campo holandês poderia suplantar o músculado meio-campo uruguaio?
Prognóstico da "Jabu": muito provavelmente, será pelo lado esquerdo do ataque uruguaio (ou lado direito da defesa holandesa) que este poderá explorar a falta de ritmo de Boulahrouz. Por outro lado, será pelo lado esquerdo da defesa uruguaia (ou lado direito do ataque holandês), que Robben e companhia poderão conseguir passar a muralha chamada Caceres ou Alvaro Pereira. Escrevo este cenário tendo em conta que ambos os treinadores não irão abandonar as suas duplas de meio-campistas mais defensivos. Muito provavelmente, em caso de desvantagem de uma das partes, será através do desfazer de uma dessas duplas a receita para recuperar no jogo. Essa e as apostas nas alas, para o caso holandês, e na subida de Forlan no terreno, para o caso uruguaio.
Destaques do jogo: Forlan e Robben... quem mais?
PP

PS: Qual o jogador uruguaio que se encontra no mundial e já representou um clube do meio da tabela no campeonato nacional? Quem será o jogador do encontro? Será uma das estrelas? Ou será que iremos assistir ao nascimento de uma nova estrela?
publicado por jabulani às 10:27
Sexta-feira, 02 DE Julho 2010

Três semanas após o arranque do Mundial vivemos o dia mais intenso do Mundial com dois jogos daqueles que vão fazer parte dos momentos mais belos da edição 2010. À tarde uma reviravolta histórica da Holanda contra o eterno favorito Brasil que já foi muito bem contada ali mais para baixo.

De noite chegou o apaixonante embate entre os sobreviventes africanos contra os resistentes uruguaios. Foi um jogo memorável com um pouco de tudo, golos, imprevisibilidade, suspense, prolongamento, final dramático, e decisão nos penaltis. Pelo meio muito interessante as adaptações tácticas de ambas as equipas. O Uruguai partiu com o seu clássico 4-4-2 com os olhos postos em Forlan e Suarez na frente apoiados nas alas com Cavani à esquerda e a aposta surpreendente em Fernandez na direita.

O Gana com o 4-2-3-1 com Gyan na frente e com Asamoah a não conseguir pegar no jogo foi surpreendido pela maior veia atacante sul americana. Metade da 1ª etapa foi dominada pelo Uruguai que andou perto do golo tanto em jogadas de bola corrida como em lances de bola parada. Importa elogiar a exibição dos dois "portugueses" em campo, Fucile muito bem a defender e Maxi Pereira de pulmão cheio defendeu e atacou sempre cheio de garra. Os outros portugueses formaram a equipa de arbitragem liderada por Benquenrença e pode dizer-se que estiveram à altura do jogo.

E aos 30' de jogo o Gana acerta o seu jogo atacante em profundida com Prince Boateng mais perto de Gyan e Asamoah mais recuado ao lado daquele que é o melhor "6" deste mundial, Annan. Que enorme Mundial fez o jogador no meio campo do Gana! Houve hipóteses de golo para os africanos que dominaram até ao fim da 1ª parte e mesmo no último minuto Muntari arranca um inesperado pontapé do meio do campo que levou a famosa Jabulani a fazer uma caprichosa curva deixando Muslera mal na fotografia.

Na 2ª parte o jogo mudava de cara porque o Uruguai tinha de ser mais eficaz no seu ataque e como não conseguia de jogada corrida apareceu Forlan, uma das figuras maiores do Mundial, a marcar de livre directo repetindo-se a história do efeito Jabulani. O empate surgiu aos 55' e assim o jogo voltou a ficar equilibrado e totalmente com o resultado em aberto. Até ao fim dos 90' assistiu-se a uma perda de fôlego dos uruguaios contra uma invejável frescura física do Gana que acabou a dominar o jogo.

No prolongamento a tendência manteve-se com os africanos a parecerem sempre por cima do jogo embora o Uruguai nunca tenha desistido de atacar e tentar vencer o jogo.

E depois veio um daqueles finais que entram directamente para o top de melhores momentos de sempre que o futebol tem para nos oferecer. Presenciámos à construção de mais um capítulo épico de competição na maior prova do mundo. Ultimo minuto de jogo do prolongamento empate a 1, emoções ao alto última bola para área do Uruguai, defesa incompleta de Muslera remate à baliza para golo evitado pelas pernas de Suarez, recarga e agora bola alta direitinha para a o fundo da baliza, Fucile desesperado tenta lançar a mão mas não chega, logo atrás ainda estava Suarez na linha de golo que se transforma em guarda redes e faz uma bela defesa com as mãos a evitar o 2-1.

O avançado do Ajax vivia momentos dramáticos porque era expulso e oferecia de bandeja ao Gana a vitória. No entanto sabia que tinha feito a única coisa possível para adiar a derrota ali anunciada. Entre a tristeza uruguai havia uma réstia de esperança de ver Gyan falhar o penalti. Parecia impossível já que o Ganês até já levava dois golos marcados daquela maneira mas a verdade é que o "3" do Gana acusa a pressão e atira para a trave a possibilidade de África ter pela 1ª vez nas meias finais! E num segundo Suarez passava do estado desolado para a quase euforia que a esperança dos penaltis lhe dava.

E como se estava mesmo a ver a equipa do Gana caiu mesmo nem lhe valendo o facto de Gyan ter ido dar o exemplo ao abrir a cerimónia de desempate convertendo o seu penalti. Depois dele só mais um companheiro marcou golo. Os uruguaios moralizados com nova oportunidade de regressar a uma meia final 40 anos depois não vacilaram apesar do falhanço de Maxi Pereira que atirou por cima da baliza. O dramático desempate termina com um momento de ouro protagonizado pelo popular "El Loco" Abreu que , como é seu apanágio, marca à Panenka e fecha o desafio com esta imagem de marca.

Uruguai , última equipa a conseguir o apuramento, está nas meias finais para defrontar a Holanda. Gana fez história mas podia ter feito ainda mais como as lágrimas desesperadas de Gyan  após o jogo testemunham.

 

Melhor em Campo: 9 Luis SUAREZ

publicado por J.G. às 23:37
Depois de dois dias de descanso, o mundial volta e em força: estão aí os quartos de final! Quais são então os dois embates do dia? Quais serão os vencedores do dia?

Contas antigas (Holanda - Brasil; 15:00; Estádio Port Elizabeth)
HolandaHolanda BrasilBrasil
Quem tem o futebol mais bonito? Na história do futebol mundial dos tempos modernos, leia-se a partir dos anos 70, surgiu em todo o mundo duas grandes escolas que apoiam o futebol bonito. Nenhuma conseguiu ser campeã do mundo, a Holanda em 78 e o Brasil em 82. Isso teve o seu impacto. Enquanto a Holanda continuou a lutar pelo futebol "totalista", o Brasil abandonou quase por completo o futebol "mágico".
É certo que a Holanda para ser considerada ao nível da "laranja mecânica" de Cruyf ainda lhe falta algum... sumo. No entanto, apesar de neste mundial apresentar-se num esquema mais pragmático, onde os laterais estão bem mais contidos, nas suas funções atacantes (vide o jogo frente à Eslováquia), o que é certo é que ainda não perderam e apenas concederam golos através da marca da grande penalidade. Nada mal, mesmo!
Continuo a pensar que embora não seja uma "laranja", mas sim uma "clementina", ainda há sumo bem docinho para ser exprimido. Talvez agora com o regresso do seu jogador-estrela, Robben, eles consigam descolar melhores exibições. Mas, os problemas por melhor mascarados que tentam ser, têm a tendência para vir ao de cima. Começou já com a insatisfação de van Persie, que embora seja titular da equipa, sente que poderia render muito mais noutra posição. Será que van der Vaart irá ser o próximo a demonstrar desconforto? Ou será que Hunterlaar irá ter aqui a sua grande oportunidade, e logo frente aos rivais dos "últimos" mundiais (1994 e 1998) brasileiros? Uma coisa é certa, o 4-3-3 (4-2-3-1) é para manter! Mas, e se estiverem a perder qual será o plano B?
O Brasil é talvez a selecção que mais mudou a nível de estilo e filosofia de jogo, nas últimas décadas. Se em 1982, o futebol "mágico" canarinho, não resultou numa conquista, tendo inclusivé marcado a alteração dessa filosofia, já em 1994, conseguiram atingir o tal aclamado objectivo, mas num estilo mais pragmático. O Brasil moderno, continua a ter grandes executantes, mas opta por uma postura demasiado defensiva para o colectivo que possui. É esta a grande crítica que todos fazem ao escrete.
Será que o 4-1-2-1-2, ou até mesmo o 4-2-3-1 canarinho poderia funcionar de forma mais elegante? Esta é a grande pergunta que se coloca aos penta-campeões mundiais. Em termos de rostos, do onze titular, Ramires será a grande baixa, pois tem sido um suplente de luxo no escrete. Impedido por acumulação de amarelos, coloca a dúvida sobre se será Elano (um grande artista), ou será o Josué (a pequena formiguinha), ou será o Felipe Melo (o agressivo) a fazer aquela posição do meio-campo. Quase certo nesta zona do terreno está Dani Alves que tem vindo em crescendo a nível exibicional. Já agora, o que fará Dunga se o Brasil encontrar-se em posição de desvantagem? É que do que se viu, tanto Nilmar como Grafite, parecem corpos estranhos nesta filosofia de jogo, não acham?
Prognósticos da "Jabu": este é claramente um jogo de tripla! Ganhará quem for mais forte a nível mental e nos duelos individuais. Destaques do jogo: Robben contra Michel Bastos e Kaká contra van Bommel/De Jong.
África reunida em torno de uma só equipa (Uruguai - Gana; 19:30; Estádio Soccer City)

UruguaiUruguai GanaGana
Grande encontro que se perspectiva. Frente a frente, duas selecções que visam fazer história. É certo que o Uruguai, mesmo sendo um país minúsculo é concerteza uma das potências futebolísticas mais antigas da história. No entanto, tem vivido um pouco do passado, regressando este mundial a um lugar entre os melhores. Por seu turno, os jovens ganeses, depois de conquistarem triunfos em escalões jovens, querem demonstrar que África evoluiu e muito a nível sénior.
O Uruguai é capaz de ser a equipa mais pragmática. Apoiada num sistema defensivo de tolerância quase zero, entrega o seu ataque a 3 elementos móveis, mais um médio que avança no terreno e normalmente mais um lateral. Estes dois últimos são os Pereira's (Álvaro e Maxi). Os dois médio centro, têm cariz mais defensivo. Enfim, é uma espécie de 4-1-2-1-2, ou 4-3-3, ou até 3-4-3, dependendo do posicionamento dos seus atletas.
O que é certo é que quando defendem, a pressão que os avançados fazem, leva o adversário ir de encontro com o desarme ora desta dupla de médios, ora uma tentativa de penetração que faz cehgar a bola aos centrais uruguaios. Estes são exímios no jogo de contacto com os avançados adversários, sobretudo se eles são mais posicionais e menos móveis. Forlan, Suarez e Cavani, têm vindo a crescer dentro do mundial. Se no primeiro e segundo encontro via alguma química com os dois primeiros, ao terceiro notei uma clara evolução do entrosamento e utilização do "7" celeste.
O Gana é a equipa mais surpreendente, pela positiva, neste mundial. Toda a gente reconhece que os médio ganeses, mais do que virtuosos, são eficazes nas tarefas defensivas. O que não conheciamos é que uma equipa africana poderia chegar ao mundial com uma cultura táctica muito acimentada por todos os intervenientes. Só por isto marca a grande evolução desta equipa africana, valorizando não só os seus atletas, mas também o trabalho do seu seleccionador.
O 4-2-3-1, já demonstrou que pode jogar numa toada de espectativa, como de pleno controlo do encontro. Neste campo, parece-me ser uma equipa mais activa na busca do golo que o Uruguai. No entanto, não vai poder contar com uma das suas revelações neste mundial: o Ayew.
Será concerteza uma dor de cabeça para o seleccionador. Será que haverá uma mudança táctica, povoando o meio-campo com a entrada de Muntari ou Appiah para o onze titular? Ou será que dará oportunidade a outro avançado?
De qualquer maneira, atenção celeste, pois Gyan será a seta virada à vossa baliza.
Prognósticos da "Jabu": estou mais inclinado para uma vitória do Uruguai, mais pelo historial que possui e pelo tacticismo/manha sul americana que decerto fará com que controlem o ritmo de jogo ao seu belo prazer. Mas, o Gana não me surpreenderá se conseguir passar à próxima fase. Destaques do jogo: Suarez contra Pantsil e Gyan contra Lugano.

PP

PS: Sabem quem são os jogadores com descendência de antigos futebolistas das suas selecções que irão jogar nos encontros de hoje?
publicado por jabulani às 09:37
Sábado, 26 DE Junho 2010

 

 

Correndo o risco de errar na generalização, penso que a maioria dos apaixonados e conhecedores da história dos Mundiais estará satisfeito com o desfecho desta partida, mesmo que a idade não tenha permitido assistir às melhores prestações uruguaias. Mas a Celeste já teve um peso considerável nesta competição e não deixa de ser agradável vê-la regressar, 40 anos depois, aos quartos-de-final da prova. Mesmo que no jogo em apreço sobressaia uma certa injustiça.

O jogo de hoje, embora bem disputado, não chegou a atingir o nível que os primeiros minutos indiciavam. Uma bola no poste aos 4 minutos, num livre directo superiormente executado por Chu Young, e o golo de Suarez aos 8 criavam outro tipo de expectativas. Ainda assim foi um jogo bem interessante de se assistir.

O Uruguai chegou à vantagem num contra-ataque que parecia anulado pela pronta recuperação defensiva dos sul-coreanos, fazendo valer a força e a arte do seu trio atacante. Uma boa abertura de Cavani, Forlan trabalhou bem o lateral direito e centrou a baixa altura para o interior da pequena área. Estranhamente, Sung Ryong falhou a intercepção e Suarez aproveitou a distracção do defesa esquerdo para  finalizar sem oposição e com a baliza deserta.

O pragmático Tabarez, sempre seguro nas suas decisões, ordenou o recuo das linhas e dificultou a vida aos sul-coreanos. Sem espaço para aplicar o seu principal trunfo, a velocidade, a Coreia do Sul teve que redefinir-se. Demorou até que conseguisse atingir a supremacia sobre o duro meio-campo da Celeste, mas acabou a primeira parte com ascendente que se manteria ao longo da segunda parte. O problema, comum no espaço geográfico em que se inserem, estava mais à frente. O futebol asiático evoluiu imensamente nos últimos anos, mas persistem os problemas de finalização. E só numa falha defensiva colectiva, agravada pela precipitação de Muslera, conseguiram chegar ao empate. Foi o primeiro golo sofrido pelo Uruguai neste Mundial.

A Coreia do Sul não perdeu o domínio das operações a meio-campo, mas se a dureza dos médios da Celeste colocam problemas na fase de construção, os avançados tratam de resolver. Bastou que a equipa subisse um pouco no terreno para que os avançados reentrassem no jogo. Suarez foi rápido a reagir, primeiro num remate colocado de ângulo difícil que obrigou Sung Ryong a aplicar-se, um minuto depois numa perdida clamorosa quando se encontrava isolado e a escassos metros da linha de golo. O avançado do Ajax não se deixou abater e cinco minutos depois sentenciou a partida com um excelente golo em remate no limite da área.

A Coreia do Sul, pelo que jogou, mereceria o prolongamento, mas o futebol não é dado a estas simpatias e o resultado acaba por espelhar o maior peso dos atacantes do Uruguai, que ficará agora à espera do desfecho entre ganeses e norte-americanos.

 

HOMEM DO JOGO: 9 Luis SUAREZ

publicado por N.T. às 17:30
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